Red Diamond 2: O Retorno

53 - E agora?

Red Diamond tinha certeza que se tivesse um coração no sentido literal, este estaria disparado. Ela havia se declarado para Pearl e não fora rejeitada de cara. Isso deveria ser um bom sinal, certo? Afinal, a pérola parou para pensar em como se sentia com relação à diamante e até disse ser algo bom!

Mas e agora? Como as coisas ficariam entre elas? Como ela iria andar com Pearl enquanto transformada em Redmond? Sabia que a gem albina insistiria em acompanhá-la, mas não teria coragem de fingir que ela era sua garota como sugerira antes. Ao menos não no sentido que havia pensado, porém Pearl achou que seria a namorada de Redmond. Como será que o demônio se portaria se realmente amasse?

PEARL: O que faremos agora? — Perguntou tirando a diamante de seus pensamentos.

R.D.: Se refere a isso — A indicou Pearl a si mesma. — ou aquilo? — Indicou as telas.

PEARL: Os dois.

R.D.: Não tenho certeza. — Disse colocando a garrafa no chão entre seus pés, em seguida passou ambas as mãos pelo rosto e pelo cabelo terminando por deixar as mãos atrás da cabeça e se encostar mais no sofá. — Mas eu pensei algumas coisas.

PEARL: Que coisas?

R.D.: Lembra quando eu disse que para andar com o Redmond você teria que fingir ser a garota dele e você entendeu que era namorada?

PEARL: Lembro. — Afirmou em tom curioso, já que a diamante deveria saber que ela lembraria.

R.D.: Eu estava pensando como Redmond, dentro da personalidade que criei para ele, trataria a namorada dele.

PEARL: Ainda estou perdida.

R.D.: Você ainda quer me acompanhar, não é?

PEARL: Sim.

R.D.: E se não for como vadia do Redmond e sim quase uma Sra. Scarlet? Eu te trataria como você merece e ainda seria bem mais hostil com qualquer vagabundo que chegasse perto, o que deixaria todos mais cautelosos comigo. Acho até que ajudaria a conseguirmos informações... Isso se você quiser é claro! — Acrescentou rapidamente antes de continuar com toda a história de fundo que criara em sua cabeça.

PEARL: Sra. Scarlet? — Disse ao mesmo tempo surpresa e achando graça. — Eu seria o quê sua?

R.D.: Noiva. Eu disse ao Karl – o traficante de armas que visitei – que eu havia sumido porque viajei e logo mais iria deixar o país novamente. Disse para ele que eu só havia voltado para resolver esse assunto com Vincent. Eu pensei... Bem, você tem um estilo estrangeiro que convenceria que você não é daqui. Uma história plausível seria que você e Redmond se conheceram no exterior.

PEARL: Hum. — Disse parecendo entretida de alguma forma. — E qual seria o meu nome? Com tudo isso você já deve ter pensado em um, não?

R.D.: O que acha de Angeline? — Disse se desencostando do sofá colocando uma mão de cada lado do corpo enquanto observava Pearl de canto de olho à espera de uma resposta.

PEARL: Por que esse nome?

R.D.: Porque você me lembra um anjo e assim eu poderia te chamar de "Angel" como apelido. Além disso, gosto da combinação anjo-demônio. Provavelmente culpa de uma série de TV que assisti com as crianças.

PEARL: Então eu seria Angeline Scarlet?

R.D.: Não, você precisa de um sobrenome próprio... Que tal Swan? Angeline Swan, soa bem, não acha?

PEARL: Você parece se divertir em criar essas identidades alternativas. — Comentou sorrindo, fazendo a diamante corar levemente. — Eu gosto desse nome, mas o que é um anjo? Eu sei que demônios são monstros de certa forma, mas nunca compreendi o conceito dos anjos.