Capítulo 1 - O plano

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— Não foi minha culpa — retruca Matheus ainda sentindo seu coração quase sair pela boca.

— É óbvio que foi, olha o que você fez? Porque você...? O que você faz aqui? — Victoria estava em uma mistura de frustração e fúria.

— Não me deixaram entrar, então eu pensei...

— Pensou que atrapalhando um plano elaborado a semanas, deixariam você entrar? Você tem merda na cabeça?

— Se não fosse por mim vocês não teriam passado nem pelo primeiro cara.

— Como você sabia?

— Eu sei que eu não tinha como saber se vocês conseguiriam, mas eu que bolei o plano.

— Não, porra. Como você sabia como derrotar ele?

— Todo dom tem uma fraqueza, sabe? Um jeito de se vencer. Se você usar essas fraquezas, ainda mais com gente descuidada que pensa que é o dono do mundo, contra eles mesmo, fica fácil de vencer.

— Você não deveria estar aqui, — diz a ruiva com as mãos na cabeça, enquanto batia o pé no chão com raiva — tudo deu errado por sua causa!

— O que? Como você mesma admitiu, eu derrotei o cara, como eu saberia que a Renata estaria aqui também?

— Nós sabíamos, cara! Esse é o ponto de ter um plano. Não dá para você achar que agindo dessa forma tudo vai mudar.

— Você que botou fogo em tudo, ali podia ter informações chave pra acabar com tudo isso, pra se ter respostas!

— Você me fez fazer isso, quando se meteu onde não deveria e agora eles podem ter morrido, meu deus...

— Se eu fosse mais forte, se eu tivesse algum dom pra ajudar, eu tenho certeza que...

— Não se trata de você ser inapto ou não, garoto. Se trata de você não saber trabalhar em equipe, em fazer o que acha melhor apenas para tentar conseguir entrar na porra da Revolução.

— Não é tão simples!

— Nunca é, todo mundo sempre acha que as coisas são sobre si mesmos. Novidade pra você, ninguém tá nem aí pras suas questões de mauricinho mal resolvidas, porque aqui no mundo real é todo dia um dia de luta. Agora vai embora... antes que você estrague mais alguma coisa.

— Mas eu — Matheus ouve um grito vindo exatamente de onde eles haviam corrido. — Será que ela... matou alguém?

— Se dermos sorte, Renata só roubou poderes, se dermos azar, agora eu e você temos sangue nas nossas mãos. Merda... vai logo, antes que ela nos encontre, antes que mais alguém morra. — Matheus hesita por um instante — VAI! — grita Vic.

Matheus sai correndo, tudo aconteceu tão rápido, ele pensa aonde errou, o que podia ter feito de diferente e como poderia fazer certo para que da próxima vez pudesse entrar na Revolução. Não queria ficar fora disso. Enquanto revivia cada um dos momentos do que acabara de acontecer.

Em uma rua escura, no meio da madrugada, vários homens com um uniforme azul escuro saíam de um galpão que ficava ao lado de uma lavagem de carros, o horário e a iluminação não eram à toa, era para ser algo que ninguém visse e ninguém ficasse sabendo sobre, eles pegavam máquinas que pareciam computadores enormes e colocavam dentro de uma van de transporte.

Victoria que estava junto de dois companheiros olhava de uma distância segura. Ela era uma moça negra com cabelos ruivos fogo bastante cacheados e com olhos amendoados, suas bochechas grandes eram o que mais chamava atenção da sua fisionomia, embora fosse bastante atlética.

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