𝘥𝘶𝘱𝘭𝘰 𝘪𝘯𝘧𝘪𝘯𝘪𝘵𝘰

𝘝𝘪𝘨é𝘴𝘪𝘮𝘢 𝘯𝘰𝘯𝘢 𝘱á𝘨𝘪𝘯𝘢

Dez de Agosto de dois mil e dezessete.

Os dias estavam passando muito rápido, e cada vez mais se aproximava a data do Digo...Sabe...Virar uma estrelinha, e nós estávamos tentando passar mais tempo com ele.

-Ai que fome!- Lia estava andando de um lado para o outro já fazia um tempo. -Nem me fale! Eu só não fui até a cantina porque o cardápio hoje é horrível.- Digo reforçou a fome da Lia e a acrescentou a dele. -O que tem hoje?- Arturo se ajeitou na poltrona como forma de tentar se animar mas falhou miseravelmente ao ouvir a resposta do Digo. -Mingau de aveia.- Ele desanimou em menos de dois segundos. -Fico até com repulsa.- o mesmo se contorceu pelo choque de arrepio que sentiu. -Oi, galera!- eu entrei toda contente dentre do quarto do Digo e eles já foram me abordando. -Aonde estava?- Lia veio em minha direção parecendo que eu era o filé mais disputado do açougue.

-Pensei que iríamos comer fondue de queijo.- Digo levantou da cama e estava vindo em minha direção também. -Cadê as coisas?- Apolo perguntou ao notar que eu não estava segurando nada, nenhuma máquina e muito menos comida. -Vamos morre de fome.- a Lia se jogou na cama do Digo e fez aquele drama básico que só ela sabe fazer. -Ninguém vou morrer de fome.- eu cruzei os braços e a encarei. -Como não? Você ficou encarregado da comida hoje e não tô vendo comida alguma com você.- a garota se sentou e diminuiu toda a expectativa que ela tinha criado. -A comida está em outro lugar.- eu falei enquanto ainda encarava a Lia fazendo drama. -Se você perdeu nossa comida eu te bato!- ela levantou imediatamente e veio se aproximando de mim com um olhar desconfiado.

-Bella?- Digo estalou os dedos quase em cima dos meus olhos para que eu prestasse atenção nele. -Do que você está rindo?- acabei deixando a Lia mais confusa do que ela já estava. -Do que ela tá rindo, gente?- ela até apelou para os meninos. -Bellatrix!- Art deu um grito para que eu respondesse alguma coisa. -Já comeram á luz das estrelas?- eu dei um passo para trás e abri um sorriso de canto a canto. Eles arregalaram os olhos e uma sincronia de sorrisos se formou no rosto de cada um, ao mesmo tempo. -O que voc...- Arturo tinha pretenção de completar a pergunta mas eu o interrompi. -Venham comigo!- eu saí na frente, com esperança de que eles viessem me seguir. -Ainda bem que eu to livre daquela cadeira de rodas, porque senão eu não aguentaria acompanhar ela.- a mesma apontou para mim enquanto andava ao meu lado, mas uns cinco dedos atrás de mim.

-Quando você fez isso?- Digo falou ao chegarmos no local ao qual eu organizei para jantarmos. -Eu queria que fosse um jantar perfeito.- eu apontei para um cantinho preparado por mim, para comermos e desfrutar da bela vista do céu e da cidade. -Você não existe, garota!- Lia foi se aproximando da toalha de piquenique que eu havia estendido na grama pra não corrermos o risco de sentar diretamente naquele chão. -Por isso que eu gosto de você.- ouvi um sussurro do Art em meu cangote e aquelas palavras me fizeram corar. -Você...Você o...- fiquei confusa, pois não sabia se havia escutado corretamente. Ele disse o que eu ouvi?

-Você não vem?- Lia gritou para que eu me aproximasse dela e do Digo. Arturo passou na minha frente e eu senti um sorrisinho carregado de ar se formar. -Art!- o chamei mas ele já estava um pouco mais longe do que a minha voz baixa podia alcançar. -Já vou!- gritei para a Lia, que me aguardava ansiosa naquela toalha de quadriculada.

Cheguei aonde eles estavam e me sentei ao lado da Lia, de frente para o Arturo. Passamos horas ali, comemos, sorrimos, conversando...Muitas coisas que contribuíram para a nossa breve alegria.

-Acho que está na hora de entrarmos.- Lia apontou para a porta do hospital, que estava sem sinal de muitas pessoas por ali. A enfermeira estava em pé, do lado de fora, aguardando nosso retorno. -Ela sempre vem atrás da gente.- Art sorriu ao notar a presença da mulher. -Melhor começarmos a arrumar isso aqui.- comecei a catar os descartáveis que estavam ali. E assim, todos me ajudaram.