Sir Malik conduziu Louis até Harry, ele e sir Payne estavam no início de um caminho de pedras que ia para uma parte menos iluminada do jardim.
Harry ofereceu - lhe a mão para que ele não tropeçasse. As pessoas na festa estavam produzindo barulho em um volume considerável alto demais. Louis olhou para as estrelas e Harry acompanhou seu olhar.
Quando Louis percebeu que o barulho estava distante olhou em volta, havia uma fonte na sua frente. O caminho de pedra levava até a mesma. Dos dois lados havia um banco em formato de meia lua e uma macieira.
Quando em fim se sentaram em um dos bancos, a exaustão preencheu Louis, Harry por outro lado continuava firme, nenhum cansaço evidente. Louis observou o lugar e imediatamente lembrou - se de Doncaster. Onde estava era possível ver Leeds sobre as estrelas e o luar da noite, a sensação era como se ele estivesse sentado na grama verde do penhasco atrás do castelo que nascera. Ele sempre buscara a calmaria do penhasco com vista para o mar quando seus pensamentos estavam conturbados demais. A brisa fresca do mar batia em seu rosto como se ele fosse apenas mais um rochedo. Louis respirou fundo e fechou seus olhos para degustar de sua saborosa memória, e logo um sorriso se formou em seus lábios finos.
- No que está pensando?
Louis abriu seus olhos e viu ao lado um jovem rei com um sorrisinho de curiosidade observando sua face.
- Nada de mais, apenas lembranças. - ele balançou a cabeça.
Eles ficaram em silêncio, ouvindo, bem distante, a cantoria. Louis com a bravura que o álcool lhe deu olhou para Harry, ele não tinha a intenção de falar algo, somente observar. Harry apenas retribuiu. Nenhuma palavra foi dita. Na tentativa de conter um sorriso tímido, algo fora de sua natureza, o garoto de olhos verdes passou a língua suavemente sobre o lábio inferior. Aquilo saiu provocador e convidativo. Talvez Louis tenha interpretado errado, talvez Harry não fosse tão malicioso assim, talvez fosse apenas o jeito dele.
Louis colocou uma das mechas do cabelo do maior atrás de sua orelha, ele sentira a temperatura congelante do metal da coroa do outro e a temperatura quase similar da pele de Harry. Harry agarrou sua mão e a pressionou contra a maçã de seu rosto. Sua mão grande sobre a de Louis, como se buscasse tomar o calor do menor para si, para o seu próprio corpo. Não demorou muito para que Harry soltasse a mão de Louis. O de olhos azuis não entendeu a relevância do gesto.
- Você está bem? - ele perguntou em um tom bem baixo depois de uma longa pausa.
Louis não sabia se ele ainda estava falando sobre o ataque, a recente coroação ou o estado física dele naquele momento.
- Sendo sincero, estou extremamente cansado. - ele riu de si mesmo, sabendo muito bem o porquê.
- Entendo. Vamos nos deitar. Provavelmente as suas coisas já foram levadas para os meus aposentos.
O rubor veio ao rosto de Louis, ele se sentiu bobo. Mas conseguiu disfarçar e não disse nada, apenas consentiu.
Harry se colocou de pé estendendo uma da mãos para Louis se levantar. Eles caminharam juntos para o castelo, naquele momento de proximidade Louis respirou fundo e pôde sentir o cheiro que emanava de Harry. Seria algo como ferrugem e um jardim florido, Louis sabia que o cheiro de ferrugem não vinha da armadura do rei. O cheiro de ferro ficava em segundo plano em comparação ao aroma de flores. Louis deixou sua mente vagar sobre as teorias selvagens que viam ao imaginar porque daquele cheiro.
Ele não conseguiu perceber em que momento percorreu todo o caminho até o seu novo quarto. Ele viu vultos dos detalhes da porta larga e alta do quarto antes de entrar. E ouviu os guardas montando vigia do lado de fora, provavelmente não era sir Malik e Payne.
O espaço era grande e amplo. Onde se localizava a cama era um degrau mais alto que as outras divisões do recinto, era uma cama tão grande quanto a do quarto anterior de Louis. No meio do quarto, um conjunto de sofás com estofado vermelho em torno de uma mesa de centro retangular. Do outro lado, havia uma grande abertura que só poderia ser tampada com um portão de cinco metros de comprimento, alí era o banheiro, com uma banheira, ou piscina, ou fonte. Louis não entendeu por causa de seu estado. Uma porta entre aberta estava próximo ao banheiro, mas não era possível ver o que estava lá, apenas se o recém coroado rei se aproximasse. Era algo para se explorar em outro momento. Uma varanda coberta poderia ser encontrada depois da sala de estar. Com uma mesa de jardim, cadeiras e vasos de plantas em tamanhos intercalados..
- Você pode se deitar, não pretendo dormir agora. - a voz de Harry se fez presente. - Se deite na cama, vou me deitar em um dos sofás. - Harry concluiu olhando para a feição do menor.
Louis não entendeu. Aquele não deveria ser o momento em que eles fariam sexo?
- Não vai acontecer nada? - a boca de Louis o traíra.
O silêncio tomou conta, nenhum deles se moveu. Harry com os seus olhos verdes calculava a frase que acabou de ouvir.
- Você quer que algo aconteça? - ele rebateu genuinamente. - Não seria apropriado, eu não sou nenhum rei velho grotesco que se prende ao poder de consumar o casamento para provar sua masculinidade. É egoísta demais. - ele olhou para baixo por alguns minutos pensando.
Louis sentiu que ele procurava algo gentil para retirar o pesar do ambiente. Quando finalmente encontrou o que dizer levantou a cabeça e proferiu:
- Me desculpa... Eu não sabia que você estava com essa ideia na cabeça. Eu não faria isso com você. E... - ele fez uma pausa, como se as próximas palavras fossem duras demais para serem ditas de uma vez. - Nesse momento eu vejo que você não está totalmente sóbrio. - ele disse mais para si do que para Louis.
Louis se odiou pela falta de controle de seus pensamentos e pelo consumo nada moderado de vinho. Ele não sabia o que dizer.
- Não se preocupe com isso, certo? - o maior disse.
- Certo! - a voz de Louis quase falhou por vergonha de sua tolice.
- Você pode me ajudar com uma coisa? - ele sorriu suave.
- Claro. - Louis disse de imediato, aceitando a iniciativa do outro para uma mudança de assunto.
Ele abriu bem os braços, mostrando todo o seu corpo coberto pela armadura e o menor sorriu compreendendo muito bem a situação.
- Geralmente peço ajuda ao meu chefe da guarda, mas... - ele riu sem graça.
Harry tirou sua coroa de diamantes e a colocou sobre a mesa de centro. Louis o ajudou a abrir as laterais da parte superior da armadura, assim ele poderia tirar o resto sozinho, decisão do próprio, pois não queria ocupar Louis com aquilo. Harry retirou a parte da armadura já solta, revelando sua blusa preta um pouco amassada.
Louis retirou sua coroa e a colocou junto a de Harry. Ele se deitou na cama depois de retirar suas vestes. E adormeceu observando um grande rei retirar sua armadura na penumbra.
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prometido ao rei
FanfictionLouis, era o primogênito de uma família nobre. Ele tinha apenas doze anos quando fizeram um acordo, onde Louis se casaria com Harry, o futuro rei sangrento, assim que seus dezoito anos chegasse. Já havia se passado seis anos desde que o acordo foi a...