controlar v.t.d
1. Exercer o controle.
2. Submeter a controle.
3. Dominar (emoção, temperamento, etc.)
4. Manter o controle.
A Z U L
Tudo o que cobre o céu. É escuro, mas também é claro, enfeita cada pedaço de canto que se pode ter visão. É o universo completo de cabo à rabo. Também é o oceano, os rios e as cachoeiras, são os olhos limpos de melanina.É a paz que ela sente, a amizade na cor.
V E R D E
Plantas, quase tudo que cobre o chão. É vivo e respira, traz tranquilidade. É a clorofila do cloroplasto das plantas, a pigmentação.V E R M E L H O
É o sentimento, é gritante e traz alerta, fome e raiva. É o que lembra o seu passado. É a cor que ela mais odeia, mas também aprecia nas pétalas das flores, nas frutas vermelhas e maduras, nas maçãs do rosto de seu amor.É o amor e o ódio.
B R A N C O
É o que ela sempre teve. Uma grande tela em branco, vazia e apática. Um grande vazio cheio de cor.P R E T O
O medo. As lembranças. Os murmúrios. Os castigos. A peregrinação em busca da liberdade. A passagem da menina para a mulher.
C A S T A N H O
Da madeira. Da castanha. Dos olhos.É o que ela ama.
(...)
Seu primeiro trabalho na universidade foi a criação de uma arte própria.Larissa maneou, ponderou, pensou e debateu sobre o que queria fazer, ou o que deveria fazer.Não gostava de ter algo assim tão vago para fazer, pois cresceu tendo regras do que poderia ou não fazer, então não era tão fácil assim apenas desmanchar e expressar pensamentos com livre arbitragem.
Sua mente girava em seu trabalho, mas vez ou outra se jogava na ala em sua cabeça designada à Ohana Lefundes. Pensava no quão bipolar e estranha ela havia sido na sexta passada, e de como aquele beijo havia sido diferente e significativo.Mais do que nunca ela tinha os pensamentos de Ohana, e eram quase vinte quatro horas por dia destinados à ela.
Larissa tinha a faca e o queijo na mão, mas era como se fantasmas do seu passado segurassem seu pulso. Estava livre, mas ainda sentia o peso de seu confinamento.
Pensava se deveria discutir com alguém sobre aquilo, sobre sua infância e pré adolescência.
"Não conte sobre seus castigos, Larissa."
Ela se lembrava.
"Não seja uma garota pior, Larissa."
Ele sussurrava em sua mente.
O telefone tocou embaixo de seu travesseiro, era um telefone celular que Benjamin a obrigara a comprar. Tinham três contatos, dentre eles Benjamin, Lucas e o número de serviços da operadora.
Deslizou o dedo pela tela de mensagens, ainda era um pouco confuso tudo aquilo, mas facilitava na comunicação com seus
amigos.
Bom dia, Lari! Benjamin me mandou seu número essa manhã, espero que não se importe! xoxo, Ninha.
Larissa sorriu. O que diabos significa "xoxo"?
Ótimo dia, Ninha, e sem problemas (: — Larissa.
Bocejou e se levantou da cama, olhou no relógio do celular e viu que ainda era um pouco cedo, mas de qualquer forma ela não tinha costume de dormir até tarde mesmo.
Era seu dia de folga, então aproveitou para limpar a cozinha, pois ontem havia sido seu dia de lavar a louça.
Lucas foi o primeiro a se levantar. Ele se arrastou pela cozinha com uma grande cara de sono e procurou o leite na geladeira enquanto Larissa secava o último copo.
— Bom dia, Lu.
— Bom... — bocejou. — Dia, Lari...
— Benjamin já saiu? — Perguntou, mais para puxar assunto.
— Acho que sim, eu mal o vi saindo essa manhã, estou morto.
— O rapaz reclamou com alguns biscoitos de aveia na boca. — E você, vai sair hoje?
— Hum, não sei. — Deu de ombros sentada em uma das cadeiras da mesa.
— Por que você não chama a Ohana para dar um passeio? — Lucas diz como quem não quer nada.
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colors • Ohanitta
FanfictionLarissa nasceu sem suas cores. Tudo o que enxergava, literalmente, era apenas o preto e o branco. todos os direitos e créditos: © cannabiscabello