A porta do escritório abriu-se furiosa como a mulher que a atravessou. Fury pode sentir de onde estava o poder da aura confusa e negra que acompanhava a russa de cabelos flamejantes, o olhar verde e cortante da mesma sobre ele, quando pegou a pasta bege e a colocou violentamente sobre a mesa e com um olhar feroz voltou-se para o diretor.
- Oque isso significa? - Indagou a ruiva sem muita paciência.
- Ora pensei que soubesse.
- Não se faça de engraçadinho, Fury. - Ela o fuzilou com o olhar, respirou fundo, contou até três e jogou-se na cadeira giratória. A essas horas já deveria estar pegando o avião, mas talvez, só talvez tivesse esperança de que ele colocasse outro na operação. Não queria ir a Volgogrado, não definitivamente não queria ir.
-Há um ano atrás, Barton me contou que a HYDRA e a KGB estavam fazendo experimentos e clonando... Seres para criar um exército.
-Seres? - Ele precisava ter mais informações que isso não. - Que tipo de seres?
-Bem, isso é relativo. A HYDRA investiu em um projeto que é como uma imitação barata do Arma X, eles clonaram mutantes e davam mais poderes a eles. - Natasha franziu o cenho, imaginando que aquele fosse o maior absurdo que ouviria naquele dia. - Mas a KGB ainda tinha seus olhos no Red Room e depois que você e o Barton simplesmente detonaram o lugar...
Oh! Agora tudo fazia sentido, não? Não, o fato de existir outra versão sua vivendo em Volgogrado com um tio que ninguém conhece, mas talvez a história dos clones. Se a KGB estava realmente investindo em clonagem dos super soldados, talvez realmente tivessem um problema. Mas por que então Fury a enviou a Volgogrado? Por que precisava investigar sobre... Sobre si mesma? Talvez porque não soubesse exatamente quem era.
Verdade seja dita, ela não sabia sobre muita coisa. Além da Red Room e que deveria proteger seu país para o qual atualmente estava se lixando, afinal fora o mesmo país que a colocou em uma droga de lugar cheio de meninas, que assim como ela eram torturadas, treinadas, e viviam o verdadeiro inferno no lugar do que qualquer outra pessoa chamaria de infância. Natasha fez uma expressão de nojo para esses pensamentos, enquanto ajeitava os óculos escuros no rosto, que estava virado para a janela do avião. Não gostava de ficar olhando para a cara das outras pessoas e talvez isso se desse pelo fato de não entender o que viam de tão animador em viajar para um lugar tão... Terrível? Pois essa era a única palavra que vinha em sua mente quando falavam em Volgogrado.
Benditas dezessete horas se passaram como segundos, afinal havia dormido o voo inteiro. Não era como se precisasse ficar alerta, afinal não tinha chance alguma de acontecer um atentado terrorista durante o voo. Bem, ela mataria o terrorista mesmo... Riu de si mesma, enquanto se espreguiçava e ao mesmo tempo pegava a mala no compartimento. Perfeito, agora era escolher qual dos passaportes usaria? "Anne", " Nathalie", " Francesca" ? Jura? Fury tinha uma linda imaginação para nomes!
-Passaporte, por favor? - Indagou o oficial Russo, tirando-lhe de seis devaneios.
-Ah, claro! - Que se dane! Disse em pensamento, pegando qualquer um dos três na bolsa e entregando ao mesmo.
-Francesca Curtis? - Não, idiota! Ela xingou internamente, mas sorriu para o mesmo e assintiu. - Será que posso ver sua identidade?
A primeira parte seria fácil, afinal. Agora era encontrar o endereço da menina que lhe havia roubado o sobrenome e começar a escrever outra história. Simples assim, ela pensou. Hilton Garden não ficaria longe dali, esperava, porque embora tenha dormido bastante, se sentia moída pela viagem.
O Táxi estacionou na frente do edifício, belo até, só o preço que deixava a desejar. Havia feito uma reserva para praticamente o mesmo andar em que vivia sua presa. Era estranho chamá-la assim? Mas de qualquer forma, não sabia ao certo o que deveria fazer ao encontrá-la, o que uma criança de seis anos poderia fazer de tão ruim assim para a SHIELD envia-la atrás da mesma?
Após passar pela recepção, subiu de elevador até o andar de destino. Seu quarto seria o último no corredor por razões de seu desejo infinito de paz e sossêgo. Paz e sossego, este que provavelmente não teria e disso teve certeza quando ao sair do elevador logo foi bombardeada por uma bola de futebol. Aaaah, mas eu vou matar um hoje! Disse a si mesma, porém quando se virou com a bola na mão, uma criaturinha pequena correu para se desculpar.
-Moça, me desculpa, eu não tinha visto você e chutei muito forte. - Pediu a pequena falando rápido demais para qualquer um compreender. - Por favor me desculpa...
Natasha respirou fundo e contou até três e devolveu a bola.
-Está tudo bem. - Forçou um sorriso e pegou a mala novamente. No final estava cansada demais até para discutir com uma criança.
-Obrigada, moça! - Disse continuando a seguir a mais velha com a bola na mão. - Você é nova aqui né? Como se chama? - Natasha não respondeu, apenas suspirou. - Eu sou a Natália, prazer em te conhecer. Você veio de muito longe?
-Não, na verdade. - Diria que havia nascido em Volgogrado, mas sua identidade dizia outra coisa, então... - Só do outro lado do mundo. - Disse enquanto procurava as malditas chaves que havia deixado em algum lugar.
-Isso é irado!!! Eu vivo aqui desde sempre com meu tio, quero dizer, na Rússia, mas a gente vive se mudando.
-Ah, é? - Onde estão as chaves? Ela só queria se trancar no quarto o mais rápido possível para aquela menina deixar de tagarelar em sua cabeça.
-Sim! E é muito divertido, mas não tenho muitos amigos por isso. Ei, você tem amigos? Eles são legais? Também são do outro lado do mundo?
-Você nunca para de falar?
-Quando estou dormindo eu não falo. - A ruivinha franziu o cenho em uma expressão engraçada que Natasha teve certeza de que já havia visto. Tentou dizer algo, mas alguém apareceu no final do corredor chamando Natália para que entrasse. - Oh oh, o mala do meu tio!
-Boa sorte então. - Ela finalmente encontrou as chaves e daria saltinhos de alegria se fosse retardada o suficiente para isso. - Então... Tchau.
Então entrou para dentro do quarto e fechou a porta o mais rápido que pôde, suspirando em alívio. Fury ainda me paga por isso!
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Operação Volgogrado | Natasha Romanoff
Fanfic#Fanfic sem fins comerciais baseada nos filmes e HQs do universo Marvel Natasha tinha lá seus problemas com autoridade, visto isso, adaptar-se a vida como agente da SHIELD, não seria nada fácil como pensou de início. "Fury lhe disse então em sua últ...