Chuva

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Andrea

Miranda foi um presente que ganhei, eu nunca esperei que ela pudesse retribuir um décimo do que eu sentia. E no entanto estamos aqui nuas, com nossos corpos colados e suados do amor que fizemos.

Sim, eu fiz amor com ela, a amei em cada beijo, em cada toque e em cada gemido. E eu a amarei por toda vida, se me for permitido e se eu tiver essa abertura. Encostei minha boca em seu ouvido e dei um beijo carinhoso.

--Me siga - Sussurei e sai correndo de seus braços.

--Andrea, aonde você vai? - Ela me olhou confusa.

Eu já estava na chuva, sendo banhada pelas grossas gotas que lavavam a alma. Era uma purificação de todos os receios, medos e culpas guardadas por relacionamentos passados. Rodopiei com os braços abertos, a felicidade dentro do peito, o sorriso escancarado em meu rosto.

Acredito que ela sentiu o mesmo, já que veio até mim caminhando graciosamente e com um sorriso faceiro no rosto. A chuva escorria por seu corpo nu, formando gotículas em alguns pontos que a deixava extremamente sexy.

Ela estava molhada de chuva e eu de desejo. Abri os braços para recebe-la e lhe dei um beijo tórrido. Ela se entregou e ficamos nos sentindo, nossos corpos colados, o mesmo sentimento, um encontro de almas, tão singelo e tão profundo.

Ali não cabiam palavras, só sentimentos e entrega. Me senti completa. Miranda desceu seus beijos por meu pescoço, por minha clavícula, deixando rastros quentes e contrastando com a chuva fria.

Eu queria mais, queria provar seu gosto, me exaurir de tanto amor em seu corpo e exausta dormir abraçada a ela.

-- Me leve pra sua cama, por favor - pedi carinhosamente e ela mordendo os lábios concordou com um aceno.

--Vamos antes que Roy ou Cara nos vejam - e ela riu com a brincadeira.

Corremos pela chuva em direção a casa, rindo da situação.

Se alguém nos visse agora, iria achar que eramos duas doidas e promíscuas, correndo nuas. Melhor nem pensar nisso. Quem diria que a dama de gelo, Miranda Pristley, correria nua na chuva, depois de fazer amor com sua assistente em um gazebo.

Eu não acreditava em tamanha sorte.

Entramos pela porta e ela me pediu silêncio, já que não devia ser tão tarde. Subimos as escadas até o segundo andar onde ficava o quarto principal. Seu quarto era sóbrio mas elegante e requintado, cores claras nas paredes, uma cama Queen size com o enxoval Trussardi de algodão egípcio. Ah sim eu sabia, pois eu mesma tinha encomendado a pedido dela.

--Andreah - ela me chamou baixinho, pegou em minha mão e foi me levando em direção ao banheiro.

-- Vamos tomar um banho quente antes que alguma de nós fique doente.

--Sim, Miranda- falei debochando. Ela sorriu de canto e apertou minha mão fazendo carinho.

Ela estava feliz, eu estava feliz. Onde isso iria chegar?

Uma simples assistente apaixonada por sua chefe, considerada uma mulher dura e fria, por vezes sádica.

Pelo menos eu tinha visto outras faces dela, a amorosa que cuida e protege, pois ela não foi atrás de mim naquela chuva à toa, a sexy que me levou as alturas com aquele orgasmo maravilhoso e também a carinhosa como agora.

O incrível era que ela não permitia toques, mas comigo estava sendo diferente. Entrou no chuveiro me puxando junto. Seu corpo gelado da chuva me causando arrepios, a água quentinha escorrendo e aquecendo nossos corpos. Fiz um carinho em seu rosto e ela de olhos fechados, suspirou.

Lhe dei um selinho suave, mas cheio de sentimentos e ela me abraçou colando nossos corpos. E nesse banho nos sentimos, nos tocamos e nos beijamos e ficamos de carinho até o vapor tomar conta de tudo. Palavras nessa hora não eram necessárias.

Com a pouca sanidade que ainda me restava, a puxei para fora do chuveiro. Eu a queria naquela cama, sobre aqueles lençóis e não abriria mão disso. Aos beijos fomos nos aproximamos da beirada e caimos juntas nos lençóis delicados.

Olhei nos olhos azuis, agora escuros de desejo. Toquei em seu rosto com as pontas dos dedos e fui desenhando sua face. Miranda fechou os olhos apreciando o carinho. Contornei as sombrancelhas, desci pelo nariz perfeito, a boca levemente aberta e pelo queixo. No pescoço depositei beijos molhados alternando com mordidas.

Ela suspirou profundamente, impaciente já. Fui descendo demoradamente, provocando, queria curtir cada momento, endeusá-la se possível.

E assim fiz até tomar seus seios em minha boca, o bico resvalando em meus dentes. Quente, ela era muito quente. Desci meus beijos por sua barriga definida, por conta do pilates feito religiosamente três vezes por semana. Chegando a virilha me perdi em seu cheiro, queria abocanhar seu sexo mas me contive, pois queria prolongar ao máximo o prazer de devora-lá.

Corri meus dedos por suas dobras e ela se abriu pra mim. Ela era uma mistura de luxúria com castidade. Eu salivei vendo como ela estava molhada e pronta pra mim. Devagar aproximei minha boca assoprando em seus lábios, causando arrepios em seu corpo. Com todo amor do mundo me aproximei do seu centro e ali eu me perdi. Seu gosto era o melhor do que havia um dia sonhado e eu estava no paraíso.

Miranda rebolava na minha boca forçando mais o contato e eu deliciada de vê-la tão entregue. Tão minha. Miranda era minha neste momento e eu estava sendo possessiva sim. Ela valia a pena.

Coloquei um dedo em sua entrada pois queria provocar, faze-la pedir por mais. Entrando e saindo e ela se contorcendo, os lábios abertos e a respiração ofegante, Miranda gemeu como um gatinho quando coloquei o segundo dedo e acelerei os movimentos.

As pupilas dilatadas, o corpo arrepiado, os gemidos, o gosto, nossos cheiros misturados pelo quarto, estimulavam todos os meus sentidos. Eu estava perdidamente apaixonada pela rainha da moda. E foi nos meus lábios que ela se derramou, gemendo meu nome e olhando em meus olhos.

A noite só estava começando.

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