┊ 𝟬𝟬. Prólogo

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NÃO EXISTE UM LIVRO DE REGRAS PARA A TERRA DAS FRONTEIRAS, Borderland não tinha regras, tudo eram apenas superstições. Elisa sabia disso. A garota tinha cabelos longos e vermelhos, as cores incendiárias permaneciam em seus lábios e visão à frente, tudo estava em ruínas. Ela não sabia que cores eram, o evento à sua frente, ou seus belos cachos, sequer imaginava ser um ser tão raro, belo, e único.

Seus pais lhe ensinaram que as cores apareceriam para a jovem assim que ela encontrasse seu verdadeiro amor, e por muitos anos realmente acreditou, mas desistiu com o passar do tempo em Borderland.

Nascer em um apocalipse? Céus! O que os pais da garota estavam pensando quando decidiram montar uma família em um cenário como aquele? Sempre se questionou, mas decidiu ignorar depois de nunca receber uma resposta.

Se pudesse enxergar os pigmentos avermelhados, com poucos amarelos próximo à faíscas pretas caindo em sua frente, talvez aquele cenário se tornasse mais assustador. Claro que a visão estava embaçada pelo óculos, suas orbes já lacrimejavam, o reflexo da sua respiração descompassada impedia uma melhor visão do que estava ao seu redor. O fogo se alastrava pelo único lar que tinha, sua casa, com seus pais, sua única família.

Um jogo tinha acontecido perto dali, eles a esperavam para mais uma noite de incertezas, que se encerraram de forma dolorosa. Quando voltou, a jogadora percebeu que algo errado havia acontecido ali, destroços trilhavam o caminho do seu "quarto", uma cabana dentro da tenda debaixo de um viaduto, este era seu lar.

Queimado, permeável de cinzas e dor, apertou os olhos deixando que suas lágrimas escorressem, ela sabia que aquilo era fogo, sabia do perigo, sabia da morte. Borderland, pelo que soube de seus, agora, falecidos responsáveis, era que existia um mundo fora dali, um lugar não tão magnífico, perfeito e cheio de flores. Cruel, mas não tanto quanto a fronteira. Sozinha aos 17 anos, ela imaginava pessoas sendo más em muitos lugares, brincando com os sentimentos dos outros, mas nunca pensou que um dia faria o mesmo. Levou seu olhar às chamas incansáveis por todo local, permeou seus sentimentos para seus pais uma última vez, tinha uma carta ali.

Não soube qual era, estava desgastada e em ruínas, contudo, sabia o que significava, Elisa tinha certeza das teorias de sua mãe, aquilo era planejado. Quem quer que tenha criado o jogo, desejava que a ruiva afundasse em lágrimas e se perdesse na maré angustiante dos próprios sentimentos, mas estavam enganados. Agora, mais do que nunca, ela queria sair dali, ir para o mundo real.

Talvez não quisesse voltar tanto quanto seus pais, afinal, ela não voltaria, conheceria um mundo novo, qual ela jamais tenha visto de perto. Precisava voltar, por eles, o faria a todo custo.

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𝐍𝐀𝐎 𝐒𝐄 𝐄𝐒𝐐𝐔𝐄𝐂𝐀 𝐃𝐄 𝐕𝐎𝐓𝐀𝐑!2024, 2ª edição

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