Capítulo 3

424 44 43
                                    

Ela contou até cinco, esperando que o drone passasse, então prosseguiu. Ajeitou os óculos especiais no rosto. Ele lhe concebia visão noturna, térmica e se preciso até de raio-x. Os cientistas da SHIELD não estavam brincando mesmo em serviço, pensou. Caminhou pelo corredor até uma sala que parecia ser um laboratório, tão vazio quanto deveria estar àquela hora da noite. Um símbolo marcava os vidros dos frascos presentes em um balcão.

- KGB - Disse para si mesma, enquanto os óculos fotografavam tudo o que encontrava. Um presentinho para Fury, embora não estivesse merecendo muito.

Recebeu naquela manhã um email do diretor, contando-lhe a respeito do projeto de clonagem na KGB. De acordo com Fury, a missão para derrubar os sujos esquemas da organização fora liderada por Melinda May, Phill Coulson e outros dois agentes cadetes juniores, ainda em treinamento. O erro talvez se tenha dado ao fato de não imaginarem que o soro russo do super soldado havia atribuído a esses clones poderes semelhantes ao do Capitão América. Então, acrescentaria Clones superdotados trabalhando para a organização de espionagem mais podre que o mundo já conheceu.

Natasha encontrou um computador em um desktop um pouco mais afastado do balcão, provavelmente usado para arquivar os experimentos, se considerasse que não haviam lugares para guardar pastas alí e pelo que conhecia da KGB, eles não trabalhavam muito com organização. Ela riu, burlando facilmente as senhas do software. E aparentemente continuam uns inúteis com a segurança. Riu, enquanto copiava algumas pastas no computador.

- Então de fato o programa foi um fracasso? - Indagou Phill Coulson ao telefone, quando enviou-lhe as informações.

- Então de fato o programa foi um fracasso? - Indagou Phill Coulson ao telefone, quando enviou-lhe as informações

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Não estou certa disso. - Natasha tomou um gole de seu café, enquanto observava algo no notebook. - Algumas coisas ainda não consegui decodificar, mas não posso dizer que eles não conseguiram proveito com a clonagem. Natália é prova disso.

- Natália?

- Sim, a garota que vocês me pediram para investigar. De acordo com Fury é um clone meu, o que me deixa curiosa visto que pela idade dela, foi criada recentemente, embora façam exatos seis anos desde que deixei a KGB.

- Acha que eles tentariam replica-la?

- Não sei mais o que acho. E Phill?

- Sim?

- Acho bom me dar longas férias quando tudo isso acabar.

🕷️

Após muito entediar-se buscando respostas dentre os arquivos que copiara da KGB em seu pendrive, deu-se por convencida de que nada encontraria por alí além do que já havia descoberto. Nada de nomes, sem endereços, apenas anotações de experimentos com clones. Clones estes, que caso não houvesse pensado, eram crianças. Sim, crianças. Seres humanos no início de seu desenvolvimento, cuja única coisa que diferenciava das demais era o fato de não terem sido geradas da forma convencional. Ainda assim, Crianças, ela pensou. Pessoinhas pequenas cuja vida foi arruinada por mero egoísmo de pessoas podres em todo sentido da palavra.

Há uma ideia romântica e saudosa da infância. Não que ela realmente sentisse que havia de fato tido uma. Natasha respirou fundo e fechou a tela do Notebook, suspirando aliviada em não precisar mais ver aquelas malditas imagens. De certa forma, lhe traziam péssimas lembranças de uma passado que ela queria enterrar. Sentiu algo molhado em seu rosto, algo quente fez com que levasse a mão a altura do olho constatando que sim, havia deixado escorregar algumas lágrimas por acidente enquanto assistia as gravações. Péssimo! Agora precisaria aliviar aquela maldita pressão. E o que mais poderia dar-lhe alívio naquele momento se não uma garrafa de Vodka?

E para sua desgraça, não havia um pingo de álcool que fosse naquele apartamento. Uma nota mental? Sempre manter o frigobar abastecido. Mas ainda eram oito e trinta e seis, talvez ainda houvesse algum bar aberto naquelas redondezas. Então se não havia outra maneira...

Já de banho tomado, então, vestiu-se com uma blusa de lá, calça jeans e um tênis, vestiu o casaco grosso, pegando as chaves que estavam no bolso do mesmo, junto com o celular que já lhe servia de carteira e saiu, deixando a porta encostada. Não demoraria afinal de contas, compraria a bebida e voltaria para casa, simples.

Mas então quando chegou na metade do corredor escuro, algo chamou sua atenção.

- Tio é você? - Uma voz fininha chamou por entre o breu e Natasha apenas franziu o cenho enquanto cruzava os braços.

- Eu, por acaso pareço seu tio?

- Também não dava pra ver você nesse escuro né. - Debochou a pequena, fazendo a mulher apenas revirar os olhos.

 - Debochou a pequena, fazendo a mulher apenas revirar os olhos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Olha, já não passou da hora de você estar na cama?

- E você?

- E eu nada. Sou adulta, vou dormir a hora que quiser.

- Mas você não é minha mãe então não pode falar a hora que eu vou dormir. - Retrucou a ruivinha, cruzando os braços em um gesto que fez Romanoff quase rir com a ironia daquela cena. Só podia ser sacanagem.

- Escuta aqui, sua... - Antes que pudesse dizer no entanto a porta do elevador se abriu e por ela passou um homem de capuz, parecendo cambalear um pouco.

Ambas o olharam apreensivas, Natália um pouco mais e piorou quando o homem se virou para ela.

- O que faz aqui fora. Já disse mil vezes para não falar com estranhos.

- E-estava procurando o senhor. - Respondeu baixo.

- Para dentro agora, Natália! - Ordenou.

De onde estava, Natasha conseguia sentir o forte cheiro da bebida alcoólica. Provavelmente era um irresponsável que deixava a criança em casa e ia beber. Ela disse a si mesma, notando o quanto a menina ficou insegura quanto a se deveria ou não entrar. Ela olhou para a mais velha que nada disse quando seus olhares se cruzaram, então fez o que seu tio havia pedido.

Sem dizer qualquer outra palavra, Natasha seguiu seu caminho. Bom se o irresponsável havia chegado bêbado era provável que houvesse uma bodega próxima dalí, considerando que talvez, ela queria acreditar que ninguém andaria mais de um quarteirão naquele estado sem ser atropelado ou coisa parecida. Prosseguiu um pouco mais, ainda pensativa a respeito do que vira no olhar da pequena Natália. Poderia jurar que já havia visto aquela expressão em algum lugar e ela tinha algum significado só não saberia dizer qual.

Teve sorte em encontrar um estabelecimento 24h em pleno domingo, embora não fosse surpresa nenhuma saber que os russos por sua natureza adoravam beber em dias frios como aqueles. Ela ajeitou o casaco no corpo e entrou, respirando fundo ao notar a zona que estava aquele lugar, ignorando os olhares que se direcionava em sua direção, sentou-se em uma mesa um pouco mais afastada e pediu ao garçom que lhe trouxesse uma garrafa de vodka. Não perderia a viagem nem morta!

- Natália Alianovna! - Uma voz bastante familiar fez com que levantasse os olhos sem acreditar no que via. - Faz bastante tempo, não?

- Yelena? O que faz aqui?

Operação Volgogrado | Natasha RomanoffOnde histórias criam vida. Descubra agora