• Conversas congelantes •

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POV'S CHRISTOPHER
Havíamos acabado de chegar em Zermatt na Suíça. Estava de noite, e as luzes da cidade deixavam tudo incrível, também estava nevando, os telhados das casas estavam cobertos de neve, o que dava um ar mais aconchegante.

Apesar da linda cidade, o frio é rigoroso, estamos todos cobertos de roupa e mesmo assim minhas mãos parecem congelar.

Eu apreciava a vista que nem um idiota quando ouço uma voz rígida falar:
- Seus idiotas, entrem ou vão morrer congelados. - era Lizzie gritando, como sempre, ela já estava dentro do hotel e perto da lareira da recepção e tremendo de frio.
Entro no hotel.
- Quer ajuda para se esquentar, Lizzie?
- Sua? Não. - reponde ríspida e sai para ir atrás dos quartos.

O hotel era gigantesco e quentinho. Mas com o clima ameno da cidade, devia ter uns mil aquecedores naquele lugar.

Bom, depois do acontecimento em Ibiza com Lizzie, eu ando muito pensativo, será que eu gosto dela ou é só emoção? Eu não sei mas para tentar esconder isso, brinco muito com ela.

Para falar a verdade, percebi que sentia algo por ela na noite do cassino. Mas decide deixar isso para lá, afinal seria impossível aquela ranzinza gostar de alguém, além da Molly.

Estava com fome e frio, então fui até o restaurante do hotel pegar um cappuccino. Eu queria aproveutar mais aquela vista à noite, então pago o cappuccino e vou até o terraço.

Ali sentado com as mãos quentes devido à bebida e olhando aquela vista, Elizabeth me vem à mente, novamente. Eu odeio a insistência que minha mente tem em lembrar dela.

Estava inerte em meus pensamentos, quando ouço alguém chegar.
- Chris? O que você está fazendo aqui? - era Josh.
- O que você está fazendo aqui? - pergunto também.
- Talvez o mesmo que você, vim para pensar.
- Pensar em quem?
- Em tudo. Mas e você? Veio pensar em alguém em especial?
- O que? Não, eu...
- Qual é? Tem certeza que não é nela que está pensando?
- Não. - respondo e ficamos em silêncio, até eu falar novamente. - Mas e se eu estivesse em dúvida sobre meus sentimentos por alguém, o que eu devo fazer?
- Cara, você gosta mesmo dela.
- Mas quem disse que eu estou falando da Lizzie?
- Claro que está, eu nem citei o nome dela ainda é você já pensou que nela. - ele fala, me deixando sem argumentos. - Está tudo bem você gostar dela, ela é atraente e inteligente.
- Mas como você sabe que é ela?
- Não está óbvio? Você praticamente come ela com os olhos. E essas brincadeiras de vocês, é só para chamar atenção dela.
- Ok, mas o que eu faço?
- Fale para ela, oras.
- Não. Nunca. Eu não vou. - respondo de imediato.
- Chris, você sabe que é como um irmão para mim. E como meu irmão espero que não sofra por causa do seu orgulho. Não a perca.

Fala me deixando ali sozinho, pensando.

POV'S LIZZIE
Após todos irem para seus quartos, eu fiquei com vontade de tomar café, então desci comprar. Quando estava voltando para meu quarto, parei numa janela grande que havia no corredor. Tão lindo. Queria apreciar mais, então decidi subir no terraço do hotel.

Chris infelizmente estava lá. Queria ficar sozinha. Chego perto dele, ele estava em... transe. Completamente inerte em seus pensamentos, então cutuco seu braço, ele desperta com um susto e fico rindo de sua cara.
- O que você quer? - pergunta irritado.
- Ei! Eu vim admirar a vista, irritadinho.
- Desculpa.
- Tudo bem. Mas o que você tanto pensava para ficar tão concentrado?
- Eu? Nada.
- Humm, tá apaixonado é? - brinquei.
- Não, eu não me apaixono, as garotas que se apaixonam por mim.
- Além de chato, é convencido. Se superou. - falo sarcástica e rimos juntos.
- Lizzie? - ele chama.
- Sim? - pergunto.
- Me conte mais sobre você.
- Ah não, só conto se você me contar sobre você.
- Tudo bem, quem vai primeiro?
- Você óbvio.
- Tá bom então. Bem, depois do Ensino Médio, eu me formei em Direito e um tempo depois, eu e Josh abrimos nossa empresa. Com muito esforço dos dois, ela se tornou transnacional. E é isso.
- Só isso? Não teve nem um paixonite ou algo assim?
- Alguns casos mas nada longo. Mas agora é a sua vez.
- Bem, eu tive aqueles problemas com meu pai que você sabe. Após a morte dele eu tomei coragem para contar para minha mãe. Mas ela não aceitou muito bem, disse que eu queria fazer cena e era mentirosa. Então, quando completei dezoito sai de casa e fui morar com Molly. Por isso eu a devo tanto, se não fosse ela nem sei o que seria de mim. Um tempo depois fiz Medicina e hoje trabalho como cirurgiã.
- Uau, sua história é bem mais interessante que a minha.
- Não, ela só é mais fudida mesmo. - falo e rimos. Quando a risada cessa fica um clima estranho e nossos olhar se conectam.

E então ele me beija, fico surpresa por uns segundos mas logo retribuo á altura.
Passamos quase a madrugada inteira conversando.

...

Acordo com a gritaria de Molly no quarto.
- Nós vamos esquiar! - ela pula na cama e me chacoalha.
- Não grita, Molly!
- Vamos, vá se arrumar.
Entro no banheiro, tomo um banho quentinho e coloco várias camadas de roupa.

Descemos na recepção, os garotos já estavam lá. Então vamos para o local de esqui. Havia muitas pessoas lá para esquiar. Recebemos todos os equipamentos necessários. Eu estava andando meio sem jeito com aquilo nas mãos, até que ouço alguém falar divertido:
- Você não deveria usar isso nos pés?
- Ah eu nunca...
- Quer ajuda? - assinto e ele passa o braço pela minha cintura para me segurar enquanto prendo aquilo nos pés. - Pronto. Agora você está certa e segura. - ele sorri e eu sinto meu estômago encher de borboletas.
- Desculpa mas quem é você?
- Me chamo Maven. E você?
- Elizabeth, prazer. - apertamos as mãos. - Eu tenho que ir mas nos vemos por aí.
- Nos vemos por aí. - fala e sai andando.

Vou até Molly para irmos no elevador. Molly foi junto com Josh e Kander. Eu e Chris fomos em outro. Já estávamos em movimento quando ele quebra o silêncio:
- Quem era aquele cara com quem tanto falava?
- Maven, acabei de conhecer, bonito não?
- Você não deveria deixar um cara qualquer te tocar assim.
- Por que não?
- Porque é idiota.
- Idiota é você. E por que você se importa, afinal?
- É incrível como você nunca percebe, não é?
- Por Deus homem, não fale em enigmas comigo. - ele fica irritado e se afasta de mim no banco. - Ai como eu te odeio.
- Eu tenho certeza que eu te odeio mais. - ele fala e me olha daquele jeito novamente.

Sinto minhas bochechas que estavam geladas do frio esquentar rapidamente e minha mãos suarem.
Ele toca meu rosto afastando um mecha do meu cabelo que insistia em ficar fora do lugar. Eu estava anciosa para aquilo. Então, finalmente, me beija com extrema urgência.

Nada é para sempre mesmo || fanfiction Onde histórias criam vida. Descubra agora