Capítulo 2 - O Barman

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Droga, droga, droga.

Não bastassem todas as funções chatas, minha chefe tinha mesmo que me passar trabalho extra às 18hs de uma sexta-feira? Seria desumano em qualquer sexta, mas logo hoje que minha amiga neurótica e extremamente pontual me aguardava? Merda, se soubesse que teria que correr dois quarteirões eu não tinha colocado esses malditos saltos.

- Atrasada!

Foi como fui recebida quando enfim cheguei no bar lotado.

- Oi pra você também, Lily.

Lily Evans, minha melhor e mais antiga amiga. Chata pra caralho. Mentira. Eu a amo. Lily é a irmã mais velha que eu não tive. Ela me conhece do avesso, até melhor do que eu mesma boa parte das vezes. E nunca teve receio de me falar o que quer que fosse na minha cara. E não se assuste, quanto mais palavrão você ouvir por aqui, maior é o nível de afeto.

- Relaxa, ruiva. Eu tive uma semana de merda e ainda assim estou aqui. – Disse antes que ela brigasse mais comigo, jogando minha bolsa na cadeira mais próxima.

- Se você se atrasar no dia do meu casamento eu vou dar na sua cara. – Ela respondeu enquanto colocava mais um amendoim na boca.

- Você tá muito nervosa para quem vai casar com o amor da sua vida em algumas semanas. – Olhei na mesa, dando falta de algo. - Porque não estamos bebendo?

Me dirigi até o balcão e Lily gritou para eu pegar bebida para Alice que estava no banheiro.

- Três cervejas, por favor!

Tive que falar um pouco alto porque o barman estava de costas para mim. Então ele se virou lentamente enquanto enxugava um copo.

Opa, posso acrescentar o barman no pedido também?

Que. Homem. Lindo.

Marlene, foco. Você não veio aqui pra isso hoje.

Mas eu devo ter feito uma cara muito safada porque ele abriu um sorriso enviesado (porra, que sorriso) me entregando os pedidos. E como eu não sou obrigada, também não resisti em abrir o meu melhor sorriso e piscar um olho displicentemente, antes de voltar para minhas amigas.

- Aqui. – Coloquei as cervejas na mesa.

Alice tinha voltado do banheiro. Ela esticou o braço para uma das garrafas e se sentou na minha frente.

- Ele está olhando pra sua bunda.

- Quem?

- O barman gato. – Alice gesticulou com a cabeça, já tomando um gole de cerveja, enquanto olhava para ele por cima do meu ombro.

Olhei por cima do ombro, seguindo seu olhar. E ela estava absolutamente certa.

Na verdade, olhar para minha bunda era uma afirmação suave. Ele tinha as duas mãos apoiadas no balcão do bar, na mesma posição que eu o havia deixado, encarando abertamente. Alargou o sorriso quando viu que foi pego no ato, sem um mísero sinal de constrangimento.

Eu sorri de volta por meio segundo. Até levar um tapa de Lily.

- Ai!

- Nem inventa! Você está aqui pra comemorar comigo.

Levantei as mãos em rendição. Mas não resisti em dar mais uma espiada enquanto me sentava. Ele ainda estava olhando.

 Ele ainda estava olhando

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