Leblon

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- Bom dia. - respondi.

Juliette resolveu que precisava de um banho. Abriu a porta do box e se enfiou comigo, meu coração sacudia meu peito de tanto nervoso. A escova de dentes estava pendurada na boca, resolveu escovar os dentes no chuveiro, comigo.

- Você percebeu que estou tomando banho?

- Percebi.

- Então me dá licença. - eu ainda tentava me esconder nas mãos.

- Jura que você tá se cobrindo de mim? - perguntou com a boca cheia de espuma.

Meu Deus, isso nunca aconteceu comigo e Pocah! Mesmo quando dormíamos juntas, nunca havia ficado assim com ela em quatro anos.

- Eu quero que saia. Estou no meu momento!

- Nosso momento, porque não vou sair, tenho compromisso e não posso me atrasar e também não vou tomar banho frio.

- Você é muito folgada, Juliette. Esse banheiro é meu.

- Segundo nosso acordo e o meu contrato de noiva, o banheiro é nosso agora, portanto, me dá licença, vai se ensaboar pra lá que é minha vez agora.

Ela foi me empurrando para o canto e se enfiou embaixo d’água, eu virei de costas pra ela, as mãos na cintura, indignada.

- Aí Juliette você é uma grossa.

- Sou é? - de repente ouço ela gargarejando e cuspindo. Que absurdo. - Acho que sou sim.

- Por que não apareceu pra experimentar a roupa do casamento? - sério que foi isso o que resolvi dizer??

- Problemas. Você não viu na mensagem?

- Vi. Que tipo de problemas uma pessoa como você pode ter? Alguma emergência ginecológica?

Ela começou a rir e não parou! Me virei ainda com as mãos na cintura e uma cara bem feia.

- Não gosto quando ri de mim.

- Então deixa de ser engraçada, ué. - respondeu sorrindo - se bem que... olhando você assim, toda molhadinha, não tenho mais nenhuma vontade de rir.

Me virei novamente, mas sentia seus olhos em mim. Ela me abraçou por trás devagarinho e senti um tremelique estranho logo abaixo do umbigo. Fez questão de segurar meus seios, firme nas mãos.

- Senti sua falta galega.

Tava na cara que ela podia sentir meus batimentos acelerados. Me puxou para baixo do chuveiro, me virando em seguida para encará-la, nossos corpos colados debaixo d’água e eu quase convulsionando.

A mão dela agora em minhas costas, a outra em meu pescoço, logo abaixo da linha do maxilar,

- Também senti a sua. - pronto eu disse, porque era verdade e porque aquela situação toda estava me matando.

Senti seus lábios tocando os meus delicadamente, sua língua macia acariciando a minha enquanto me puxava mais para ela, já estava me vendo sendo levantada por ela no chuveiro, sendo penetrada por dois, três dedos e fazendo amor.

Fazendo amor. Que amor?

Não queria parar o beijo, mesmo sabendo que nada daquilo era real. E foi Juliette quem nos separou, me deixou embaixo do chuveiro e saiu se enrolando na toalha e sem dizer uma só palavra.

Passei a mão no vidro para tirar o vapor e poder vê-la.

- Jul... - não dava pra minha voz sair mais fraca?

- Sarah, tenho um compromisso que não posso faltar, te encontro no local do ensaio de casamento.

- Tá. - “ tá?”, só isso? Faz ela ficar sua burra! Você precisa dela! Eu preciso dela, eu..- Juliette.

A acompanhante - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora