Wanda

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 -Bom dia princesa- ouço Nebulosa, minha faz tudo, falar- dormiu bem?

-Bom dia Nebulosa- respondo de mau humor- Que horas são?

- São 8 horas vossa alteza- ela me responde fazendo meu mau humor aumentar.

- E porque diabos você me acordou às 8 da manhã? - pergunto cada vez ficando mais mal humorada.

- Por quê a Senhorita pediu- ela diz dando passos para trás enquanto me levanto e caminho em sua direção- Não se lembra?

- Ah claro! - digo me lembrando que realmente tinha pedido para ela me acordar às 8- Por que você está dando passos para longe de mim?

- Não quero que se ofenda sua alteza real, e só que ...- vejo que ela fica cada vez mais nervosa- da última vez que a senhorita ficou de mal humor eu acabei indo parar em um hospital com um grande corte na testa e hematomas por todo o corpo.

Ao ouvir seu motivo dou passos para trás, sinto lágrimas se formando em meus olhos enquanto continuo andando para trás.

- Me perdoe- digo já chorando- você sabe que eu não queria fazer aquilo, eu ... eu perdi o controle, me perdoe.

-Por favor não chore sua alteza real-ela diz em desespero vindo na minha direção- eu não queria magoar, é só que ... eu tenho medo, e por isso vou me demitir, não posso arriscar.

-Vai pedir demissão? - grito, agora já irritada- isso é um absurdo você não pode, não pode.

- Desculpe alteza, eu não posso colocar minha vida em risco.

Sinto uma onda de raiva me preencher por dentro, como assim ela vai se demitir? Ela não pode fazer isso, aquele dia foi um erro, UM ERRO. A encaro e vejo seu olhar assustado em minha mão, olho para elas e as vejo com uma áurea vermelha em volta , as escondo em minha costa e volto para minha cama, me enfiando debaixo da coberta.

-Antes de você se demitir, peça para que preparem uma carruagem para mim, estarei saindo daqui uma hora.

Não ouço uma resposta de sua parte, apenas o barulho da porta sendo fechada. Sinto algo molhado descer por minha bochecha, só aí percebo que estou chorando, ESTÚPIDA, pare de chorar, já devia estar acostumada com as pessoas me abandonando, é assim desde que entendo por gente, sempre foi e, sempre vai ser, minha maldição não permite que eu mantenha as pessoas por perto, eu sou um completo desastre.

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Estou na carruagem a uns 20 minutos, estou indo para a praça Cuore d'oro, lá é meu lugar preferido, adoro ir lá para alimentar os patos e me deitar na grama para observar o céu. Essa parte tem um grande significado pra mim, foi lá que eu vi meu irmão Stark pela última vez, estar na praça me faz lembrar dele, me acalma e me faz sentir acolhida, loucura, eu sei, mais é a verdade, também gosto dela porque meu irmão dizia que quem a planejou e construiu foi uma pessoa amaldiçoada igual a mim, e gosto de pensar que um dia farei algo tão bonito quanto essa pessoa que ergueu a praça, que minha maldição trará algo de positivo para minha vida.

- Senhorita chegamos- ouço meu guarda falar, com um grande sorriso espero ele abrir a porta da carruagem e saio correndo igual uma criança em direção ao lago, foda-se se não é assim que uma princesa deve se comportar, já sou toda quebrada mesmo, mais uma coisa na lista não faz mal.

Me aproximo do lago e me sento na grama, já me preparando para tirar a bota, hoje está um dia lindo para pôr os pés na água, coloco a bota de lado e me aproxima mais da beira do lago, enfiando meus pés na água gelada.

- Isso é tão bom- digo com um sorriso enorme no rosto- Scott me dê o saco com pedaços de pão por favor.

Ele me estende o saco já aberto e eu pego um pedaço de pão e jogo para um pato que estava perto. Fico fazendo isso por uns bons 30 minutos até que me canso e me levanto devolvendo o saco para Scott e pegando minha bota. As calço e decido dar um passeio na praça, vejo uma barraca de algodão doce, corro na direção da mesma e compro um para mim e Scott.

- Aqui tome- digo estendendo algodão para ele, ele faz questão de recusar, mas não desistirei- ande pegue, já paguei e não quero jogá-lo no lixo, coma.

-Ok, muito obrigado alteza- ele agradece enquanto pega o algodão da minha mão.

Ficamos no parque por mais algumas horas até que decido ir embora. Estou quase chegando em minha carruagem quando sinto algo tocar meu bolso, em um movimento rápido seguro o que quer que seja que esteja tocando meu bolso e me deparo com uma menina, provavelmente nas faixas dos 10 anos, ela me olha aterrorizada e sinto que sei o porque, provavelmente meus olhos estão vermelho. Antes que possa dizer algo Scott se coloca protetoramente em minha frente enquanto empurra a menina para longe, em um movimento rápido pega minha mão e me leva em direção a carruagem, depois que já estou na mesma ele fecha a porta e vai em direção a menina.

Daqui de dentro não consigo entender o que é que ele está falando com a menina, mas também não me importo, já ia desistir de prestar atenção na briga quando uma moça ruiva entra no meio da discussão e se coloca do joelho ao lado da menina que tentou me roubar. Vejo Scott a afastar da menina ladra e vejo no rosto da mais velha um desespero completo, ela se coloca de pé e grita algo para Scott, o desespero nunca abandonando seu rosto. Decido sair da carruagem e interferir na briga, o desespero no rosto da menina estava me matando.

-Deixe a criança- digo com a voz doce, mais sinto que sai com uma pitada de desprezo- não vale a pena, perder tempo com ... isso- digo tentando não ofender ninguém, mas vejo que estou falhando miseravelmente, já que já estou na merda por quê não cagar mais ainda, né? - e você toma conta dessa menina direito, ensine a ela modos.

Assim que termino de falar volto para a carruagem e espero Scott entrar e fechar a porta para partimos, quando a carruagem começa a andar olho através do vidro só para ver a moça correr em direção a criança e abraçá-la tão forte que imagino que a pobre criança vá ficar sem ar.

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;)

Almas destinadas ( revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora