Capítulo 10 - Special

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Um suspiro longo e pesado deu início à manhã de domingo, após duas longas e dolorosas semanas. As lágrimas regavam seu rosto, vermelho, enquanto os olhos brilhosos e inchados, se negavam a aceitar a realidade.

 As lágrimas regavam seu rosto, vermelho, enquanto os olhos brilhosos e inchados, se negavam a aceitar a realidade

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A porta se abriu, e Natasha olhou para trás, secando as lágrimas com a manga da camisa. Ela odiava que a vissem chorando, mas relaxou o corpo quando percebeu de quem se tratava. O homem se aproximou cautelosamente e a envolveu em um abraço, terno, enquanto afagava os cabelos ruivos da amiga.

— Hill me contou. — Disse baixo. — Eu sinto muito, Nat.

— Eu sabia que iria acontecer, eu só... Não imaginei que pudesse doer tanto.

— Bem vindo a Terra. — Ele se afastou com um sorriso fraco. — Algumas coisas são inevitáveis, outras insignificantes, mas outras podem ferir tão fundo quanto uma bala.

Natasha voltou sua atenção para a janela, de onde se avistava o cemitério municipal, respirou fundo, ajeitando a jaqueta escura ao corpo e colocou uma das mãos no vidro.

— Talvez me apegar tenha sido um erro... Você sabe que eu não faço o tipo maternal.

— Você é muito mais do que isso. — Clint apoio uma das mãos no ombro da ruiva. — E amar nunca é um erro.

Volgogrado começava a ganhar vida após uma semana fria e gelada, a primavera finalmente dava as caras, preenchendo o bosque com pétalas rosadas de cerejeira. As últimas fotos que tinha do inverno haviam sido tiradas da pequena câmera de Natália,  uma noite antes da menina adormecer.

Infelizmente a degeneração celular era irreversível, mesmo que a SHIELD tenha procurado todos os meios possíveis para salvar a garota. Natasha, de certa forma tinha consciência do que ocorreria, mas a negação tinha sido um caminho fácil até aí. A vira na sexta-feira, à tarde brincando no abrigo provisório em que ficara em Volgogrado e a mesma correra o máximo para abraça-la.

— Eii, pestinha! Como vai?

— Bem! — A pequena sorriu, estendendo os braços para a ruiva, que apenas revirou os olhos e a ergueu para seu colo.

— Bem e pesada, isso sim. O que acha de tomar um sorvete?

— De menta?

— Bem, se você quiser...

— Eu quero uma casquinha beeem grande!

— Santo prejuízo. — Ela riu, colocando a menina no chão. — Então vamos

Havia uma filial do McDonald's não muito longe dalí. Passara a ser um dos seus lugares favoritos nos dias que precederam sua volta a Nova York, dias estes que tornaram a proximidade de ambas algo realmente palpável. Natasha passava muito mais tempo que o previsto com a menina, e justas descobriram muitas coisas que tinham em comum e até mesmo o que não tinham, como o gosto pelo balé. Natália gostava de futebol, patinação no gelo e sorvete de menta. O mesmo sabor que Natasha adotou após a menina muito insistir para que provasse.

Operação Volgogrado | Natasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora