Capítulo 7 - Mudança

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Katsuki aqui.

Não me lembro como ou quando cheguei numa casa relativamente grande, mas não exagerado na cidade de Tóquio. Pelo que eu pouco sabia, minha prisão estava em outro estado. O tempo todo, exceto os momentos em que tive que andar na estrada, ou quando tinha muitas pessoas olhando, quer fosse no carro ou avião, sempre estaria sentado no colo de deku e com a cabeça deitada em seu peito forte e morno ouvindo seu coração bater forte e ritmicamente.

Aquele cheiro sempre presente de morango maduro fazia meu nariz inconscientemente cheirar o pescoço branco de aparência macia diante dos meus olhos. Deitei em seu ombro e continuei o cheirando durante toda a viagem. Mesmo em estado apático, pude sentir o corpo dele estremecer abaixo de mim toda vez que eu fungava no seu pescoço que começava a ficar vermelho. Olhando para sua cara, talvez um tomate pudesse competir com a cor profunda avermelhada em suas bochechas frias e rígidas.

Por alguma razão cósmica, fiz algo que pensei que nunca mais iria fazer. Eu sorri. Meu rosto doía da falta de exercício, mas não pude deixar de rir. Deku olhou para mim atordoado, e aquilo despertou minhas memórias antigas de quando gostava de provocar esse iceberg quando era mais novo, só para ver quão fofo ele ficava depois.

Uma nova vontade começava a acender no meu coração congelado. Não era forte o suficiente para derreter muito, mas a brasa da mudança tinha sido acesa em minha alma quase apagada, mas só descobri isso depois.

Deku ao talvez ver a mudança de um zumbi que eu deveria ter, a uma lasca do meu velho eu sorri calorosamente num sorriso curto, mas que dele eu podia perceber o amor e alivio pesado ali para mim. Mesmo que eu soubesse que ali era deku, a imagem do meu fantasma de cabelo vermelho se sobrepôs, e meu sorriso murchou e apenas resolvi dormir com a cabeça no ombro dele. Pela primeira vez em 1 ano de luto, não tive pesadelos e pude finalmente dormir em paz e relaxar.

1 mês passou rapidamente desde que vim morar na casa de deku. Mesmo que a casa fosse grande, não tinha nenhum empregado e tudo era feito por deku, que como ele disse era uma forma de relaxar para ele. Mas o resultado do seu relaxamento era que eu quase preferia estar na prisão de novo, do que viver diariamente numa casa lotada de lixo por todo canto, papeis, comida que não seria menos tóxica do que o lixo radioativo, e um cara descuidado que não tinha vontade de arrumar a casa se não afetasse seu treino ou estudo.

Não se sabe se era os céus que criaram um milagre, mas meus sentimentos de apatia e depressão foram lentamente destruídos pela raiva e um pouco de alivio. Eu já tinha perdido as esperanças de voltar ao meu antigo eu irritado, mas descobri que as listras de um tigre nunca somem.

Minha raiva levou metade do mês até que explodi, e resolvi passar o tempo em que eu ficava depressivo fazendo algo produtivo colocando a casa em ordem, e como dizia minha velha mãe, sendo uma boa esposa e dona de casa. Lembrar meus pais me faz sorrir de nostalgia.

E foi naquele momento em que percebi algo que deveria ter feito a muito tempo. Me reerguer. Kirishima me amava o bastante para querer que eu não afundasse em solidão como estive fazendo, e sim renascesse das chamas em mim. Levei uma semana limpando todo o lixo, lavando a casa e pintando a casa inteira. De alguma forma foi divertido.

Usando somente uma boxer de deku que encontrei limpa no banheiro, apesar de sentir um pouco apertada na frente, não me importei e comecei a limpar tudo enquanto meu belo corpo estava quase totalmente exposto. Deku tinha saído numa missão e iria voltar no sábado. Daria essa pequena surpresa a ele como agradecimento por todo o apoio e ajuda em que ele me deu para sair da escuridão da minha mente depressiva.

Sabendo que precisava de um recomeço, entrei na internet no notebook e olhei minha conta bancária que ainda tinha alguns zeros grandes, presente de herança dos meus pais. Andando até meu quarto sem graça e vida, e abrindo meu armário com nada além de cuecas e algumas camisas velhas, peguei minha carteira quase intocada e pegando uma calça jeans, uma camiseta preta colada com capuz de deku e pondo fones de ouvido, tranquei a casa e fui as compras com meu cartão preto.

Chuva ArdenteOnde histórias criam vida. Descubra agora