𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝟏 • Feitiços para ganhar corridas

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EPISÓDIO 1 — PARTE 1 — TEMP. 1
[FEITIÇOS PARA GANHAR CORRIDAS]

— O CARREGAMENTO DEVE CHEGAR em Palerno daqui um mês — disse o homem bem vestido ao lado da mulher de vestes requintadas, finas e sombrias, adornadas pela mais cara e preciosa renda

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O CARREGAMENTO DEVE CHEGAR em Palerno daqui um mês — disse o homem bem vestido ao lado da mulher de vestes requintadas, finas e sombrias, adornadas pela mais cara e preciosa renda. — Ele vai ficar alguns dias no porto de Londres até conseguirmos despachá-lo como minério.

— Não me importo com o tempo, mas me importo com o dinheiro — disse ela, batucando no cigarro para que a ponta já queimada caísse. — E até agora ele não está na minha mão. Por quê?

— Terá o dinheiro assim que o barco sair de Londres — informou. — Espere por uma carta avisando o depósito do cheque no banco central.

Ela cruzou os braços, bufando sem paciência.

— Já está chamando atenção demais com as quantias entrando toda hora. Isso não é comum, principalmente aqui em Birmingham — comentou ele. — Não poderia ter escolhido um lugar menos deplorável?

— Gosto dos ares daqui, Ludovico — deu de ombros, assistindo o barco terminar de ser carregado pelos operários. — É revigorante. Além disso, meu caldeirão quando borbulha não chama tanta atenção com a fumaça das fábricas.

Ludovico balançou a cabeça, negando acreditar no que a mulher ao seu lado falava. Ele e qualquer outro homem sabia que ela era linda, uma das mulheres mais belas que deveriam existir pelo mundo. A mulher ao seu lado uma deusa em pessoa, mas todos que eram sábios sabiam que não deveriam ousar se aproximar dela — poderia ser fatal, ela era letal.

— Parece que a guerra não te mudou — sibilou ele, descartando o que sobrou do cigarro.

— Ela deveria ter mudado? — questionou de volta. — Não era meu país, mas sabe o porquê de eu ter me alistado? Porque eu acreditava que, como médica, eu poderia fazer a diferença e salvar vidas. Mas quando ela acabou, quando eu vi que todos que eu tratei estavam vivos não por causas e remédios naturais, eu percebi eu não deveria tê-los salvado sem exigir um preço. O que eu ganhei no final? Nada, absolutamente nada.

— E é por isso que hoje exporta drogas, armas e trabalha com stregoneria? — supôs, ela assentindo. — Vou sentir sua falta na Sicília, bella. Reconsidere voltar, nesse meio tempo.

— Se eu decidir por isso, os corvos vão avisá-los e a famiglia. — garantiu Ira. — Vai con Dio, Ludovico.

Resta con Dio, Satanica — disse ele de volta, observando a mulher se afastar.

Ela não se deu o trabalho de virar uma última vez para se despedir. Ela enfiou as mão dentro do bolso do casaco longo e caro que muitas mulheres matariam para ter, sabendo que aquela peça de roupa nem era tão importante para ela assim. Se Ira quisesse, ela sozinha poderia comprar a fábrica onde aquela e outras peças eram produzidas.

Grite Meu Nome ℑ 𝐓𝐡𝐨𝐦𝐚𝐬 𝐒𝐡𝐞𝐥𝐛𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora