Ꮯꮋꭺꮲꭲꭼꭱ - 13

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Aviso: Capítulo com conteúdo delicado. Cuidado com suas sensibilidades.

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Lena acordou com a cabeça latejando. O corpo todo doía. Seus músculos estavam tensos e ela não conseguia definir onde estava ou o que havia acontecido.
A primeira coisa que percebeu foi a chuva. O som da chuva, uma batida suave que aliviava um pouco da dor forte. Ela começou a levantar a cabeça, porque, por algum motivo, o resto do corpo não cooperava, mas, assim que se movimentou, uma dor agonizante atravessou seu joelho.

Ela gritou e tentou se mexer, mas não conseguia. Estava amarrada a uma mesa de madeira, totalmente nua.
Um rosto apareceu à sua frente. Um do qual ela se lembrava. E tudo voltou. A policial no apartamento. A desgraçada a havia atacado com um taser.
A mulher bateu o cabo da arma no joelho de Lena de novo. A dor foi tamanha, que Lena gritou e virou o rosto para o lado, respirando com dificuldade pelo nariz para não vomitar.

━ Que bom que você acordou. A caçada está prestes a começar.

As palavras foram ditas com tanta frieza e calma, que fizeram Lena sentir um frio na espinha. Ela ficou ali, ofegante, desesperada para entender a situação. O que diabos estava acontecendo? Aquela mulher era uma policial, pelo amor de Deus!

━ É assim que vai acontecer. - a mulher começou a falar.

Os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo forte, tão forte que a pele se esticava nas laterais das bochechas angulares. Se usasse maquiagem, ficaria bonita. Lena quase riu de modo histérico ao pensar que estava diante de uma maluca e pensando como ela ficaria maquiada.
Era alta. Até mais alta do que Lena percebera antes. Tinha um corpo atlético que fez Lena pensar no de Kara. Era malhada, sem um pingo de gordura. Aquele era o físico de uma policial, Lena pensou. Mesmo sabendo que Kara tinha mais músculos, a mulher ameaçadora parecia a merda de uma modelo de comercial de lingerie.

Estava usando uma calça de estampa camuflada e uma blusa preta, mas Lena observava o facão assustador que ela segurava. Brilhava à luz fraca, e, quando Lena desviou o olhar, percebeu que estava no que parecia um acampamento de caça e só Deus sabia onde elas estavam.
A mulher se inclinou para a frente até a faca ficar tão perto, que Lena pôde ver o próprio reflexo na lâmina.

━ Vou deixar você ir embora e você vai correr. E eu vou correr atrás e matar você. É justo. Você recebe uma chance. Todas antes de você foram muito burras e não souberam o que fazer com essa chance, mas isso não é culpa minha. Eu dou a chance.

━ Se quisesse tornar a situação justa, não teria batido no meu joelho - Lena disse entredentes ━ Você deve saber que não consigo correr.

A mulher deu de ombros.

━ Imagino que, quando sua vida está em jogo, você consegue fazer muitas coisas que pensa não poder.

Ela passou a faca pela lateral do corpo de Lena e esta sentiu a carne ser cortada. Gritou, chocada e horrorizada, ao sentir a dor tomá-la de novo. O cheiro de sangue tomou suas narinas e ela sentiu náuseas novamente.

━ O que diabos está fazendo? - Lena gritou com a voz rouca.
Nossa, aquilo doía. Parecia que ela estava em chamas. Aquela maluca maldita. Doente. Não dava para conversar de modo racional com pessoas loucas.

━ Para correr atrás de uma presa, é bom ver um rastro de sangue. Não consigo caçar sem sangue. - a mulher respondeu calmamente.

Ela passou a faca pela perna ferida de Lena, abrindo um corte raso do quadril ao joelho. Lena arqueou-se, tentando livrar-se das cordas, e gritou de novo. As lágrimas rolavam por seu rosto e ela fechou os olhos, rezando por uma saída. Rezando para ter forças para correr no momento certo.

Sweet Sin  Onde histórias criam vida. Descubra agora