• Pesadelos •

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(Tem música no capítulo).

Eu estava no meu antigo quarto, na casa dos meus pais. A parede rosa chiclê meio acabada, as fotos minha e de Molly grudadas na parede, meus ursinhos de pelúcia... A decoração... da época dos meus doze anos.

Sinto alguém puxar meus pés. Era ele. Meu padrasto. Ele segura meus braços e faz um sinal de silêncio. Sinto suas mãos em minha cintura. Ouço o desabotoar de seu cinto. As lágrimas já tomavam conta de mim. Começa a arder. E arder e arder. Eu não aguentava mais aquilo. Sua mão com certeza deixaria marcas no meu rosto. Sinto aquilo escorrer. Eu não sei o que é, mas acontece todas as vezes quando ele está acabando.

Está doendo muito.
Eu não consigo mais... aguentar.
Não dá.

- Lizzie! Lizzie! - escuto alguém me chamar e sacudir. - Acorda.
- Molly? - pergunto acordando e sentido meu rosto molhado.
- Você estava tendo aquele pesadelos de novo? - ela pergunta com a voz alterada devido ao sono.
- Sim... - consigo dizer e ela me abraça.

Molly é a única pessoa no mundo que sabe sobre os pesadelos. Eu tenho desde novinha. Ela fica abraçada comigo, até dormirmos.

...

POV'S MOLLY
- Eu ainda vou bater, naquele desgraçado. - Maven fala ao meu lado, enquanto olhávamos Lizzie dormir.
- Eu também... - respondo.
- Como ele podê?
- Para falar a verdade, eu não sei. Ela amava ele. Eu sei que sim. Só não havia percebido ainda. Ela confio nele, do jeito dela, mas confio. Ela não demonstra e nunca irá, mas está magoada.
- Aquele babaca!
- Eu sei, Maven. Minha vontade é de socá- ló até a morte, mas prometi para Lizzie que não ia ser presa de novo.
- A minha... Espera, você já foi presa?
- Sim. - falo com vergonha.
- O que você fez?
- Mostrei os peitos para um policial, quando eles nos parou por estar dirigindo em alta velocidade.
- Molly, eu te venero. - disse e rimos.

...

POV'S LIZZIE
- Eu vou sentir sua falta. - falo em lágrimas.
- Não chore. Eu também vou, meu anjo. - fala com a voz calma e tranquila.
- Eu não gosto de despedidas. Promete que vai me visitar? - pergunto enxugando as lágrimas.
- Prometo se você me prometer o mesmo.
- Prometo. De dedinho. - juntamos nossos dedinhos e nos abraçamos uma última vez.

Minha despedida de Maven, não foi fácil. Ele foi o melhor amigo que eu poderia ter nesses últimos dias. Espero mantermos contatos a vida inteira.

E lá estávamos nós de novo, pegando mais um voo. A viagem tá chegando ao fim. É egoísta, mas eu não via a hora de acabar. Não conseguia mais fingir que estava tudo bem entre mim e Christopher. Só queria a minha casa e o meu trabalho de novo.

Embarcamos no avião, com destino á Paris.
Apesar de todos os desprazeres da última parada, estou feliz que vamos para minha cidade favorita. A primeira parada era o "Museu do Louvre". O lugar que estava mais anciosa para conhecer. Eu sou uma amante da arte. Museus são como refúgios da realidade infernal que vivemos nesse século.

As guias nos separam os visitantes por grupos. Ainda bem que fiquei com meus amigos. Desejei que Christopher tivesse ficado em outro grupo. Mas o meu foco era aproveitar o máximo da visita.

Íamos andando. Era tudo belíssimo. Se a entrada já era esplêndida, o interior do museu era de tirar o fôlego.

 Se a entrada já era esplêndida, o interior do museu era de tirar o fôlego

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Eu batia foto de tudo. Enquanto andávamos, a guia explicava sobre o museu.
- Louvre ou Museu do Louvre é o maior museu de arte do mundo e um monumento histórico em Paris, França. O museu está instalado no Palácio do Louvre, originalmente construído como o Castelo do Louvre nos séculos XII e XIII durante o reinado de Filipe II. Restos da fortaleza são visíveis no porão do museu. Devido à expansão urbana, a fortaleza acabou perdendo sua função defensiva e, em 1546, Francisco I a converteu na residência principal dos reis franceses. O edifício foi ampliado várias vezes para formar o atual Palácio do Louvre. - A guia nos contava a história do museu, eu já sabia tudo sobre ele. Mas era bom ouvir alguém contando.

Estava aproveitando o passeio. E observando de perto todas as arquiteturas daquele lugar. Quando sinto uma presença ao meu lado. Me viro, Christopher.
- Oi. - ele diz com expressão casada, parecia que não dormia há dias, se era isso mesmo, fiquei feliz.
- Oi. - respondo seca.
- Eu queria falar...
- O que você quer? Se for mentir mais, nem comece, por favor. - o interrompo.
- Por que sempre me interrompe?
- Não está óbvio? Você mente. E eu já cansei de mentiras. Agora, me deixe aproveitar meu passeio.

Ele faz uma expressão indecifrável. E então coloca um buquê de rosas brancas nos meus braços, já passando por mim. Mas então, o paro, para o fazer olhar para mim.

- Achou mesmo que isso iria me fazer te perdoar? - pergunto cuspindo as palavras. - Qual é? Você sabe que não sou o tipo de garota que fica feliz com gestos românticos. - falo sorrindo e ele abaixa o olhar.
- Não. Mas achei que me ouviria desta vez. Talvez numa próxima. - responde ríspido e firme.
- Sabe a aposta? Aquela que fizemos no poker? E eu venci você. Você me deve algo. Meu pedido é que nunca mais ouse direcionar palavra alguma á mim, novamente. Até a viagem acabar, agiremos normalmente, mas sem conversas ou tentativas de receber perdão. - falo e o deixo.

Eu não queria mais saber dele, não queria mais falar com ele, sorrir com ele ou chorar por ele.

Vou á procura de Molly, para conhecermos a tão aclamada "MonaLisa" de DaVinci.
- É uma linda pintura, não é Molly?
- Eu não achei não. Mas se você acha...
- Você é tão sem cultura. - falo e rimos apenas observando a MonaLisa.

                                      ...

O passeio no Louvre foi incrível. Comemos num restaurante pariense magnífico e ainda tomamos gelato, eu me diverti.

Eu e Molly já estávamos no quarto do hotel, terminando de arrumar nossas coisas. Meu celular toca. Número desconhecido. Mas resolvo atender para descargo de consciência.
- Alô!
- Olá, Lizzie.
- Quem fala?
- Não se lembra?
- Não... Quem é?
- Eu descobri quem era a vadia que o tinha tirado de mim.
- Vivianne...
- Você tinha que ver o desespero dele, em saber que você sabia de nós. Ele mente muito, não é? O que foi, querida? Não vai dizer nada?
- A única coisa que sei, é que você é uma maluca. Eu não quero saber de nenhum dos dois. Não me ligue outra vez, sua idiota psicopata.
- Você ainda vai me pagar por o ter tirado de mim. Um dia irá sentir, o que eu senti.
- Eu não tirei ele... - estava falando mas ela desliga.

Nada é para sempre mesmo || fanfiction Onde histórias criam vida. Descubra agora