6- Os predadores da Capital

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Gabrielly suspirava com medo, dentro de uma cela minúscula na aeronave onde estava, até que acorda, sendo transportada para fora, ela percebe que estava de volta em Cidade República e seu desespero aumenta, seus dedos tremem, ela balbucia tentando se comunicar com algum guarda sobre a situação atual. Sua aparência estava surrada, testa sangrando, pequenos cortes no corpo e pele ralada. A dobradora de terra é retirada de sua cela e movida a força por dois seguranças em suas laterais, eles descem-na através de uma rampa de metal que a aeronave estica até a superfície. Para o azar e sorte da garota, seu pai estava esperando pela sua chegada, com uma expressão de ódio, horror e repulsão por sua primogênita. A adolescente aproxima de seu parente e é puxada pelo braço, sem piedade ou sensibilidade, o capitão da polícia arrasta sua filha até seu carro e retira suas algemas.

Gabrielly fica em um silêncio perturbante dentro do automóvel.

- O conselho está decidindo se vai executa-la ou retirar sua dominação, de qualquer forma, está fora de casa, pegará suas roupas e vai se virar sozinha! - Diz o homem rabugento, chegando em seu bairro e estacionando o carro.

- Não vai fazer diferença mesmo... - Diz Gabrielly com um olhar consternado para baixo, já em pé no estacionamento após sair do carro

O capitão fecha o rosto e dá um tapa de mão aberta no rosto da garota, jogando sua cara para o lado e levantando seus cabelos com um impulso.

- Você vai sair dessa casa sem nenhum chilique! Ou então eu vou te dar uma surra tão grande que você nunca mais vai conseguir abrir essa boca pra me contestar! - Diz Márcio se aproximando de Gabrielly e olhando no fundo de seus olhos lacrimejados.

Os dois entram dentro da casa e Gabrielly vai direto para seu quarto, antes de abrir a porta de seus aposentos, Márcio avisa-a.

- Você tem 5 minutos!

- Posso pelo menos tomar um banho? - Pergunta Gabrielly submissa

- Cinco minutos! Apenas arrume suas coisas e vaza! - Ordena o rigoroso

Gabrielly finalmente entra em seu quarto e se depara com sua irmã, sentada ansiosa por sua chega. A caçula abraça a fugitiva com compaixão e preocupação.

- Manu... Onde está a mamãe? - Pergunta Gabrielly

- Ela está detida no tribunal agora, respondendo pelo ocorrido daquele dia... - Responde Manu com os olhos cheios de ternura

- Ai meu Deus... O que eu fiz? - Murmura Gabrielly chorando

- Toma banho no banheiro do meu quarto! Seja rápida! Eu arrumo suas coisa! Vai! - Diz Manu encobrindo a irmã

Gabrielly pega uma toalha e entra depressa no banheiro do quarto de Manu. Ela abre o chuveiro e deixa a água escorrer em seu corpo em quanto pega uma bucha vegetal e esfrega em todo seu corpo para limpar a sujeita de terra e sangue, a água fica escura e um pouco vermelha. Gaby começa a esfregar ainda mais seu corpo com a bucha, até o ponto em que sua pele fica sensível e mais arranhada, com medo e desilusão, decepção por tudo que aconteceu e por tudo que ainda pode acontecer, a culpa pelos danos morais que sua mãe levou.
Após 3 minutos rápidos de banho, Gabrielly sai do banheiro às pressas, veste-se adequadamente, pega a mala da mão de Manu e se encontra na sala onde seu pai estava esperando para abrir a porta e expulsar sua filha de casa.

- Amanhã às 08:00, você deve comparecer ao Tribunal de Justiça para ser julgada e em seguida terá a sua dominação retirada na Clínica de Tratamento, não falte, ou então será executada pelo EAD! - Alerta Márcio de forma frigida.

Gabrielly sai da casa e começa a caminhar sem rumo, com sua mala amarela de rodas sendo carregada.
A garota coloca suas lentes de contato, já que seus óculos foram destruídos em batalha, e depois começa a mexer em sua mala para ver o que tinha dentro, ela vê dinheiro e comida que Manu havia inserido, e então sorri com os lábios fechados.
Uma van preta encosta no asfalto ao lado da jovem, abrem a porta e a puxa para dentro, atordoando-a com um choque da luva eletrocinética.

Avatar: A Lenda de Luiza - A Ditadura das Quatro Nações {Livro 1}Onde histórias criam vida. Descubra agora