𝐑𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐨𝐟 𝐦𝐲 𝐥𝐢𝐟𝐞 - 𝐘𝐢𝐳𝐡𝐚𝐧

Só quero que nunca mais nos separemos -parte 1

Só quero que nunca mais nos separemos, e, se algum dia as minhas palavras te angustiarem, lembre—te de que sentirei a mesma angustia debaixo da terra.

O morro dos ventos Uivantes.

— Yibo, você acredita em vidas passadas?

O timbre baixo e cauteloso, beirando a timidez usado por Zhan, fez com que Yibo desviasse a atenção do filme, para olhar seu noivo que estava com a cabeça erguida em sua direção o máximo que a posição deitado com a cabeça no peito do médico permitia, aqueles belos olhos de corça lhe sondavam tão intensamente, que Wang precisou umedecer a garganta para que a voz saísse sem falhas. Wang podia notar a imensidão de perguntas e pensamentos que estavam à deriva nas írises negras de Xiao, ainda em silencio, mas tão barulhentas como o som de uma corneta.

As vezes Wang sentia que aquele par de olhos negros, eram capazes de sugar sua alma para a imensidão, mas mesmo assim, não conseguia, como se sofresse de hipnotismo, desviar os olhos ou recusar corresponder àquela intensidade. Ele era uma mariposa, uma mariposa presa no brilho perigoso e no calor aconchegante da lamparina, linda, bela e extremamente mortal.

Um minuto inteiro passou sem nenhuma resposta. Ambos perdidos em contemplações perigosas. Contudo, essa demora não é bem vinda quando se trata de alguém que tem um grau de ansiedade elevada, mesmo que esteja em tratamento e tendo ótimos resultados.

Para o ansioso, muito silêncio após uma pergunta que levaria apenas um simples sim ou não, é capaz de causar um coração acelerado, um nó na garganta, mãos suadas, e pensamentos desastrosos, como os que o moreno começou a ter e sentir.

Zhan ergueu o queixo de modo que pudessem cruzar o olhar e sondar a razão da mudez, enquanto tentava acalmar a respiração ofegante, que estava preste a romper e as pequenas palpitações já perceptíveis.

Xiao Zhan se culpou amargamente por ter sido ele mesmo quem buscou por esse estresse emocional, ao finalmente ter coragem de fazer aquele questionamento tão abertamente, depois de encontrar alguns livros relacionado ao tema na biblioteca pessoal do acastanhado, e, diga—se de passagem, aquela biblioteca lhe causara uma sensação de nostalgia e dejavu, que lhe trouxe saudade e um sentimento de infelizmente não poder mais reviver seja lá o que fosse.

Talvez, apenas talvez, se Xiao não estivesse naufragado em sua própria perturbação, teria percebido que Yibo procurava desesperadamente por algum tipo de reconhecimento ou motivo oculto daquela pergunta, antes de finalmente responder.

— Hm, acredito – A resposta foi direta, curta e firme, pegando o herdeiro desprevenido com a intensidade e calor que tanto as palavras quanto o olhar de amado provocaram em seu corpo, como se quisesse dizer mais do que apenas aquelas simplórias sentença. — Você é a minha alma gêmea. Você foi e sempre será Zhan.

Xiao Zhan foi incapaz de fazer outra coisa que não fosse encarar Yibo, os olhos arregalados tão brilhantes que um toque de desespero refletia naquelas profundezas. Ele queria secretamente acreditar naquilo, ao mesmo tempo que aguardava o amado irromper em risada, revelando que estava apenas brincando, para só então responder com sinceridade e logica.

Mas por que Yibo não fazia isso?

Porque o olhava como se séculos tivessem se passado e estivessem em uma outra época, mas o sentimento... que ardor era esse desesperado de ânsia e gula pela presença do outro?

Xiao não estava preparado para aqui. Na verdade. Zhan queria uma negativa seguida de alguma explicação cientifica do por que vida após a morte seria apenas histórias infantis, crenças e dogmas de povos antigos esquecido em tempos remotos. Apenas uma lenda apaixonada usada por poetas e escritores, que floreavam suas frases com doçura de como algumas almas tinham a chance de reencontrar a pessoa com a qual estava predestinada e com isso, corrigir erros do passado que em sua antiga vida não teve a chance.