Unidos por ela - 1° Temporada - Completo

Capítulo 37

Célia

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Escuto minha campainha tocando, rapidamente me levanto colocando meu hobby e o amarrando, assim que chego na sala, acendo as luzes e caminho até a porta.
Quando olho no olho mágico da porta e fito Vinícius, franzo a testa olhando o relógio na parede, imeditamente a abro e no mesmo instante Vini me abraça, um abraço apertado que demonstra que algo está acontecendo, que não é nada bom e que ele previsa de mim mais do que qualquer coisa.

- Meu filho...

Nos afastamos, seguro os braços de Vini o encarando, vejo algumas lágrimas rolando por suas bochechas, as limpo com meu polegar.

- O que aconteceu, querido?

- Posso, posso ficar aqui hoje?

Sua voz falha.

- Claro, meu amor! Claro que pode! Mas, vem, vem aqui... - fecho a porta e pego a mão de Vini o guiando até meu sofá, logo que chegamos, ele senta e me sento ao lado dele. - Mas eu quero saber o que aconteceu pra você estar aqu, há essa hora?

- Briguei com minha mãe...

- Por que? O que houve?

Vinícius respira fundo.

- Eu briguei com ela porque ela falou comigo, Celia...

Franzo a testa tentando entender, mas é impossível.

- Isso não era o que você tanto queria, querido? Sempre, sempre disse que queria que ela falasse com você.

Então percebo o real motivo de dona Amélia ter falado com Vinícius.
O câncer...

- Isso mesmo que está pensando.

- Querido...

- Eu não queria que fosse assim, Célia! - Ele diz me interrompendo e visivelmente abalado com tudo. - Não queria que elfalasse comigo, me amasse, por causa dessa maldita doença! Eu não queria isso!

Vini levanta.

- Eu, eu não queria contar a ela porque alguma coisa me dizia que ela ia mudar comigo depois que descobrisse.

- Claro que mudaria... ela é sua mãe!

- Minha mãe? Célia, ela me desprezou e...

- Você acha que eu não sei disso? - falo o interrompendo. - Acha que eu não sei de tudo. Eu estava lá, querido. Eu vi tudo. Eu não vi apenas um filho sofrendo com o desprezo de uma mãe  Eu também vi uma mãe sofrendo com escolhas que lá no fundo, ela sabia que eram erradas.

- Está defendendo ela?

Sua voz embarga.

- Não! Eu estou defendendo o que você tanto sonhou. Você sempre disse que queria, que sonhava, que não via a hora de chegar em casa e sua mãe falar com você, dizer que te ama, que sente muito... você disse que não via a hora dela te pedir perdão! É isso que estou defendendo, o seu sonho.

Ele não me responde.
Vejo lágrimas rolando por suas bochechas e posso sentir a dor que ele está sentindo.
Levanto.

- Sua mãe errou muito, Vini... Errou todas as cotas que uma mãe poderia errar. Mas o perdão, querido, o perdão liberta a alma. Não apenas a dela, que agora, com toda a certeza está inquieta, desesperada, mas também a sua! Os dois sofreram, os dois! Talvez mais do que a Luz que era um bebê. Vocês dois sofreram, querido e isso, meu Deus, isso era horrível de ver para quem estava de fora.