Sara Silva - Seguindo os rastros

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Sinto falta de me sentar à mesa e comer com meus pais, sinto falta de quando compartilhávamos como foi o nosso dia. Agora isso não existe mais, parece que minhas energias se perderam e eu não as encontro, porém não tenho tempo para procurá-las, então eu busco essa energia dos meus pais, que mesmo mortos ainda me dão forças para continuar e me vingar de quem os matou. Eu posso ser uma garota, porém não sou delicada como uma flor, mas sim forte como uma rocha.

Meu nome é Diana e eu vou me encontrar o ser que matou os meus pais. Eu soube que ele está nessas áreas aqui de Salvador, e eu vou encontrá-lo. Nem que isso seja a última coisa que eu faça... eu quero encontrar a criatura e vê-la morta. Do mesmo jeito que ela deixou os meus pais...

A propósito, eu não sou uma assassina em série, mas acontece que no início do ano de 2021, seres estranhos começaram a aparecer, entre eles vampiros, lobisomens, bruxas e outros seres estranhos que matam sem dó. Por causa disso eu tive que aprender a ser mais forte. Mas acontece que quando eu quis ser forte e salvar quem realmente me importava, eu não tive a chance.

Carrego uma grande cicatriz nas costas e ela revela que eu sou realmente forte, mesmo não aparentando. Tenho o cabelo loiro levemente ondulado, sou um pouco alta e olhos cor do céu quando amanhece. Mesmo tendo um rosto angelical, o meu coração ainda dói quando penso que não pude proteger os meus pais e arde com a justiça que quero fazer por eles.

Na noite do assassinato dos meus pais, eu não me lembro completamente o rosto do homem que esteve lá, mas ainda assim me lembro de algumas características suas. Ele era alto e magro, tinha a pele pálida e aparentava não comer há dias e por isso pediu que nós, o hospedasse em nossa casa. Meus pais aceitaram dar comida e abrigo para ele ficar naquela noite, pois estava chovendo demais e ele não tinha onde se abrigar.

Ele também tinha uma barba mal feita, olheiras fundas, e ombros caídos. Ele usava uma calça e estava com um grande casaco preto fechado, ele abrigava suas mãos nos bolsos do casaco. Não demorou muito para que meus pais estivessem mortos, mas antes disso ele resmungou algo em seu ombro, então eu pude ver do lado de fora pela janela, uma sombria silhueta com olhos vermelhos, mas depois ela sumiu.

Só sei que tempo depois, quando eu, meu pai e o homem estávamos esperando minha mãe para comer, assim que minha mãe se sentou à mesa para comermos, de repente os meus pais foram acertados por duas espadas, uma em cada um. Depois o homem se levantou, olhou para mim e disse "você me agradecerá em breve", e em seguida saiu andando como se nada tivesse acontecido.

Na hora eu fiquei em um tremendo choque, que apenas depois do que pareceu ser meia hora, eu consegui ligar para a polícia. Era demais para mim, ver os meus pais... mortos... na minha frente e eu não poder fazer nada. Assim que a polícia chegou, eu dei todo o depoimento aos prantos e eles chamaram o serviço de policia forense, que analisaram a cena e compararam com o meu depoimento de como tudo aconteceu.

Eles duvidaram de mim no começo, mas depois perceberam que eu estava certa. Os meus pais tinham as espadas nas costas, então foram arremessadas por trás. O homem estava sentado à frente dos meus pais e do meu lado. Não foi ele que arremessou as espadas, mas ele foi uma distração para outro alguém arremessá-las e matar os meus pais, e quando os acertou, em vez de sangue, existia uma substância preta. Eu tinha certeza de que fora aquela sombra misteriosa que eu tinha visto pela janela.

Eu estava decidida a encontrar quem fez isso. Saí de casa na noite do dia seguinte e fui para o metrô. No metrô, tentei me lembrar ao máximo do rosto daquele homem para que pudesse demorar menos em minha missão. Quando eu passo pela última estação, pelo vidro do metrô eu vejo a mesma silhueta com olhos vermelhos me encarando, então decido descer ali naquela estação e seguir essa silhueta.

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