Capítulo 14

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PV SIGYN


Foi tudo tão perfeito! Todo aquele sofrimento foi apagado rapidamente após aquilo. Nos amávamos tanto, que não cabia mais no peito. Senti Loki acariciar meus cabelos e beijar minha testa. Fechei os olhos com a sensação. Eu não poderia estar mais satisfeita.
-Moranguinho, você está bem?
-Estou ótima.
-Mas...é...tá tudo bem mesmo?
-Tá sim, amor! Você é incrível- vi que ele sorriu aliviado.
-Eu te amo tanto- ele disse com aquele sorrisinho de lado que eu tanto amo.
-Te amo mais. -dei um selinho, que virou um beijo logo depois. Loki subiu em cima de mim me fazendo gargalhar. Colocou a mão na minha barriga e a beijou.
-Tomara que fique grávida.
-Loki!!!
-O que? Quero nossa mistura correndo por aí.
Eu comecei a rir com a fala dele. O amor que sentimos um pelo outro naquele momento jamais poderá ser descrito. Apenas eu vi nos olhos de Loki Odinson o verdadeiro amor.
-Teremos eles por aí, porém, depois de casarmos. Não quero fazer tudo as pressas.
-Você tem razão.
Alguém bate na porta e Loki revira os olhos. Com magia, colocamos nossas roupas impecavelmente e abrimos a porta.
-Desculpe incomodar, alteza. Príncipe Thor pediu para lhe chamar na sala do trono.
-Tudo bem. Eu já vou.
O guarda o reverenciou e saiu.
-Não queria sair daqui mais- eu disse manhosa.
-Eu também não. Prometo que, um dia, ficaremos assim o dia inteiro.
Sorri para aquela promessa. Eu tinha certeza que ele era o amor da minha vida.
-Vai lá, antes que Thor venha lhe buscar pessoalmente. Vou ver como sua mãe está, ok?
-Tá bom! Te amo!- beijou minha testa e saiu.
- Também te amo.- fiquei um tempo no quarto processando o que aconteceu ali dentro. Era incrível o efeito que ele tinha sobre mim. Não via a hora daquela confusão passar e resolvermos logo com nossos pais nosso relacionamento. 


PV LOKI


Tinha que ser aquele estúpido do Thor para atrapalhar meu momento. Mereço.
-Loki, ainda bem que chegou.
-O que você quer? Eu estava num momento importante.
-Cale-se, Loki. Temos uma missão para agora- disse Thor sério e autoritário. Me segurei para não voar nele. Quem ele acha que é para falar comigo assim?
-Que tipo de missão?- assim que perguntei, os brutamontes entraram no salão: Sif e os três guerreiros.
-Meus amigos, eu vou precisar da ajuda de vocês. Hoje, o inesperado aconteceu, porém não pretendo deixar barato.
-O que quer dizer com isso?- perguntou Sif.
-Nós iremos a Jotunheim.
Eu não conseguia acreditar no que tinha acabado de escutar. Thor consegue piorar a situação com atitudes cada vez mais estúpidas.
-Isso é traição- disse Fandral.
-Irmão, não seja burro. Nosso pai está extremamente furioso com você já, não dê motivos maiores indo contra a vontade dele. Causar uma guerra é tudo o que você vai conseguir e tudo que não precisamos. Pensa! - tentei colocar algum juízo na cabeça dele ali para ver se resolvia.

As coisas poderiam ficar feias se ele desobedecesse nosso pai.
-Loki, meu irmão, entendo seu medo. Se quiser ficar, tudo bem. Até porque, como Fandral disse, isso é traição. Chamei apenas porque lutamos todos juntos sempre e gostaria de ter meu irmão ao meu lado.
Abaixei a cabeça e decidi que ir seria a melhor opção. Eu tinha um plano por trás de tudo isso, obviamente. E, para salvar Asgard da guerra, eu precisaria agir. Enquanto todos iam buscar seus cavalos, eu fui até a guarda dos aposentos de Odin e pedi que, assim que saíssemos de Asgard, avisasse meu pai onde estávamos. Isso nos salvaria caso desse algo errado em Jotunheim e provaria mais uma vez que Thor não está pronto para governar.Quando chegamos na cúpula, onde ficava Heimdall, tentei negociar nossa saída com minhas habilidades persuasivas, porém, tentar enganar o cara que vê tudo é impossível.
-Sua roupa não é quente o bastante.
-Como disse? Olha, nós...-tentei falar
-Quieto! Heimdall precisamos passar.- disse Thor
-Nunca nenhum inimigo passou por mim sem que eu o visse. Quero saber como aconteceu.
-Não diga a ninguém onde vamos e lhe direi.- disse Thor todo autoritário. Chegava a ser patético quando agia assim.
O guardião abriu o portal para nós e, quando vi, estávamos em Jotunheim.
-Esse lugar é horrível. Onde estão todos?- perguntou Fandral.
-Devem estar escondidos, assim como os covardes fazem.
Engoli seco. Aquele lugar não me deixava com frio, mas me trazia uma sensação estranha. Uma espécie de conexão.
Thor parou de frente para o trono e Laufey, rei dos gigantes, apareceu.
- O que fazem aqui?
-Eu sou Thor, filho de Odin.
-Eu sei quem você é. A pergunta é: o que veio fazer aqui?
-Quero descobrir como dois dos seus invadiram o castelo. Não estávamos em paz?
-Ah, você não entenderia. Não passa de um menino sedento por guerras.
-Esse menino cansou de suas mentiras. Não deixarei que passe por cima de nós. Agora conte!
-A casa de Odin está cheia de traidores.
Gelei. Claro, não demonstrei nada, até porque, Laufey tinha muito a perder se me entregasse.
-Não desonre o nome do meu pai!- Thor já estava ficado alterado.

-Vou te dar uma chance de ir embora sem causar um conflito desnecessário aqui.

Thor foi chegando mais perto de Laufey em desafio. Ele só podia ser burro. Agarrei seu braço e falei em seu ouvido:
-Irmão, pare e veja. Estamos em menor número.
Ele ficou em silêncio como quem está decidindo o que fazer, então aproveitei seu momento de silêncio para impedir que uma guerra começasse.
-Aceitaremos sua generosa oferta- eu disse em uma leve reverência- vamos, irmão.
Thor já estava se virando para irmos embora, até que Laufey diz a única frase que não poderia ser dita;
-Fuja para casa, princesinha.
-Droga!- foi a única coisa que consegui falar.
Escutei uma martelada em alguém e fechei meus olhos por um instante. Inferno.
-Próximo-disse Thor com um sorrisinho no rosto.
A luta parecia não acabar nunca. Quanto mais gigantes matávamos, mais apareciam. Escuto um grito e vejo que Volstagg foi ferido.
-Não deixem que toquem em vocês. A pele queima.- gritou Volstagg.

Precisava tomar o máximo de cuidado possível. Usei minhas habilidades com magia para evitar ser tocado. Ouvi outro grito e dessa vez era Fandral. Ele havia sido atingido por um espinho de gelo bem acima do coração. Nesse momento, um gigante de gelo segurou meu braço. Eu esperei a dor vir, mas o que aconteceu foi mais estranho ainda: meu braço ficou azul. O gigante olhou para mim confuso e me soltou em seguida, fazendo meu braço voltar à cor normal. Antes que ele pudesse contar isso para alguém, o matei. Observei meu braço e vi que já tinha voltado ao normal. Nenhuma queimadura, nenhuma dor, nada. Era como se minha pele fosse imune a ele. Foi apavorante.

-Thor, temos que ir- gritei meu irmão
-Então vão- e continuou lutando.
Carregamos Fandral que não tinha condições de correr e fomos em direção ao ponto em que Heimdall nos deixara. Onde estava meu pai? Já era para ele ter chegado. Quando pensamos que não poderia piorar, um monstro de gelo gigante começou a correr atrás de nós, enquanto o chão no qual pisávamos, quebrava lentamente.Quando finalmente chegamos ao ponto, aquele monstrengo horroroso apareceu em nossa frente, nos encurralando. Mas, o grande Thor, apareceu e o atravessou com seu martelo. Morto. Finalmente o bicho de gelo estava morto. Quando Thor foi comemorar se assustou com o exército de gigantes atrás de nós. Naquele momento, uma luz brilhou no céu e a Bifrost foi aberta. Nela apareceu Odin em seu cavalo. Finalmente.
-Pai, vamos acabar com eles juntos- disse Thor erguendo o martelo. Mais idiota do que eu achava possível.
-Silêncio!- mandou Odin.
Então, nosso pai foi direto a Laufey conversar algo que não consegui ouvir. O alívio por estarmos vivos era maior que minha curiosidade em escutar a conversa. Odin nos levou para casa sob uma promessa de guerra de Laufey contra Asgard. Parabéns, Thor. Brilhante.
Ao chegarmos na cúpula dourada, Odin ordenou:
-Levem Fandral para a sala de cura, agora. Quero falar com Thor- ele estava furioso- você tem noção do que fez? Causou uma guerra entre dois reinos em paz. E para que? Puro capricho.
-Eu fui mostrar para eles que não podem passar por cima de nós.
-Você é teimoso, ganancioso e muito mimado- gritou meu pai.
-E o senhor é um velho e um tolo.- agora a coisa ia ficar feia. Temi por meu irmão. Apesar de idiota, isso tudo poderia ter sido evitado.
-Tem razão. Eu fui um tolo por acreditar que você estava pronto.- eu sempre quis ouvir aquilo, mas eu conheço meu pai o suficiente para saber que após essa frase, algo terrível estava por vir.

Não queria que meu irmão fosse punido, apenas que fosse colocado em seu devido lugar. Então, tentei intervir.
-Pai, eu...
-CALADO!

Assustei com o grito. Ele estava realmente sem controle algum.
-Agora, eu retiro o seu poder- pegou o martelo- em nome do meu pai e do pai dele. Eu, Odin, bano você.
Thor voou pela Bifrost e foi lançado em algum lugar no espaço. Não consegui conter minha cara de choque. Tudo saiu do meu controle, mas não podia demonstrar nada. Thor era agraciado por todos e seria perdoado muito facilmente, inclusive por meu pai. Porém, eu sabia que o mesmo não aconteceria comigo se eu fosse descoberto. Não importava a gravidade dos meus crimes, eu sempre seria o punível. Não consegui dizer uma palavra sequer. Precisava pensar num plano para sair por cima disso e salvar Thor sem que ele desconfiasse. De uma coisa eu tinha certeza: ele faria de tudo para conseguir voltar e seus amigos brutamontes fariam de tudo para conseguir trazê-lo de volta. Eu precisava pensar em algo urgentemente.
Quando percebi, estava sozinho na cúpula. Naquele instante, Heimdall chegou e disse:
-Sigyn está angustiada lhe procurando, Loki. Sugiro que vá vê-la.
Odiava quando esse guardião dava palpite na minha vida. Sem responder mais nada, eu fui direto ver Sigyn e contar a ela o que aconteceu.



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