Capítulo 5

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P.V LOKI
Depois de resolver o "mistério" da passagem secreta para Asgard, fiz o caminho do salão de festas. Odiava festas, mas era aniversário de Sigyn. Não podia decepcioná-la mais uma vez. Antes de chegar ao salão, uma morena me parou e fez uma reverência.
-Alteza, posso acompanhá-lo até o salão?- ela falou tentando me seduzir. Controlei o impulso de revirar os olhos pela tentativa frustrada.
-Claro, estamos indo para o mesmo lugar, não é mesmo?
Ela sorriu e segurou meu braço. Ah, que mulher tediosa. Falou o caminho todo e eu não aguentava mais ouvir um "A" que ela dissesse. Apenas sorri por educação, mas nem tentava responder qualquer pergunta dela, já que a mesma nem me deixava fala. Assim era melhor. Ficaria igual uma louca falando sozinha. Quando abri as portas do salão, vi algo que não gostei. Na verdade, odiei com todas as minhas forças. Sigyn estava dançando com aquele nobrezinho asqueroso. Nem lembro o nome daquele energúmeno, só sei que ele é famoso por conquistar donzelas e depois as abandonar. Quanto mais eu olhava, mais furioso ficava. Ela estava rindo e dançando. Aposto que está querendo me ferir por causa da briga. Eu não falei sério quando mandei que seguisse em frente com outro. Ah, mas ela vai ver só. Estendi a mão para aquela insuportável que estava tagarelando ainda e disse:
-Me concede essa dança?
-Claro, príncipe Loki.-fingi um sorriso e a levei para o centro do salão, próximo ao casalzinho nojento. Dei meu melhor sorriso e dancei. Senti o olhar de Sigyn em mim e sorri satisfeito. Claro, ela não tinha nem ideia do motivo do sorriso, então eu estava em vantagem. Mais uma vez, o ódio me consumiu. Ela estava tão linda!Era para dançar comigo, rir das coisas que eu lhe dissesse e observar as roupas cafonas dos convidados. Não era para estar nos braços de outro. Respirei fundo e continuei a dançar. Assim que a música acabou, fiz uma reverencia para a insuportável na minha frente e beijei-lhe a mão. Sou bom em mentiras, mas confesso que já estava enjoando de tantas numa só noite. Saí o mais rápido que pude e fui em direção a minha mãe, que me olhava decepcionada. Aquilo foi uma facada no meu peito.
-O que estava fazendo, Loki?
-Dançando.
-Por que? Odeia danças.
-Sim, mas um príncipe precisa cumprir regras mesmo contra sua vontade.
-Dançar nunca foi lhe imposto.
-Não pela senhora.
Frigga se calou. Suspirou frustrada.
-Não magoe Sigyn. Ela não fez por mal. Estava me perguntando sobre você, quando o jovem a tirou para dançar.-me senti mal por tê-la provocado.
-Não se preocupe. A compensarei.
-Tome cuidado, filho. Seu pai e o pai de Sigyn estão de olho em vocês.
-Serei discreto.- minha mãe sorriu e acenou com a cabeça. Desci indo em direção a Sigyn que estava terminando uma taça de vinho. Antes que eu pudesse chegar, um outro nobre, provavelmente filho de alguns dos conselheiros, a tirou para dançar. Ela aceitou de bom grado e seguiu sorrindo para o animal que a acompanhava. Que ódio. Fui direto para a mesa de bebidas, fingindo que era esse meu objetivo desde o início.
 -Príncipe Loki.-ouvi uma voz conhecida.
-Lorelei- levantei a taça em cumprimento. Lorelei era uma amiga de infância, mas que odiava Sigyn. O que estaria fazendo aqui então?
-Aproveitando a festa, alteza?- perguntou provocativa.
-Muito e você?
 -Está insuportável.
-Bom, pode se retirar então. A porta de saída é a mesma da de entrada. Creio eu que já conhece o caminho.- falei e continuei observando Sigyn, que me olhava séria enquanto dançava.


P.V SIGYN
Ver Loki chegar acompanhado de uma morena bonita já me doeu, mas vê-lo sorrindo e conversando com minha maior inimiga foi demais. Eu queria chorar. Sempre soube que Lorelei queria Loki para ela, e por isso, sempre tentou me tirar do caminho. Que ódio! Precisava fingir total felicidade naquela noite mas estava cada vez mais complicado. Respirei fundo e desfiz a carranca que percebi ter formado.
-Está tudo bem, alteza?- perguntou o rapaz a minha frente. Nem lembro o nome dele.
-Sim, sim! Apenas um mal estar, mas já passou!
-Quer pegar um ar?
-Eu adoraria.- precisava sair dali urgentemente. Ver aquela ruiva imunda estava me tirando do sério.Ele segurou minha mão e me guiou até a sacada do salão. O vento estava bagunçando um pouco meus cabelos, mas eu nem me importava. Só queria respirar um pouco.
-Princesa, eu imagino que deva escolher um noivo para que possa governar ao seu lado, certo?
-Na verdade, não preciso de um rei para governar. Posso muito bem fazer isso sozinha.
-Me perdoe, alteza. Não quis ofendê-la.
-Entendo-ri baixo-também entendo que meu pai vai me obrigar a escolher um noivo.
-Sim, era sobre isso que eu queria lhe falar. Sou filho de um dos conselheiros reais, sou nobre, educado e ligado ao trono de certa forma. Já estou sendo preparado para saber dos assuntos dos nove reinos e poder auxilia-la no futuro. Porém, gostaria de poder auxilia-la mais de perto. Não como conselheiro, mas como rei. Posso conquistar seu coração se me permitir.-dito isso, ele se aproximou do meu rosto e depositou um beijo em meus lábios. Eu nem conseguia me mover. Não estava correspondendo, mas não reagia. Fiquei estagnada, em choque, mas me recompus e falei da forma mais gentil possível:
- Olha, eu agradeço a sua proposta e compreendo que é um pretendente adequado e interessante, mas devo recusar a oferta. Não pensarei em casamentos ainda.
-Tudo bem, mas não esqueça da minha proposta caso queira um bom companheiro ao seu lado. Estarei sempre aqui para lhe servir, da forma que vossa alteza escolher.
-Fico muito grata por ouvir estas palavras. Contarei com o senhor.
Ele segurou minha mão e beijou-a de forma doce e demorada. Sorri com o ato e acenei com a cabeça.
 -Vamos voltar, princesa?
-Sim, vamos voltar.
Segurou minha mão e voltamos para o salão. Procurei um par de olhos verdes por todo o canto, mas não encontrei nada. Onde ele está? Fui interrompida de minha busca pela voz de meu pai, pedindo ao nobre que me entregasse a ele. Dancei mais uma vez pelo salão, mas, dessa vez, melhor acompanhada.
-Estou tão feliz de vê-la assim: bela, deslumbrante e conhecendo futuros pretendentes.- sorri forçado. Não pretendia ter nenhum deles como marido, apenas Loki.
-Obrigada, meu pai. Fico feliz em deixá-lo orgulhoso.
-Sempre deixou, meu amor.
Quando a musica acabou saímos em direção ao trono e sentei no lugar de Loki, ao lado de Frigga.
-Onde ele está, minha rainha?
-Disse que estava indisposto e se retirou. Deve estar cavalgando ou em seus aposentos.
-Será que está se sentindo mal?
-Não parecia, meu anjo. Ele estava irritado. Muito irritado.
Droga, será que ele viu aquele beijo?
-Entendi. Vou atrás dele.
-Não! Você não pode sair do salão. Vão notar sua ausência e logo associarão que está com Loki. Fique. Amanhã resolvemos isso.- concordei a contra gosto. Frigga tinha razão, mas eu não conseguia parar de pensar no que poderia ser. Estava com medo dele ter visto o beijo e pensado que realmente segui em frente. Isso não pode acontecer.

O outro lado da históriaOnde histórias criam vida. Descubra agora