Cinderela

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Existem pessoas que beijam de língua.

Outras que simplesmente não beijam.

E claro, aquelas que são interrompidas pelo barulho da sirene.

— Alguma coisa me diz que chegou a hora de conseguir uma carta. — Elisa e Chishiya ainda se mantiveram na mesma posição, porém deveriam se afastar logo, o barulho já havia ecoado por toda praia.

Quando foi que a noite caiu tão rápido?

— Acho que... — Se afastou antes de continuar, entregando à jogadora os óculos pretos. — Vai precisar disto.

— Você consertou? — Lis olhou para o objeto desacreditado.

— É. — A resposta foi breve, porém, o sorriso de Chishiya não.

Os lábios se curvaram em uma sutileza encantadora, por breves segundos os olhos do platinado brilharam, e não foi pelas luzes da festa.

Diferente do que imaginava, os naipers não exploram lugares em Tóquio para sobreviver e conseguir cartas, eles sabem exatamente onde ir.

Prova disso foi quando Elisa avistou o Suzuki Jimny preto, este que comportava apenas quatro pessoas, porém, as equipes se subdividiam em dois carros, portanto, oito jogadores para cada arena.

Como Elisa se dirigiria ao jogo teste de confiança, os participantes já estavam pré-definidos no momento, e duas pessoas foram escolhidas pelo Chapeleiro. Ann e Keiichi seriam os responsáveis por vigiá-la, porém seriam acompanhados dos jogadores irmãos Chanhyuk e Suhyun, Fatou, e dois dos praianos que Elisa queria manter a maior distância possível no momento.

A postura rígida de Keiichi permitiu que o caminho completo dos dois carros fossem silenciosos o suficiente para que Elisa analisasse a situação de cada jogador. Já conhecia a maioria deles, porém a garota de pele escura e biquíni sportswear era tão desconhecida aos seus olhos quanto o casal de olhos verdes e cabelos loiros médios.

Ambos em cortes parecidos, como se fossem gêmeos.

Como deve ser ter um irmão?

A ruiva percebeu o olhar de Niragi queimando sobre si, e ela tinha certeza que sua atenção não estava no biquíni que usava, pois era como se os lumes do atirador lhe encarassem para transmitir uma mensagem.

Ela ignorou a atenção do rapaz a todo custo, voltando seu raciocínio ao caminho que faziam naquele silêncio ensurdecedor.

— Chegamos. — Ann quebrou o silêncio ao sair do carro, sendo acompanhada pelos demais.

— Como achamos uma arena? — Fatou perguntou.

— Tem uma bem ali. — Vini fez questão de responder a jogadora apontando para uma pequena porta de madeira musgo.

Ao meio da porta enferrujada, um placa mediana escrito "Bem-Vindos".

Passos rápidos e sem muita enrolação, todos se encontravam dentro do pequeno cubículo com um incrível cheiro de desinfetante perfumado. Uma mesa pequena de madeira polida abaixo de oito celulares.

Como se esperassem por eles.

Após a pequena configuração dos aparelhos a voz robótica ecoou entre as paredes na lateral do cubo onde estavam, o jogo foi anunciado.

Jogo: Labirinto

Dificuldade: 8 de ouros.

Regras: Juntem as peças na sala principal.

Tempo de Jogo: 2 horas.

A luz branca que iluminava o cubículo se apagou, aos poucos os jogadores sentiram serem empurrados para o centro da sala e quem estava nas extremidades do lugar percebeu o movimento da parede. Não demorou para que cada jogador caísse para dentro do chão onde pisava, cada um deles estava em cima de uma passagem secreta criada pelo jogo, pois individualmente precisavam vencer os obstáculos do Labirinto de Borderland.

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