Natasha

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- Mãe, eu estou saindo- aviso enquanto entro no pequeno quarto que divido com minha mãe e irmã- volto por volta das 10, e vou levar Morgan comigo, já está na hora dela aprender como funciona as coisas.

- Está legal- diz minha mãe enquanto tenta se levantar, mas eu logo trato de impedir ela de o fazer - só pegue leve com ela, ela tem apenas 10 anos.

- Eu vou ser mãe, prometo- digo depositando um beijo na cabeça da minha mãe- te amo, ok? Tente não fazer muito esforço, volto logo.

- Também te amo, tome cuidado.

- Pode deixar.

Pego minha bolsa e caminho para fora do quarto encontrando minha irmã parada na porta me esperando, ando em sua direção e me ajoelho para ficarmos na mesma altura.

- Olá meu pequeno raio de sol, como está?- pergunto enquanto coloco a ponta do meu dedo na boca para logo levar a seu rosto e limpar o local que está sujo.

- Olá, meu grande raio do sol, eu estou bem- diz ela me dando um dos sorrisos que eu tanto amo- estou um pouquinho nervosa, mas tirando isso estou ótima.

- Muito bom saber disso- falo enquanto faço cosquinha em sua barriga- vamos sair, você se lembra das regras?

- Sim, lembro sim- faço um pequeno sinal com a cabeça para que ela às fale - um, não falar com estranhos, dois, caso alguém me veja, é pra eu devolver o objeto roubado e sair do local o mais rápido possível, três, roubar apenas dos ricos, nunca dos pobres, e quarta, voltar sã e salva.

- Isso mesmo- digo enquanto forço um sorriso- eu odeio meter você nessas coisas, mas mamãe está ficando cada vez pior, e precisamos de mais dinheiro para mantê-la viva.

Viro minha cabeça para outra direção para que ela não me veja chorar. Sinto seus pequenos bracinhos me envolverem em um abraço.

- Ei, meu grande raio de sol, não chore- ouço ela falando com a voz já denunciando que ela também vai chorar- eu não gosto de te ver assim.

Delicadamente saio de seus braços e seguro seu pequeno rostinho distribuindo vários beijos pelo mesmo.

- Eu prometo não chorar se você fizer o mesmo, ok?

Ela balança a cabeça freneticamente me fazendo soltar uma risadinha, dou um último beijo em seu rosto e me levanto pegando em sua mão, nos guiando para fora da casa. Andamos por uns 20 minutos até chegarmos a praça onde tem uma grande movimentação de gente da alta classe.

Vou para um dos bancos da praça e faço Morgan se sentar nele, me ajoelho no chão ficando na altura de minha irmã e falo:

- Agora é a hora, tome cuidado e quando acabar me encontre aqui, nesse mesmo banco.

- Pode deixar maninha, voltarei sã e salva.

-Ti amo- digo apertando de leve sua bochecha.

- Ti amo.- ela responde e eu sorrio dando-lhe um beijo e me pondo de pé.

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Não faço ideia de quanto tempo se passou, só sei que estou faminta e o sol está muito forte, acho que por agora já deu, já peguei o suficiente, vou procurar Morgan. Arrumo a mochila nas costas e saio caminhando em direção ao banco onde combinamos nos encontrar, antes que eu chegue nele vejo uma pequena multidão se formar em volta de uma carruagem, e decido me aproximar para ver o que está acontecendo.

Quando chego perto da pequena multidão sinto que meu coração vai sair pela boca tamanho meu desespero, vejo meu pequeno raio de sol jogada no chão enquanto um guarda briga com ela. Em completo desespero corro em sua direção empurrando o guarda para longe dela, me ajoelho e a ajudo a ficar de pé. Sinto mãos fortes agarrarem meu ombro e me jogarem para longe de Morgan.

-Fique fora do caminho sua imunda- ouço a guarda falar enquanto se aproxima de Morgan- vou ensinar a essa menina a não roubar de ninguém.

- Não, por favor- grito enquanto me ponho de pé- ela é minha irmã, por favor, não a machuque.

O guarda abre a boca pra falar mais logo de cala quando a porta da carruagem abre e por ela sai uma menina, de cabelos ruivos, olhos verdes, e com o rosto mais bonito que eu já vi, ela estava impecável, sua roupa estava alinhada e limpas, estava perfeita.

-Deixe a criança- ela diz com uma voz, doce porém com uma pitada de desprezo- não vale a pena, perder tempo com...isso- ela dizia enquanto apontava para minha irmã, toda a admiração que eu estava sentindo no momento some ao ver o modo de que ela fala de minha irmã. Seus olhos percorrem a multidão e para sobre mim- e você tome conta dessa menina direito, ensine a ela modos.

Ao falar isso ela entra na sua carruagem e o guarda que segurava minha irmã solta ela no chão e vai em direção a carruagem. Quando a carruagem começa a andar corro em direção a minha irmã e a envolvo em um abraço tão forte que sinto que vou esmagá-la.

- Me perdoe- ela diz já com os olhos cheios de lágrimas- eu fracassei, me perdoe.

- Ei, está tudo bem- digo secando suas lágrimas- está tudo bem, sim? o importante é que você está bem. Venha vamos para casa.

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Hello.

eu fiz alguma modificações nos nomes dos personagens para se encaixar melhor na época em que passa a historia ;) 

Almas destinadas ( revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora