Paralelas

O Jornal

Meninas, desculpem a demora a postar. Foram tantas coisas que aconteceram desde novembro que me perdi pelos caminhos. Mas agora to de volta, esse é o penúltimo capitulo e espero que vcs gostem. A minha vida, por me aturar e me incentivar e a  minha amiga Nathalya, que acredita em mim e esta sempre presente. 

-Miranda-

*The Mirror*

Colunista Andrea Sachs

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*Paralelas*

*De acordo com a geometria Euclidiana, duas retas paralelas não se encontram, elas caminham lado a lado junto ao infinito sem ponto de intersecção em que possam se juntar. Alguns amores são assim, como paralelas, apesar de se amarem nunca ficarão juntos. Pois se as retas se juntarem uma anula a outra e o amor verdadeiro não é assim que funciona, ao se anular o outro o sentimento também se anula.*

Eu estava lendo todas as publicações da coluna de Andrea desde que ela me deixou e entrou para o jornal. Quis entender seus motivos, quis saber o porquê dela ter me deixado. E entendi cada entrelinha de suas "matérias".

*Lado a lado as paralelas permanecem felizes, cada uma em seu mundinho, mas sozinhas para sempre. Cabe a cada um deixar de ser uma paralela e se tornar um para ele, ou para ela. Não deixe que os sentimentos se tornem paralelas, esses sentimentos possuem uma força destruidora.*

A cada parágrafo eu me surpreendia mais com a petulância dessa garota tola. Se ela acha que assim vai me tirar do sério, ela esta muito certa. Não vou suportar mais essas postagens infantis com a intenção de me provocar. Não sou mulher de deixar passar, ainda mais esse assunto. Logo que ela saiu da revista eu não fiz nada, deixei que ela se fosse. Hoje isso será resolvido. 

*Quem erra ainda tem o direito de consertar, para que não seja mais uma paralela na vida de mais uma pessoa. Não deixe que sua mesquinharia, seu complexo de rejeição, ou qualquer outro problema, acabe com o amor que lhe é de direito.*

--Emily, casaco e bolsa! Mande Roy me pegar imediatamente.

Desci impaciente pelo elevador da revista até o hall de entrada e Roy já me esperava na porta.

Pedi a ele que me levasse para o apartamento de Andrea e eu chamaria quando quisesse ir embora.

O porteiro abismado e sem reação me deixou passar, porém o elevador subia em uma lentidão impressionante, me deixando com o humor pior do que cheguei.

Ao chegar a porta hesitei se era isso mesmo que eu queria, mas Andrea precisava saber de tudo e eu precisava entender os motivos que fizeram ela ir embora.

Bati e esperei. Ouvi barulhos dentro do apartamento, mas nada dela abrir a porta.

--Andrea, precisamos conversar. Poderia abrir a porta?

Ouvi um clic e aguardei a porta ser lentamente aberta. Ela me olhou confusa.

--O-O que faz aqui Miranda?

--Não vai me convidar para entrar Andrea? - Depois de um suspiro ela me deu espaço para entrar.

--Entre, por favor.

--Obrigada, querida! - respondi sincera, pois também não esperava que ela me atendesse.

Olhei ao redor, o apartamento era pequeno, mas bem organizado e bem decorado. Não esperava menos dela, já que era uma excelente profissional.

Virei-me para ficar de frente a ela. Andrea vestia uma camiseta de uma banda de rock qualquer e um short minúsculo muito sexy. Tudo nela ficava bem apesar de suas escolhas neste momento não serem as minhas preferidas.

--An-dre-ah! Vim conversar sobre sua coluna, os temas digamos bem pitorescos e com frases que me fizeram pensar sobre algumas coisas não ditas.

--Miranda, achei que tinha sido bem especifica em sua carta. –senti pesar em sua pergunta e isso me desarmou um pouco.

--Quais suas intenções com essas publicações An-dre-ah? - Ela riu nasalado e eu fiquei pasma com a petulância.

--Você ainda não entendeu Miranda?

--Eu deveria entender de que forma? – entortei os lábios descontente com sua pergunta descabida.

--Miranda, se lembre da carta, da proposta que me fez para ficar submissa a você dentro da revista e talvez assim pudéssemos ter alguma chance de ficarmos juntas. Preciso que entenda que não sou e não serei submissa a ninguém. Sou uma mulher que busca meus sonhos, lutei muito para chegar até aqui sem precisar pisar nas pessoas. Além do mais o que eu sinto por você me impediu de continuar na revista sem saber se seria sua amante, sua secretaria ou seu passatempo.

--Então suas publicações realmente foram destinadas a mim? – Fiquei impressionada com a audácia dessa garota tola, mas me aqueceu o coração saber que ela pensava em mim.

--Então suas publicações realmente foram destinadas a mim?

--Sim, foram todas pra te fazer acordar. E agora que está aqui eu gostaria de te dizer pessoalmente o quanto senti ter lhe deixado e ter deixado a revista. O quando me fez mal saber que você não se importava em me deixar ir.

Ela suspirou pesado e se deixou cair no sofá. Suas mãos juntas demonstravam o quanto estava nervosa e chateada com aquela situação, tanto ou mais que eu. Isso pesou muito sobre a decisão que eu deveria tomar.

--Eu nunca pedi que fosse embora. E eu me importei sim. Eu queria que você ficasse e que pudéssemos construir algo, naquele ou em outro momento.

--Quem vive de momento é relógio Miranda, eu precisava de uma certeza e não tive. Não quero migalhas de amor. Quero com você construir algo sólido, profundo e com raízes fortes. Não um passatempo. Não me vejo assim em nenhum relacionamento.

Me aproximei e abaixei para ficar a altura de seus olhos. Eu estava cansada e gostaria que ela entendesse meus motivos, apesar da minha relutância inicial, eu precisava dizer o porquê.

--Querida, eu tenho alguns pequenos problemas com confiança. Não deixo as pessoas entrarem em meus domínios sem antes provarem que são dignas. Isso vem de muito tempo atrás, quando eu era uma garotinha tímida e que não me encaixava nos padrões impostos pela minha família. E cada vez que alguém se aproxima com a intenção de se relacionar, a minha primeira reação é pra que ela me mostre o quanto deseja estar comigo. Isso se chama complexo de ...

--Rejeição? – Ela completou, enquanto algumas lágrimas escorriam pelos seus olhos. --Miranda, eu sinto muito, não sei o que dizer.

--Você não precisa me dizer nada - E passei os dedos pelo seu rosto -- Eu vim aqui para resolvermos nossas diferenças, mesmo com tudo que me aconteceu depois do divorcio e ainda o fato de você ter ido embora. Mas pelas suas atitudes eu só tive confirmações.

--A rainha da moda como sempre tirando conclusões precipitadas. – Ela se levantou e eu me ergui também.

Ela se aproximou acabando com o meu espaço pessoal e puxou minha mão delicadamente, deixou um beijo na palma e concluiu:

--Miranda Priestley, fiquei muito chateada com a sua carta e senti raiva também antes de conhecer seus motivos. E apesar da sua atitude ter sido extrema e exigindo dois opostos, eu continuo sentindo por você o mesmo amor e desejo que sentia antes. Então se veio aqui para ficar comigo esta é a hora.

E continua no próximo capítulo, bjx de luz