11. A tempestade se aproxima.

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"sem destino tantas historias,
apenas um desejo...
no imenso mar."
— Celso Roberto Nadilo

Jeonghan estava parado no meio da areia

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Jeonghan estava parado no meio da areia.

As ondas batiam em seus pés descalços, molhando as barras de sua calça. Sua bengala jazia no chão uns metros longe de si juntamente com seus sapatos. Ele nunca gostou do mar, da praia. O sol escaldante queimando seus ombros, o sal e a areia entrando em suas roupas, tudo incomodava o garoto. O fato de não conseguir enxergar o imenso sorriso que, provavelmente, se alastrava pelo rosto de Seungcheol toda vez que tomavam banho de mar também o incomodava.

Mas quem era Seungcheol? Jeonghan sentia que o conhecia, mas não havia nenhuma memória do mesmo em sua vida. Sua voz, seu cheiro, seu toque... tudo não passava de um sonho, um grito ao longe. Seu coração doía tanto que o fazia ter vontade de rasgar seu peito e tirá-lo, e jogar ao mar para que as ondas o levassem para longe, em direção a Seungcheol. Lágrimas grossas escorriam pelo seu rosto, entupindo seu nariz e o fazendo soluçar. O gosto era salgado que nem a água do mar.

— Jeonghan! — Ele ouviu a voz de Joshua — Jeonghan! Céus, o que está fazendo aqui? Te procurei sem parar a tarde toda!

— Já anoiteceu? — Jeonghan perguntou, sua voz saiu rouca e embargada. Joshua agarrou seus ombros e sentiu o coração doer ao ver o estado do outro.

— O que aconteceu? — Ele afagou o rosto alheio. Jeonghan sentiu vontade de chorar novamente.

— Eu não sei. — O humano sussurrou — Quem sou eu, Joshua? O que estou fazendo aqui?

— Jeonghan...

— Eu estou tão cansado. — Ele soluçou — Não quero mais fingir que está tudo bem porque não está! Eu quero ir embora daqui.

— Como assim? — Joshua franziu a testa.

— Quero sair de Andrômeda, quero recomeçar.

— Mas por quê? — A sereia gaguejou, entrando em pânico — Você não precisa ir embora, podemos recomeçar juntos!

— Essa cidade não foi feita para mim, Joshua. — Jeonghan disse, num tom melancólico — Eu não quero viver num lugar onde só encontro angústia e desespero. Eu quero me libertar. — O garoto sorriu e tocou o rosto de Joshua — Não sei se posso lhe pedir isso, mas venha comigo. Você é tudo que tenho.

Joshua sentiu as pernas tremerem e os olhos se encherem d'água. Ele quase aceitou, a ideia de viver junto de Jeonghan era um sonho que a sereia sempre teve. No entanto, ao sentir uma onda quebrando em seus pés, seu corpo congelou. Ele não podia ir embora daquela cidade. Andrômeda foi feita especialmente para sua espécie, se ficasse muito tempo longe da água salgada, ele morreria; e mesmo se Jeonghan escolhesse viver em outra cidade litorânea, não haveria segurança, Joshua não poderia ir à praia quando bem entendesse. A humanidade sempre quis ferir as sereias, ele não poderia arriscar.

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