64 - Vazamento

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Assim que saíram do galpão, a diamante se livrou do sangue que cobria seu corpo e roupas, porém mesmo que as manchas rubras tenham sumido, Pearl não conseguia não ver Red Diamond ensanguentada com aquela expressão vazia.

A viagem de volta para a Toca foi silenciosa até o celular do demônio tocar. Red Diamond atendeu sem falar nada e logo encerrou a ligação. Depois de guardar o aparelho, fez uma manobra na forma de U seguindo na direção contrária. Pearl queria saber aonde estavam indo, mas não achava que sua voz sairia, pois um nó se formara em sua garganta e achava que não se livraria dele tão cedo.

A diamante mais uma vez dirigia rápida e furiosamente pela cidade, contudo Pearl reconhecia os arredores. Estavam indo para a mesma área onde ficava a lanchonete onde Red Diamond fizera seu anúncio. Talvez tivesse sido contatada pela tal Stephanie a respeito de alguma informação útil. Torcia para o que quer que fosse se resolvesse de forma pacífica.

Pararam o carro de frente para a lanchonete, um pouco em cima da calçada. A diamante abriu o porta luvas na frente de Pearl e pegou um cartucho de munição, o qual encaixou no lugar do vazio de sua pistola automática que usou para atirar em Karl. Da parte de baixo do seu banco retirou outra pistola automática e verificou a munição, em seguida a guardando no coldre vazio do lado esquerdo de seu corpo de onde tirara a arma que EdGun personalizaria para o demônio.

R.D.: Eu não sei o que vai rolar, mas estou com o pressentimento que vai ser a mesma merda de mais cedo, então, pode me esperar aqui se quiser.

PEARL: Vou aonde você for. — Disse de forma rouca, mas soando mais convicta do que se sentia.

R.D.: Você é quem sabe. — Disse num tom cansado e derrotado.

Saíram do carro e entraram na lanchonete encontrando a maioria das cadeiras sendo ocupadas por homens e mulheres armados com fuzis e no centro do salão estava uma mulher amarrada à uma cadeira, era Stephanie.

Diamante e pérola foram recepcionadas com todas as armas sendo apontadas em sua direção, o que não abalou Red Diamond em nada, mas deixou Pearl preocupada e sem esperanças que qualquer coisa naquela noite pudesse ser resolvida de forma pacífica.

— Ora, vejam só! Não é que o demônio está andando com um anjo mesmo? — Uma voz disse de algum lugar mais ao fundo do salão.

A diamante já ouvira aquela voz antes, era Vault, mas aparentemente Vincent não estava ali.

R.D.: Você é...? — Fingiu não reconhecer ninguém ali, com muita força de vontade.

VAULT: Ora, não me reconhece? Deixe-me lhe dar uma dica. — Disse se aproximando de Stephanie, enquanto sacava sua pistola roxa e a apontava para a cabeça da mulher.

R.D.: Ah, sim! Vault! Essa arma é mesmo inesquecível. [pausa rápida] Então? Me chamou aqui para entregar o paradeiro do Macoy ou o quê?

VAULT: Ele é um dos meus agora.

R.D.: Não sabia que fazia caridade recolhendo os cães sarnentos que encontra pelo caminho.

VAULT: Ainda não entendi porque quer tanto ele?

R.D.: É tão difícil assim entender que se trata de vingança e orgulho?

VAULT: Vale a pena ir tão longe por isso?

R.D.: Se não valesse eu não estaria aqui nem me apresentaria como um demônio.

Vault pareceu pensar à respeito retirando sua pistola da cabeça de Stephanie, o que fez os outros também baixarem as armas.

VAULT: Você é interessante. Como a empresária... Possuem alguma conexão?

R.D.: Nenhuma. A não ser que conte como conexão eu fazer compras nas joalherias dela de vez em quando.

Red Diamond 2: O RetornoOnde histórias criam vida. Descubra agora