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Cap 1

Estou atrasada o metrô está sempre lotado. Gostaria de ter um carro, mas tive que vender o que eu tinha, pra pagar o tratamento da minha mãe, até hoje continuo tentando comprar outro. O dinheiro, mal dá para pagar as despesas.

Trabalho no RH de uma grande empresa, sou secretaria da Judith. Ela é uma chefe tão maravilhosa, que se transformou em uma amiga, desde que a conheci.

A engenharia Simons controi navios e iates. E o nosso trabalho é contratar a mão de obra para esse serviço.

- Bom dia Judi, desculpe o atraso é que hoje eu...

- Não se preocupe em explicar, só quero que me ajude, precisamos agilizar alguns papéis. Preciso contratar rapidamente, um novo grupo de construtores e engenheiros para trabalhar na construção de um transatlântico. Um contrato novo, que a empresa fechou. Esse é de grande porte.

- Claro! Vou pegar alguns currículos no arquivo.

Nosso dia foi corrido, não tive tempo nem pra almoçar, acabei fazendo um lanche, bebendo água o resto do dia .

Indo embora no saguão da empresa, eu vi um homem alto, saindo com alguns seguranças. Parecia ser um homem importante, pra estar com tantos guarda costas.

- Quem é ele ?
Perguntei a Sara.

- Não conhece seu patrão, Alice?
Ele é o chefão, o senhor Simons dono de tudo e de todos.

-Credo! Meu dono ele não é, disso tenho certeza!

Se ele me quisesse, poderia ser meu dono, meu comannte, fazer de mim seu capacho.
- Esta doida, Sara? Deixa o Ted escutar, ele ficará irado com você.

- Deixa de ser tão careta Alice.
Até ele ficaria com o Simons, se pudesse.

- Por acaso o Ted é gay?

Não, mas na altura do campeonato, fazemos qualquer negócio.

-Estou indo embora, é muita informação para mim, num só dia.
- Até amanhã.

- Beijos gata! Sara falou, gesticulou um beijo com as mãos.

Corri até a estação de metrô, entrando no primeiro vagão.

Fique pensando, há dois anos trabalhando na empresa Simons, nunca tinha visto meu chefe. É primeira vez que eu o vejo, e assim mesmo de costas.

- Porque tantos seguranças? Será que corre perigo?

Graças a Deus não tenho tanto dinheiro, sou livre pra ir e vir de onde eu quiser, sem me preocupar com perigo. A não ser por alguns malandros na rua, assim mesmo, somos a maioria de pessoas, que correm esse risco.

Peguei o celular, mandei uma mensagem pra minha irmã, que se casou há um ano e vive na correria, assim como eu.

Oi Jena como você está?
Saudades de você.

Oi maninha, também estou.
Acabei de chegar em casa, mais tarde conversamos.
Ok. Te amo.
Também.

Cheguei a minha estação, desci e caminhei até meu prédio.

Moro em um apartamento cedido pela empresa, aos funcionários. É pequeno, mas é melhor do que morar com os meus pais. Mesmo tendo que ir quase sempre, ver se eles estão bem.
Minha mãe está debilitada, por causa de um AVC, que teve a um mês atrás. Por sorte foi depois do casamento da Jena. Foi um baque para todos, mas ela agora está bem, só perdeu os movimentos da parte inferior do corpo. Contratamos uma cuidadora, que cuida dela diariamente .

Eu e a Jena, minha única irmã, pagamos o salário de sua cuidadora. Meu pai poderia ajudar, mas o dinheiro dele mal banca os seus vícios. Ele nos dá mais trabalho que a mamãe, porque vive chegando bêbado em casa.

Assim que tomei um banho, e comi alguma coisa, liguei para Marta a enfermeira da minha mãe. Depois de ter noticias tranquilas, me deitei pra descansar, hoje o dia foi apertado, amanhã será pior ainda. Marcamos várias entrevistas, para contratação da construção do navio.

Fico pensando, como tem pessoas com tanto dinheiro, e alguns com tão pouco. Olhei ao redor meu apartamento. Ele tinha um quarto, sala, cozinha e banheiro. Tudo muito simples, mas prático de cuidar.
Tantas pessoas querendo um teto pra morar, e o senhor Simons tem de sobra, até pra cede alguns aos seus funcionários.
Pra mim foi ótimo, seria muito difícil me sustentar, tendo que ajudar minha família.

- Obrigada Sr Simons! Sem o seu dinheiro, seria muito mais difícil pagar as contas.

Coloquei meu pijama de bolinhas e fui me deitar.

Desejo (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora