Ꮯꮋꭺꮲꭲꭼꭱ - 07

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Mesmo depois de ter visto inúmeros cadáveres em todos os seus anos na polícia, Kara desviou o olhar ao ver a jovem deitada no chão, meio coberta por folhas, terra e lama, misturadas com sangue e inúmeros cortes. O assassino estava certo. Não tinha sido difícil encontrar a vítima porque o desgraçado arrogante a havia deixado em uma área pela qual eles sempre passavam quando procuravam na mata.
A maldade, o fato de a morte ser diversão para um desgraçado que gostava de caçar uma mulher indefesa, fazia com que Kara se sentisse tomada pela ira.
Os momentos finais da moça tinham sido repletos de dor, terror e perseguição clara de que morreria. O tiro não tinha sido dado de longe. Não, a julgar pelas marcas nos joelhos e pela posição da entrada da bala, o imbecil havia feito com que ela ajoelhasse e então a matara, como uma execução.

Ou talvez ele não tivesse a intenção de caçá-la. Talvez estivesse mudando o jogo. Mas ele havia reclamado do telefonema à Kara que a mulher não tinha sido um desafio. Talvez ela tivesse se recusado a correr. Talvez tivesse percebido que de nada adiantaria.
Ou talvez tivesse desistido, simplesmente.

O instituto de criminalística havia marcado um período amplo e, além dela, outros policiais buscavam meticulosamente qualquer coisa que o assassino pudesse ter deixado para trás. Mais cedo ou mais tarde, ele erraria. Mas o maldito até recolhia as cápsulas de balas, e a verdade era que ou ele tinha o pé mais leve jamais visto ou escondia suas marcas muito bem, porque eles não encontraram nenhum sinal na terra nem no chão da mata. Apenas sangue, pegadas e marcas de luta da vítima.

Ela era uma moça bonita. Parecia uma universitária. Cerca de vinte anos mais nova do que a última vítima. Seus olhos azuis estavam vidrados e fixados na morte, os cabelos empapados de sangue.

Alex balançou a cabeça e suspirou, frustrada, às vezes, seu trabalho era péssimo.

Em pouco tempo ela foi colocada em um saco e levada para a van do instituto de medicina legal que esperava o corpo. A cena do crime foi cercada, e quando começou a anoitecer na mata, Kara, Alex e os outros voluntários se arrastaram até os veículos.

Elas estavam sujas, cansadas e desanimadas.

O humor de Kara piorou quando ela viu as vans da imprensa estacionadas ao redor dos outros carros. J'onn já estava respondendo a perguntas e parecia que tudo viraria um circo.

Seus pensamentos correram direto para Lena. Lena e seus lindos olhos esmeraldas. Lena que estava profundamente furiosa e magoada com ela.

━ Vamos sair daqui. - Alex murmurou ao lado. ━ Vamos pegar umas cervejas e ficar bêbadas.

Kara não reclamou. Desde que a vida amorosa de Alex também havia ido pelos ares, a ruiva parecia cada vez mais disposta a beber qualquer coisa que tivesse álcool. Aquela era sua válvula de escape, Kara compreendia perfeitamente.

Quando entraram na viatura, o celular de Kara tocou. Ao ver no display quem ligava, sentiu um aperto na garganta. Kara o odiava.

━ É o James. - ela disse a Alex. Ele provavelmente havia prendido Lena. Era só o que Kara precisava para fechar aquele dia péssimo. ━ Kara Danvers.

Kara disse ao telefone.

━ Kara, é o James. Olha, eu acho que vocês deveriam vir à delegacia. Sei que tiveram um dia cheio, mas acho que você vai querer saber o que é.

Kara suspirou.

━ Beleza, estamos indo o mais depressa possível.

Ela enfiou o telefone de novo no bolso.

━ Ele quer que a gente vá à delegacia.

Alex contraiu os lábios. Claro que ainda precisavam lidar com aquilo.

Sweet Sin  Onde histórias criam vida. Descubra agora