Capítulo 2

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Matheus está no trabalho, como sempre não tinha muita coisa para fazer então ele encarava a tela do computador, na dúvida se assistia qual de suas histórias favoritas: Liga da Justiça, um grupo de super heróis que viaja no tempo para impedir crimes, Billy Quest, a história de um garoto que viajou para o futuro e agora quer voltar pra casa e Dr. Who, sua série favorita.

A sala onde Matheus trabalhava era um tanto pequena, tinha duas mesas logo na porta, para trás, havia duas salas, uma para o deputado que era a maior e outra para o seu assessor Jairo, que era menor, mais ainda assim maior que o corredor que ficava Matheus e Carol, a outra assistente do escritório.

— Matheus, você não entende, ele tá louco por mim, disse que vai largar a esposa.

— E você acredita?

— Eu não ligo, enquanto os presentes continuarem vindo, é irrelevante. Mas que ele tá todo pra cima de mim ele tá. Me deu esse anel, me comprou um celular novo e você não sabe qual foi a última que ele me contou?

— Hm...

— Ele mudou a senha dele, agora é peitos, cintura e quadril.

— Você já me disse...

— 94 de busto, 81 de cintura e 103 de quadril — dizem os dois juntos enquanto ela aponta para as partes do seu corpo.

— Você sabe que está trabalhando aqui só por causa desse seu caso com o Jairo né?

— E o que tem?

— Daqui um tempo, Carol, ele cansa e vai atrás de outra.

— Pode até ser que sim, mas se eu não estivesse aqui, teria que estar ralando em um outro lugar, ou fazendo faculdade, nem pensar. Nem todo mundo pode ter a vida ganha que nem você

— Vida ganha como?

— Matheus, você tá aqui por causa da sua condição, sempre dão um jeito de colocar um de vocês aqui, não que você não faça seu trabalho, mas você sabe como são as coisas...

— Sempre dão um jeito? Carol, só tem eu e o carinha do xerox de inapto aqui. O que eu sei é que eu sou muito mais que isso, eu ralo tanto quanto qualquer um aqui até mais do que alguns.

— Alguns quem, Matheus? Você tá falando de mim?

Nesse momento a porta do escritório se abre e nela entra o assessor Jairo, ele parece estar com pressa.

— Senhor. — chama Matheus. — Podemos conversar?

— Marcos, eu não tenho tempo agora.

— Serei rápido, senhor, por favor.

— Ok, entra. — diz Jairo abrindo a porta, quando Matheus passa, Jairo manda um beijo para Carol que retribui, ele deve pensar que Matheus não viu, mas obviamente ele viu.

— O que você quer, garoto? — diz o assessor sentando na sua cadeira.

— Então, eu sinto que posso fazer mais do que faço aqui. Quer dizer, as vezes não deixam nem levar os cafés.

— É que você é um inapto...

— Sim, mas isso faz eu não ter nenhum dom, não eu não aguentar uma xicara de café, o Juan que trabalha aqui do lado tem o poder de se teletransportar para os lugares onde ele já cagou, é tão burro quanto uma porta e ainda assim ele tá quase sendo efetivado.

— Garoto, você não gosta de dinheiro? Você tá ganhando grana só pra ficar sentado vendo as suas histórinhas no computador. Fique feliz com isso. Olha o Ricardo quer tentar a presidência, ter você aqui é bom para a campanha, faz parecer que ele se importa com gente como você e é bom pra você também que tira uns trocados. Você deveria estar feliz com essa oportunidade.

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