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- Espera.

- Preciso ir embora, já estou bem, obrigada.

- Você sente o que por mim? - Nossa. Que direta.

- Não te interessa, pra ser sincera.

- Você me ama?

- Você tá louca? Como amaria uma garota de programa? Não me leve a mal, não tenho nada contra, mas...

Ela me tomou os lábios com urgência num beijo fora de qualquer controle, com vontade, com tudo. E me arrastou numa onda de inúmeras emoções das mais loucas e imprevisíveis. Eu senti suas mãos percorrendo meu corpo, me apertando, me querendo, me explorando, e não consegui me desvencilhar de seus braços que me puxavam de encontro ao seu corpo, segurava minha nuca enquanto explorava minha boca, mordia meu pescoço ao ponto de me ferir, eu gemi, ela segurou meus cabelos nas mãos puxando firme meu rosto pra trás, arrancando meu último suspiro de sanidade.

Apertando minha bunda, diminuindo a distância já ínfima entre nós, e eu senti minha cabeça girar e girar enquanto era conduzida por um turbilhão sem fim de desejo, de vontade de amar, praticamente implorando para ser dominada e contida, para ser amada e desejada, querendo que ela fizesse exatamente o que fazia.

Segurando meu corpo firme nos braços, mordendo meu maxilar, arrancando os botões da minha roupa sem o menor cuidado, puxando meu sutiã pra baixo, tomando meus seios em sua boca, sugando desesperadamente meus mamilos como quem suga o néctar da vida. Era bom e doloroso. E minhas mãos lhe puxavam os cabelos, e gemia e arfava e implorava por tê-la em mim, por não saber mais como me segurar, por não conseguir mais frear aquele impulso, e sentir o seu calor, seus beijos cálidos em minha pele, sua saliva, sua língua, seus lábios, seu rosto no meu corpo.

Estávamos ofegantes por culpa daquele beijo insano e ela me olhou nos olhos, parecia descontrolada, estava confusa e desesperada e não sei mais como interpretar tanta angustia em seu olhar, mas era assim, Juliette segurou meu rosto, parecia louca e triste.

Suas mãos em meu rosto, seus olhos nos meus.

Me largou de uma vez, rápido, assustada e eu não sabia o que fazer, o que estava acontecendo, então ela se afastou como se diante dela estivesse o diabo, como se me temesse, fiquei aturdida, sem saber o que fazer ou o que pensar.

- Desculpa Sarah, eu.., eu não posso. - se virou de costas e eu fugi.

Apertei seguidas vezes o botão do elevador e por não aparecer de imediato, desci correndo pelas escadas, mas antes de sair prédio afora, sentei, meus lábios inchados, não sabia o que fazer ou o que estava sentindo ou coisa alguma.
Estava no terceiro degrau. Sem ação, coração à mil.

- Meu Deus, que merda é essa? - senti a respiração voltar pouco a pouco ao normal.

Olhei meu estado deplorável. Da minha blusa não sobrou um só botão, fiquei sem saber o que pensar, o que estava acontecendo.

Ela me ama?

Ela me odeia?

O quê?

Não, espera aí! Isso não pode ficar assim, como que ela me diz, “eu não posso” e eu saio correndo?

Mais indignada que corajosa subi novamente aquelas escadas e esmurrei aquela mesma porta branca até que ela a abriu.

Estava descabelada, ofegante, cheia de raiva, de dúvidas e de amor.
Ela me olhou com o cenho cerrado parecia ter a mesma raiva que eu.

Empurrei-a e entrei, a blusa aberta, sutiã de renda preta aparecendo e..

- Eu quero que você me fôda Juliette Freire. - ela se aproximou ainda com raiva no olhar. Então prossegui. - Eu paguei por isso! Cumpra a sua parte, noiva.

A acompanhante - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora