Capítulo 34

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Estava sendo duro suportar vê meu pai daquela maneira, estava sendo duro aceitar que a vida dele e a da minha mãe chegou a esse ponto. Meu pai estava aos prantos bem na minha frente, dizendo o quanto foi fraco em deixar a bebida lhe tirar tudo, e eu estava sentindo meu coração se partir em mil pedaços por vê-lo daquela maneira.

" Me desculpe, me desculpe minha filha " ele diz se ajoelhando em minha frente

Olho assustada " levanta pai, não precisa disso "

" Sim precisa, você estava certa quando disse que tudo foi culpa minha, e eu não te culpo por ter rompido comigo, eu fui mesmo um fraco que jogou uma vida perfeita no lixo por um vicio mizerável mas, eu te peço minha filha, me perdoe, desde daquele dia eu estou tentando mudar, eu estou internado aqui, estou melhor, pergunte a qualquer um, eles sabem que estou melhor " ele dizia entre soluços, e eu já estava chorando como um bebê " eu estou bem, estou sobrio e estou finalmente me reecontrando mas, pra estar melhor preciso que me perdoe " implora

Fungo " papai, se levanta por favor " peço

" Se você esta aqui, é por que me ama ainda não é ? " ele pergunta esperançoso

" É claro que te amo papai " digo

" Então, por favor, eu só preciso ouvir que me perdoa filha, por favor " implora abraçando minhas pernas

" Olhe pra mim " peço, e ele ergue o rosto " eu te perdoou pai, eu te perdoou, o senhor não teve total culpa, eu e a mamãe deveriamos ter prestado mais atenção no senhor, o alcoolismo é uma doença e tinhamos que ter percebido que o senhor estava doente, esta tudo bem, não se martirize, esta tudo bem, agora levanta por favor "

Ele levanta, com um enorme sorriso no rosto " obrigado por me perdoar, obrigado mesmo "

" Não precisa agradecer por isso " digo

" Será que eu posso te dar um abraço ? " pergunta incerto

Sorriu emocionada " é claro que pode papai "

" Minha filha " ele diz me abraçando, relaxo minha cabeça em seu ombro " eu te amo Dulce, te amo muito " sussurra durante o abraço.

" Eu também te amo pai " digo, e posso jurar que senti meu coração mais leve.

Alguns minutos depois, eu estava saindo do elevador, observei Christopher sentado em uma das cadeiras da recepção, ele mexia em seu celular concentrado, me aproximei, e ele ergueu o rosto pra mim, dei um sorriso, e ele rapidamente se levantou, e me deu um forte abraço, não posso negar que nesse abraço me senti reconfortada e segura. Na saída entreguei o cartão de visitante de volta a menina do balcão, e sai acompanhada de Christopher.

Durante o caminho preferi não falar nada, ainda estava tentando absorver o monte de informações que chegou pra mim nesses ultimos dias. Revê meus pais como estão agora foi duro mas, ao mesmo tempo me deu um certo choque de realidade.

" Você esta calada, e quando fica calada é por que esta com o pensamento a mil " ele comenta entrando em casa, logo atrás de mim, como pode me conhecer tão bem ? " como foi a conversa com seu pai ? " pergunta curioso

Suspiro, e me jogo no sofá " foi duro, tenho que admitir que foi muito difícil vê ele ali sozinho naquele quarto, se tratando de uma doença horrível como é o alcoolismo " comento

Christopher se senta do meu lado " eu sei que deve ser difícil mas, pensa pelo lado positivo, já tem muito tempo que ele esta sóbrio, quem sabe ainda esse ano ele recebe alta e vai poder retomar a vida dele ? é tudo questão de tempo meu amor "

" Eu sei, eu sei que ele já esta a um bom tempo sóbrio mas, mesmo assim me dói saber que ele esta lá " nego com a cabeça " é tão duro vê uma pessoa que você ama se perder assim pra bebida, eu nunca pensei que um dia eu teria que vê alguém da minha familia em uma clínica de reabilitação, ainda mais sendo meu pai, que pra mim sempre foi um exemplo dentro de casa " desabafo

𝖣𝖾 𝗋𝖾𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾 𝖺𝖼𝗈𝗇𝗍𝖾𝖼𝖾𝗎Onde histórias criam vida. Descubra agora