NÃO

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-Mãe?-entro no quarto para ver se a mesma estava lá e me deparo com meu pai, rapidamente desvio o olhar e dou passos para perto da porta- mãe eu já vou indo- digo ignorando a presença do meu pai no local- precisa de algo?

-Sim- ouço uma resposta mas não é de minha mãe- preciso que você me explique como é que sua irmã foi pega na praça.

- Pra que? você nem mesmo se importa- respondo com acidez- você só aparece aqui para pegar o nosso dinheiro e some por dias, meses e ainda....

- Eu me importo com sua irmã, ela é minha filha- sinto ele se aproximar e no automático começo a dar passos para trás. Sinto minha costa bater em algo e percebo que é a parede, droga- agora fale! Como sua irmã foi pega na praça?

Me encolho contra a parede quando sinto ele levantar sua mão, para minha sorte ele simplesmente a apoia na parede atrás de mim e me encara esperando minha resposta. Tento me desvencilhar dele, mas ele coloca a outra mão também apoiada na parede, mas dessa vez na altura de minha cintura me impedindo de fazer qualquer movimento que me afaste dele. Não vejo saída se não contar para meu progenitor o que aconteceu.

- Bem, nós nos separamos na praça para conseguirmos pegar coisas despercebidas- falo enquanto fito o chão- mas quando já ia procurar ela para ir embora eu a vi jogada no chão enquanto um guarda brigava com ela, isso é tudo.

Tento me desvencilhar novamente, mas ele faz questão de aproximar mais seu corpo do meu, diminuindo o espaço entre nós dois e minhas chances de fuga. A mão que estava apoiada do lado da minha cabeça se move para pegar uma das mechas do meu cabelo e ficar brincando com a mesma. Levanto meu olhar e o vejo me lançar um olhar demoníaco.

-Então você está me dizendo que deixou sua irmã, que tem 10 anos fazer seu trabalho sujo?- ele pergunta enquanto desce a mão para meu queixo e o levanta me fazendo o olhar.

- Não, o que eu estou dizendo é que, eu e mamãe achamos que já era hora de Morgan ajudar com o dinheiro da casa- digo lhe encarando com ódio, como eu odeio esse homem- e se o dinheiro é sujo porque é que o senhor insiste em roubá-lo de nós toda vez que vem aqui?

Sinto minha bochecha arder, levo minha própria mão para minha bochecha e esfrego devagar onde levei o tapa, não tenho muito tempo de reagir pois sinto o mesmo puxar meu cabelo e me jogar no chão, olho em direção a minha mãe pedindo ajuda, mas ela simplesmente desvia o olhar. Meu pai, não, pai não, progenitor, se ajoelha ao meu lado e dessa vez me desfere um soca no meu rosto, para logo se levantar e me dar um chute e caminhar em direção a porta do quarto e pegar um cinto que estava pendurado em um cabide atrás da mesma.

-NÃO- é tudo que consigo dizer antes de...

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Acordo com dor no corpo inteiro, lentamente me levanto e caminho para fora do meu quarto, ouço um grito de Morgan e corro em direção a cozinha que era de onde vinha o barulho.

-Morgan?- entro na cozinha já desesperada, olho em volta e vejo ela sentada no colo de meu progenitor- Bom dia- digo baixo e com o olhar fixado no chão.

- Bom dia- Morgan diz animada enquanto descia do colo do meu progenitor para me abraçar. Faço uma pequena careta quando seus braços se apertam em volta da minha barriga, ela parece perceber e me solta no mesmo instante- desculpe Nat, onde está o dodói?

Dou um sorriso ao ver que a mesma está preocupada comigo, com muita dificuldade me ajoelho no chão para ficar na sua altura e dou um beijo em sua testa e depois um em cada bochecha.

- Nada está me doendo bobinha- digo beijando a ponta de seus nariz- não precisa se preocupar- ela me lança um olhar julgador, enquanto levanta o meu Negliée.

-Viu você está sim dodói- ela diz enquanto passa delicadamente a mão por um dos meus machucados- não se preocupa, eu conversei com papai e ele prometeu nunca mais te machucar, né papai?

Levanto meu olhar para ele, que me lança um sorriso sarcástico que logo muda para um doce que dessa vez é direcionado para minha irmã.

- Sim querida, papai promete- ele diz sorrindo para ela, idiota.

- Viu? ele prometeu- ela diz enquanto se abaixa um pouquinho para beijar o machucado em minha barriga- você sabe que não precisa mais se ajoelhar para falar comigo, né?- ela me pergunta e eu dou uma risadinha- é sério, já sou quase adulta.

Rindo me coloco de pé e vou em direção a mesa e me sento o mais distante possível do verme que se encontra nela.

- Claro que é- digo dando uma risadinha, vejo um bico se formar em seus lábios, já até sei como desfazê-lo- se você desfazer esse biquinho eu deixo você me ajudar a passar pomada nos machucados.

E como já era o esperado ela desfez o bico quase que instantaneamente, sorrio para ela e pego um pedaço de pão velho e dou uma mordida.

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Esse cap é pra conhecer a família da Natasha ;)

OBS: eu escrevi esse cap com ódio do progenitor de Natasha, já quero tirar ele da fic .

Desculpe por qualquer erro que tiver de pontuação ou de escrita.

Almas destinadas ( revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora