Capítulo X: Ipê amarelo

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Luna está andando pela floresta, sozinha como de costume. Ela tem em suas mãos uma cesta coberta por um pano branco. Ela está com um gorro da cor vermelha. Isso não me é estranho.

Ela está indo mais londe do que ela vai normalmente. Onde será que ela está indo?

Essa floresta é bem nevoada, mas hoje está mais ainda. Sombria demais. Como Luna não tem medo de andar nela sozinha? Enfim, ela está chegando do outro lado da floresta, um lugar que é recomendado não ir.

Andando mais um pouco, ela chega a um lugar um tanto quanto... Feliz. Diferente da floresta triste e medonha, este novo ambiente é vívido, com diversas flores e uma mata verde. Se trata de uma planicie, rodeada pela floresta sombria. Pouco espaço, mas mesmo assim, um lugar bastante agradável.

Bem no centro da planície, havia um Ipê amarelo. Todo florido, com o chão amarelo, coberto por suas folhas caídas. Um ambiente realmente agradável e mágico. Literalmente mágico. Algumas fadas rondavam o local. Outras até moravam lá.

É possivel ver uma formação de raízes na árvore. Essas raízes estão organizadas de um jeito diferente. No formato de um banco.

Luna caminha em direção desse banco natural e senta com uma delicadeza elogiável. Ela pega o conteúdo da cesta - que é um livro, uma rosa vermelha, um frasco com um líquido vermelho e um pano branco com desenhos vermelhos nele – e organiza, como se estivesse prestes a realizar um ritual de invocação.

Ela põe o pano sobre o chão tal como se põe uma toalha de piquenique. Logo após, ela despeja o líquido vermelho do frasco no pano, formando um círculo. Dentro desse círculo, ela põe a rosa vermelha. Ela, então, abre o livro numa página marcada e cita as seguintes palavras:

"flavo rubrum!"

De repente, todas as folhas amarelas do local ficaram da cor vermelha. Esse ritual deu certo. Toda vegetação amarela se tornou vermelha, ela pode ser uma bruxa.

De qualquer modo, ela diz, após fazer a transformação:

-Qual a cor você deseja semana que vem?

E o Ipê, agora vermelho, responde:

-Azul, por gentileza.

Então o Ipê fala... Interessante.

-Okay, tchau tchau, Ipê.

-Tchau tchau, moça.

Esse lugar é, de fato, mágico.

Luna | Literatura FantásticaOnde histórias criam vida. Descubra agora