Capítulo 35

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Vinícius

Termino de corrigir a última prova e respiro fundo me levantando e fazendo um exercício, então me interrompo quando sinto um forte enjoo me invadir, corro para o banheiro e acabo vomitando.
Percebo que acabou, levanto lavando meu rosto e quando me encara no espelho, percebo minha pele um pouco amarelada, respiro fundo me dando conta de que isso tudo é por causa do câncer e se eu não começar um tratamento, a tendência é piorar.
Quando termino de me recompor, escuto meu celular tocando, após secar meu rosto, camimho até meu quarto e pego meu celular vendo o nome de Cristina, sorrio e atendo.

- Oi, meu bem!

- Você está bem, minha vida? Sentiu alguma coisa?

- Eu estou bem, meu bem. Passei um pouquinho mal agora, mas eu estou bem.

- Mal como?

- Para... Por favor. Não quero falar sobre isso, vamos, vamos falar de outra coisa. Que tal irmos almoçar amanhã?

Sorrio.

- Almoçar?

- Isso, meu bem, almoçar! No seu restaurante preferido. O que acha?

- Tudo bem...

Ela fica quieta e sei que está pensando em mim e na doença.

- Eu vou no hospital essa semana, meu bem, não fica preocupada.

- Você previsa iniciar o tratamento. Para de adiar por favor. Por favor, meu bem...

Sua voz embarga.

- Por nós...

- Tudo bem... Tudo bem! Vamos, vamos amanhã mesmo. Mas eu só vou fazer isso por você, Cris.

- Por nós...

- Por nós, meu amor! Por nós!

Sorrio.
Quando faço menção de dizer mais alguma coisa, escuto algumas batidas na porta e logo a mesma abre revelando minha mãe, o que me faz franzir a testa.

- Posso te ligar daqui a pouco?

- Está tudo bem?

- Está... É rapidinho. Tchau...

Desligo e coloco meu celular no criado mudo, mamãe fecha a porta devagar e se volta para mim.
Seu olhar está completamente diferente. Aquele olhar raivoso que ela tinha quando me encarava, não existe mais, vejo um olhar cheio de ternura e amor e não vou negar, isso me deixa completamente confuso.

- Posso falar com você?

- Poder a senhora pode, mas eu acho que a senhora deve estar com febre...

- Febre?

- É porque pra vir falar comigo, só pode estar doente.

- Não, filho, eu não estou doente. Eu só acho que chegou a hora da gente conversar...

- Filho?

Arregalo meus olhos completamente confuso, ainda mais confuso, confuso a nível master.

- Antes, antes de tudo, Vinicius, por favor, me perdoa? - mamãe se ajoelha, fico sem reação, tentando assimilar o que está acontecendo. - Me perdoa por ser uma miserável... por ser uma idiota, uma infeliz, por ser tão negligente, por te abandonar, por ser a pior mãe do mundo...

- Mãe, levanta! Levanta! Por favor.

A ajudo a levantar, e então ela começa a chorar, um choro desesperado, um choro sentido e por mais que eu queira abraçar ela, me lembro dos gritos que ela dava quando eu ia abraçar ela, e me interrompo, então me afasto, tentando atender o que está acontecendo.

Unidos por ela - 1° Temporada - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora