O preço da medalha

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Olá, que saudades!
Tomara que você esteja bem.

Essa pausa foi importante para o meu processo criativo. Nesse tempo, escrevi apenas esboços e defini a minha linha do tempo de uma forma mais ou menos satisfatória. Não sei se mais pausas serão tomadas no futuro.

Tenho alguns avisos para dar:
1. Como vocês sabem, a grande maioria dos meus textos ultrapassa cinco mil palavras. É bem complicado trazer dois na semana, exige bastante tempo e atenção. Portanto, a partir de agora, eu só vou postar dois capítulos quando os episódios passarem de oito mil palavras;
2. O capítulo é do ponto de vista da Leona. Como vocês sabem, estou usando essa fanfic para treinar estilos novos, temas que nunca trabalhei antes, e para escrever crianças. Nós vamos ter mais episódios do ponto de vista dela;
3. E também vamos ter capítulos sobre outros personagens do mangá;
4. Quando os capítulos forem do ponto de vista da Leona, pode ser que haja detalhes na narrativa/conversas de fundo contando a história paralela acontecendo em Paradis;
5. Nas notas finais, vou falar sobre o ch 139 do mangá e como ele vai impactar o futuro da VMP.

Antes da leitura, vou pedir para você recordar tudo que a Hange passou na Capital. Como ela se sentiu, cada palavra maldosa, e em como o Zackly transformou a Leona num estorvo para tentar convencer a Hange a desistir da gravidez. Tenha esses detalhes em mente durante a leitura da primeira cena e você vai entender o comportamento da Hange.

Espero que goste. Boa leitura.

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Minnie era uma pessoa como qualquer outra. Dessa forma, a existência da babá não se resumia ao trabalho na casa da comandante. Quando Minnie precisava se ausentar por um motivo ou outro, Leona tinha o prazer de passar o dia com a mãe no quartel-general aonde viveu a primeira infância.

O tapete quadrado, normalmente decorando o meio do escritório, foi arrastado para longe da porta e fora do caminho. O tapete era o reino de Leona. Quanto ao resto do escritório; território de Hange. Leona podia fazer bagunça desde que a algazarra não ultrapasse os limites da sua terra. Caso cruzasse a área, sua mãe faria O OLHAR. Leona detestava O OLHAR. Significava que sua mãe estava ou ficaria brava - dependendo do contexto. E se Hange se enfurecesse, meus amigos... broncas severas aconteciam, brinquedos eram confiscados e sobremesas, proibidas.

Não havia nada para brincar no escritório, portanto trouxe de casa um saco de brinquedos. Espalhou-os à sua maneira pelo largo tapete, separando-os em dois grupos: animais e humanos. Organizou cada conjunto por ordem de tamanho, colocando as figuras em fila indiana. Deixou os bonecos assim e foi brincar com os rascunhos de relatórios e projetos que Hange lhe dera.

Na escrivaninha, Hange tinha um cartaz disposto à sua frente. Havia um grosso livro aberto ao lado, o qual Hange lia de cenho franzido e lábios comprimidos. De vez em quando, parava de ler e escrevia no cartaz. Leona, observando os hábitos de sua genitora, pegou as próprias páginas e tentou lê-las tal qual a mãe fazia, copiando até a expressão concentrada.

A arte da leitura era uma área nova na vida de Leona. Já conhecia todas as letras, todinhas mesmo, vogais e consoantes. Vê-las individualmente mascarava a dificuldade da atividade - ler parecia muito fácil. Porém, a tarefa de manipular as letras para formar silabas se mostrava muito mais complicada. Conseguia entender algumas como "ba", "ma", "ca" que junto com "sa" vira CA-SA. Os relatórios dados por sua mãe, por exemplo, possuíam sílabas difíceis de decifrar. Leona fez careta ao encontrar um termo imenso e horroroso com, pasmem, duas consoantes juntas. Deitada de barriga para baixo, quase encostava o nariz na folha tentando ler a palavra comprida.

— Esse aqui é o I... aqui o N... A... — Pôs o dedo em baixo de cada letra, apertando os olhos. — I-N-A-D-M-I-S-S-Í-V-E-L. — Tentou juntar uma na outra, fazendo força para descobrir o som correto da sílaba. Que tipo de vocábulo é composto por duas consoantes juntas? Essa monstruosidade deveria ser proibida. — Imademisseveu. — Espera! Conhecia aquela palavra. — Inadmissível!

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