9. Quando as ondas quebram na praia.

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"O mar, uma vez que lança seu feitiço, lhe mantém preso em sua rede de maravilhas para sempre."
— Jacques Cousteau.

Wonwoo se sentia flutuando

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Wonwoo se sentia flutuando.

Uma sensação de dormência tomava conta de seu corpo, mas ele estava em paz. Logo, a escuridão foi se esvaindo e um azul intenso tomou conta de sua visão. O mar. Wonwoo estava afundando, a superfície ficando cada vez mais longe de si, mas ele não sentia medo. Ele estava bem. De repente, ele parou; várias bolhas se formaram em sua frente, revelando, logo depois, um rosto familiar. Seulgi o encarava de forma doce, sorrindo e esticando a mão em sua direção. Wonwoo se sentiu ainda mais em paz, finalmente iria se juntar à ela, finalmente aquela culpa e desespero que sempre lhe assombravam, iriam embora. Para sempre.

Os lábios da garota se moveram, mas Wonwoo não conseguia escutá-la. Ele tentou falar algo, dizer a ela que não a entendia, mas, também, nada saía de sua boca. Seulgi se calou, ainda com o olhar tenro direcionado ao primo, e tocou o rosto alheio. Wonwoo sentiu um choque percorrer seu corpo, e então se viu sufocando, se engasgando com a água salgada.

Viva por mim, Wonwoo. — Seulgi disse, e então sumiu por entre as bolhas.

Na mesma hora, Wonwoo se ergueu e arfou, abrindo os olhos de uma vez. A máquina de batimentos cardíacos apitava, preenchendo aquele quarto melancólico de hospital com um som estridente e irritante. Seu corpo tremia e seu pescoço ardia, Wonwoo pensou que ainda estava se afogando até ver a enfermeira correr em sua direção com um olhar preocupado.

— Senhor Jeon! Se acalme! Preciso que se deite novamente!

— Onde estou? — Wonwoo tentou falar, sua voz saiu arrastada e seca, sem contar a dor excruciante que subiu pela sua garganta com o esforço.

— Respire fundo, sim? Me chamo Solji, sou uma enfermeira, e o senhor está no hospital geral de Andrômeda. O senhor foi gravemente ferido no pescoço por um tubarão, mas foi trazido para cá rapidamente e já foi tratado. — A mulher encarou a máquina de batimentos cardíacos e checou a bolsa de soro pendurada sobre a cabeça de Wonwoo — Recomendo não falar por enquanto, o senhor está de repouso e seus ferimentos ainda estão sob observação. Então, por favor, deite-se.

O garoto fez o que ela pediu. Não se lembrava de muita coisa. Como foi parar ali? Um amigo o levou? Quem? Seokmin realmente tentara matá-lo? Eram tantas perguntas sem resposta, Wonwoo se sentia sufocado de novo. Logo, ele voltara a ficar sozinho naquele quarto cinza com uma única pequena janela; a enfermeira, antes de sair, o dissera que ligaria para o suposto amigo para avisá-lo que Wonwoo estava consciente. O garoto apenas assentiu, sentindo a garganta pulsar. Há quanto tempo estava ali? Sentiu os olhos pesarem após um tempo, talvez fossem os analgésicos, porém, Wonwoo se manteve forte e não dormiu, queria esperar sua visita.

No entanto, após uma hora de espera, o sol já se pondo no horizonte, Wonwoo estava realmente considerando a ideia de fechar os olhos e hibernar. Antes que o fizesse, um homem desconhecido entrou em seu quarto. Ele usava roupas brancas, diferente da camisola cinza de Wonwoo; seus cabelos estavam bagunçados, e, seus olhos, frenéticos. Ele fechou a porta rapidamente e se virou para o garoto na maca.

✘ toxic.Onde histórias criam vida. Descubra agora