12| Reunion.

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P.O.V Jennie.

Se passaram alguns dias, talvez sete, eu perdi a conta depois do segundo e nem na prisão foi tão entediante como foi esses dias aqui na casa de Lisa, nesse fim de mundo que muitos chamam de "cidade". Sério, como alguém tem coragem de morar aqui por contra própria? Não tem nada para se fazer e a minha única diversão vem me ignorando durante esses sete dias, ou seja lá quantos se passaram. Depois que a ruiva me beijou (que isso fique claro), ela realmente fingiu que nada aconteceu e anda saindo pra caralho, me deixando sozinha na sua casa pois sua mãe anda passando mais tempo na casa da Leslie, mostrando que ela não confia nem um pouco em mim e eu agradeço essa falta de confiança, não teria paciência para cuidar daquela velha esquecida.

A ruiva saiu mais cedo afirmando que teria mais uma das suas reuniões e poderia demorar para chegar em casa, foi as únicas palavras que ela trocou comigo. Então, resolvi esse tempo a sós (mais uma vez) para terminar algum dos livros que eu trouxe e que já estão acabando (onde será que eu arrumo sinal para ligar para alguém de Londres?), também vou aproveitar para lavar as minhas roupas sujas, que fazem dias que estão sendo acumuladas. Argh, eu odeio ficar nesse maldito tédio de Northern Birds.

— You can turn me on with just a touch, baby. - meus pés batiam conforme a batida da música que saia pelos meus fones de ouvido. Ainda bem que eu trouxe esses preciosos, ninguém merece fazer trabalhos domésticos sem música. — I look around and sin city's cold empty (oh). - continuei cantarolando, ainda tentando entender como funciona essa máquina de lavar da época do meu pai.

Eu imaginei que a máquina de lavar dela seria mais atual, ou algo do tipo, mas eu percebi que não tem nada do que eu imaginei e esse negócio nem tem instruções de tão velha que a coitada está. Chamar um daqueles programas que reformam casas para a Lisa, acho que ela está precisando. Saudade da minha máquina em que eu enfiava tudo lá dentro e depois apertava um pequeno "botão" no meu celular e ela começava a funcionar.

I said, ooh, I'm blinded by the lights. No, I cant't sleep until I feel your touch. - dei um pulo para trás, quase arrancando os fones do meu ouvido, quando aquele trambolho da época das cavernas começou a fazer um barulho alto.

Eu quebrei?

Bom, vamos concordar num negócio aqui, esse troço está mais para lá do que para cá; acho que mais alguns usos e ele morre de vez e eu espero que não seja comigo, não quero gastar o meu dinheiro para dar algo para uma pessoa que tem todos os trejeitos para ser rica.

— Merda! Que caralho, para de fazer barulho filha da puta. - dei um tapa forte na sua lateral, fazendo ela parar.

Soltei um suspiro aliviada, pelo menos isso tinha parada de acontecer. Ninguém suporta esse barulho alto para caralho atrapalhando minha música maravilhosa, quero dizer, se ela não tivesse acabado junto com todo aquele barulho.

Eu acho que vou matar a Lisa, sério! Quem deixa sua inquilina sozinha e nem ensina ela a usar a máquina? Eu sei que ela me deu a autorização para usar qualquer coisa aqui, mas deveria ter dado uma aula pois está difícil continuar nessa merda.

— Meu Deus! Amo essa música, pelo amor de Deus máquina mantenha esse seu silêncio e colabore comigo. - murmurei para a máquina velha da Lisa. — Boy, I'm tryna meet your mama on Sunday. Then make a lotta on Monday.

Comecei a dançar com mais felicidade, mesmo que as situações aqui não fossem nem um pouco legal. Qual é, essa cidade é um porre que está me fazendo fazer serviços domésticos numa sexta-feira que eram os meus dias de diversão em Londres. Eu já disse que estou morrendo de saudade da minha cidade natal? Por que ninguém me leva de volta pra lá? A garota que eu queria estar comendo, anda me ignorando por causa de um beijo, um fuck beijo.

𝙿𝚜𝚢𝚌𝚑𝚘 - Jenlisa G!POnde histórias criam vida. Descubra agora