sometimes love is not enough and the road gets tough, i don't know why

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amor s.m

1. Afeição viva por alguém ou por alguma coisa.

2. Sentimento apaixonado por outra pessoa.

3. Sentimento de adoração de um grupo de pessoas ou de alguém em específico por um ideal real ou abstrato.

4. Pessoa amada.

5. Amor platônico. Amor isento de desejo sexual.


Sentado no mesmo sofá de anos atrás, ele começou a divagar se havia sido uma boa ideia atravessar o país em seu carro.

— Aceita uma água? — Vestida em roupas engomadas e alinhadas, como uma boa dona de casa, ela perguntou.

— Eu vou ser breve, eu quero minhas irmãs. — Repetiu pelo o que seria a quinta vez.

A mulher se aprumou e caminhou até a poltrona em frente à Renan. Ela era a mesma de antes, apenas com algumas rugas e fios brancos a mais.

— Seu pai está quase para chegar e vocês poderão conversar. — Disse dura, olhando o relógio ao lado do crucifixo na parede.

— Ele não é meu pai! — Exaltou-se, retirando alguns fios de cabelo que caiam sobre o seu rosto. — Onde está Larissa?

— Larissa não está mais conosco.

A mulher parecia uma rainha de gelo, com seu coque perfeito e puxado. Isso irritava Renan.

— Vocês mataram ela? — Levantou-se, os punhos fechados. — Além de nos roubar de nossa mãe, vocês ainda mataram ela? — Gritou enfurecido.

A mulher suspirou e ajeitou a saia.

— Nós não sabemos se aquele pecado está viva ou morta. — Iniciou com seu olhar de gelo. — Ela fugiu já faz quase um ano, assim como você, ela deu as costas para a família amorosa que ela tinha.

Renan riu descrente, se lembrava muito bem do tratamento que Larissa recebia.

— Vocês batiam nela e até estupravam a porra da garota! — Chutou a mesa de centro, completamente enraivecido. — Não me surpreende que ela tenha fugido!

Ele arfava com raiva no centro da sala, as mãos na nuca tentando se acalmar, enquanto a mulher continuava imparcial em sua pele de mulher fria.

— Mãe? — A garotinha estava assustada com aquele homem que gritava.

— Manuela, volte para o seu quarto, querida — Levantou-se, agora assustada.

— Manuela? — Renan sorriu amigável, para a garotinha que parecia assustada em seu vestido floral. — Sou eu, o Rê.

— Renan? — Manuela se esgueirou entre os braços da mãe e correu até o irmão, pulando no rapaz.

— Você está bem? Eles te trataram mal? — Renan analisava o pequeno corpo da menina, buscando marcas ou feridas, mas parecia limpa e impecável.

— Manuela é nosso milagre, Renan. — Ajeitou o cabelo, novamente olhando para o relógio. — Ela nos acompanha até a igreja todos os domingos e já até aprendeu a fazer suas orações sozinha.

Renan abraçou com força a garotinha, pois o que ele mais temia era que Manuela também sofresse abusos.

— Nós iremos passear agora, Manu. — Ele falou ao caminhar até a porta da casa.

— Você não pode chegar aqui e levar a minha filha assim sem mais nem menos! — Ela gritou.


— Você não é a nossa mãe! — Ele rosnou indo até o seu carro e sendo seguido por aquela que se dizia ser sua mãe.

— Eu cuidei de você e daquela sua irmã imunda! — Gritou novamente. — Você não pode levar a minha Manuela assim!

— Eu posso. — Afivelou Manuela no banco de trás e fechou a porta, indo até a mulher que agora parecia arrasada. — E eu vou!

colors • OhanittaOnde histórias criam vida. Descubra agora