Capítulo 11

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PV SIGYN


Encontrá-lo ali, no meio do jardim de Freya, com um vento agradável e sem brigas me fez pensar se aquilo era mesmo real. Como Freya conseguiu avisá-lo? E como ela não me avisou nada? Só consegui pular em seu pescoço e apertar o mais forte possível. Tinha tanto medo de soltá-lo e ele desaparecer, que fiquei ali por quase dois minutos. Então ele me soltou e me fez olhar para ele.
-Acho que sentiu saudade mesmo hein?!- brincou Loki.
-Muita! Você é real né? Não tem ninguém brincando comigo não né?
-Claro que sou real, Sigyn.-falou rindo.
Nesse momento, Freya chegou sorrindo para nós dois e não resisti.
-Freya, por que não me avisou que tinha conseguido entrar em contato com Loki?
Eu não entrei- Freya disse sorrindo.
-Digamos que eu tenha te procurado por algumas semanas- disse Loki em tom brincalhão, mas eu sabia que falava sério.
-Semanas? Por que só não perguntou a Heimdall?
Nesse momento, Loki e Freya trocaram olhares sérios, me deixando preocupada- o que aconteceu? Loki?
-Temos que conversar, Sigyn. Eu estava com Frey e Freya na sala do trono conversando sobre isso. Tem algo muito estranho acontecendo.Eu não sabia o que era, mas me subiu um frio estranho no corpo...foi como um calafrio, mas parecia congelar meus ossos. Tinha medo do que estava por vir. Fomos até a sala particular de Freya, a qual ela recebia mulheres com queixas em relação ao seus amados, e esperei a explicação deles.
-Bom, eu demorei duas semanas para conseguir te encontrar, porque você estava sob algum feitiço de encobrimento. Nem mesmo Heimdall era capaz de vê-la- disse Loki com o semblante preocupado.
-Como? Feitiço? Quem faria isso e que feitiço é esse? Nunca ouvi falar.
-Aparentemente é algo bem antigo, pois demorei horas na biblioteca procurando algum livro que o tivesse, e apenas nos mais velhos que encontrei. Nesse momento, estamos sob encantamento para que Heimdall não consiga nos ver.-
Aquilo era demais para mim. Heimdall não estava me vendo porque alguém me enfeitiçou e agora Loki também aprendeu a fazer isso para conseguir me encontrar.
-Sigyn, você está bem?- perguntou Freya.
-Só estou tentando assimilar tudo isso. Quem me esconderia de todos e até de Heimdall?
-Eu tenho uma teoria- disse Loki
-Nós temos, na verdade- Completou Freya olhando com desgosto para Loki, por não inclui-la no mérito.
-E qual seria?- perguntei
-A pessoa que colocou você sob este feitiço, não queria que eu soubesse onde você está, e nos conhece o bastante para saber que eu procuraria de todas as formas algo para localizá-la.

Esconder de Heimdall é a prova disso.- disse Loki
-E por que alguém me esconderia de você?
-Pensa, Sigyn. Existem pessoas tentando nos afastar. Acha mesmo que esse nosso desencontro foi coincidência?
-Tá dizendo que nossos pais foram responsáveis por isso?
-Bem provável que sim. Sério? Viajar pelos nove reinos para conhecer estratégias de guerra, sendo que ainda está longe de ser coroada rainha? Que passeio mais estranho, não acha? E justo nesse passeio, você é ocultada de todos.
E, de repente, a ficha caiu. Era realmente armação. Meu próprio pai fez isso comigo?
-Sigyn, sei que é muito para absorver, mas faz sentido. Encaixa com o que conversamos ontem, concorda?-perguntou Freya.
-Sim, concordo. Mas nossos pais não iriam tão longe assim para nos impedir de ter algo pelo simples fato de você, talvez, não ser rei, iriam?- perguntei a Loki.
-Sem essa de talvez. Odin decidiu já. Thor será o rei de Asgard e a causa da nossa extinção- disse Loki com deboche e rancor. Naquele momento, eu segurei a mão dele e dei um leve aperto na intenção de consolá-lo. Ele sorriu em retribuição e Freya cortou o clima com a pergunta que nos levaria, futuramente, à verdade.
-E se não for pelo reino? E se os planos de Odin não forem de casar Thor e Sigyn? Até porque existem meios menos cansativos de forjar esse casamento. E se houver um outro motivo para quererem vocês afastados?
Aquilo pairou sobre nós junto com o silêncio que nos fazia refletir.
-Se há outro motivo, descobriremos qual é.- Loki disse olhando para mim, ainda segurando minha mão. Eu e Freya apenas concordamos, pois não havia mais nada a ser dito.
-Bom, vou deixar vocês se curtirem um pouco. Devem estar morrendo de saudade um do outro. Não quebrem nada.- sorri envergonhada e agradeci baixinho.
Quando Freya saiu, senti Loki sentar mais perto de mim e me abraçar por trás, mesmo sentados no sofá. Aquele toque me fez fechar os olhos e sentir cada pelo do meu corpo arrepiar. Ele distribuiu delicados beijos pelo meu ombro e foi subindo para o pescoço. Eu já não aguentava mais. Ele sabia que pescoço era meu ponto fraco e fez para provocar. Minha respiração acelerou e, num impulso, me virei e o beijei. Foi um beijo apaixonado, com saudade, amor e carinho. Segurei seu rosto com delicadeza, puxando-o para mais perto de mim. Ele entendendo o recado, me puxou para seu colo e segurou com firmeza a minha cintura, apertando-a quando o clima esquentava. Que saudade daquele toque! Estava ficando maluca sem ele e ele sem mim.
-É melhor pararmos- eu disse ofegante.
-Por que? Eu senti tanta saudade, minha Sigyn- ele disse manhoso, cheirando e beijando meu pescoço.
-Eu também senti, Loki, mas não estamos em casa. Não me sinto bem fora de casa.Loki suspirou frustrado, mas colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha e sorriu de lado.
-Tudo bem. Me perdoe!
Eu ainda estava em seu colo, então o beijei delicadamente, com ternura e depois o encostei em meu peito, enquanto acariciava seus cabelos. Loki fechava os olhos com a carícia, e isso me deixava cada vez mais encantada com ele e com o quanto eu o amava. Ficamos assim por longos minutos.
-Loki?

-Hm

-Eu te amo- eu nunca tinha dito isso assim, nessa calmaria, nesse clima romântico e temi a resposta dele.
Ele levantou a cabeça do meu peito, olhou para mim e acariciou meu rosto.
-Eu te amo mais ainda, meu amor.
Meu coração batia tão forte e tão alto, que ele poderia ouvir sem dificuldade alguma. Sorri envergonhada e dei um selinho nele. Esse selinho se transformou em um beijo mais aprofundado. Beijá-lo depois daquela declaração foi como beijá-lo pela primeira vez. Até que Freya abre a porta e corta nosso beijo.
-Me perdoem, mas o Conselheiro de seu pai quer falar com você, Sigyn.
Olhei para Loki e ele acenou com a cabeça, dizendo que me esperaria ali. Naquele momento, eu não me importava com nada que fosse dito pelo Conselheiro real, pois ninguém estragaria a alegria que eu senti em ter Loki de volta.

O outro lado da históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora