14. Quando a Lua encontra o mar.

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"A voz do mar fala com a alma."
— Kate Chopin.

O ar se tornou amargo em Andrômeda

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O ar se tornou amargo em Andrômeda.

A cidade caiu num silêncio profundo naquela manhã. Sem carros, sem movimento. Nada. A única coisa que se ouvia era o mar, o qual parecia ter subido, quase inundando as ruas e casas perto da costa.

O clima era de luto. A perda de um fiel servo dos deuses pairava sobre todos de Andrômeda, até aqueles que não sabiam dos seres místicos vivendo entre eles. O Oceano travava uma batalha contra outras forças maiores, tentando defender a pobre criatura que, pela primeira vez, fez uma escolha por si só.

Por fim, o mar cansou.

As ondas pararam de rugir, e os ventos agora não passavam de brisas calmas. O silêncio ainda era absoluto, porém, a fúria tinha cessado.

Wonwoo, que conseguira pegar no sono por alguns minutos após horas de ansiedade, abriu os olhos lentamente. Quando a maré começou a subir, o garoto quase teve um ataque de pânico. Teve que ser arrastado até seu quarto e fazer exercícios de respiração para se acalmar. Chan ficou do seu lado, o confortando com sua voz suave e seus toques delicados. Não usou seus poderes de persuasão, sentia que deixaria o pobrezinho ainda mais aflito.

Wonwoo se mexeu um pouco e um cheirinho doce adentrou suas narinas. Piscou, desnorteado, e percebeu a cabeleira escura apoiada em seu peito. Abaixou os olhos e viu Chan abraçado em seu torso, dormindo tranquilamente. Wonwoo sentiu o coração apertar. O rosto relaxado do outro o deixava extasiado, tê-lo tão perto de si acalmava Wonwoo. Não queria jamais se separar de Chan, com certeza não sobreviveria sem ele. As horas que passou longe da sereia foram as piores da sua vida. Pensar que talvez Chan nunca mais voltaria foi o bastante para Wonwoo não querer mais viver.

Sua existência se tornou Chan, e apenas Chan.

Ao abraçar o corpo perfeito da sereia, Wonwoo apoiou o rosto nos cabelos dela, sentindo o cheirinho doce que tanto amava. Se pudesse, se afundaria naquele aroma, naquela sensação, em Chan.

— O que você está fazendo? — A voz risonha do outro acordou Wonwoo de seus devaneios.

— Você é cheiroso. — Ele respondeu, abraçando o corpo alheio com mais força.

— E você é grudento.

— Você que tava me abraçando. — Wonwoo rebateu, se afastando para encarar o rosto, também perfeito, de Chan. Sentiu o coração doer ao ver os olhinhos sonolentos do outro, miudinhos, adoráveis. Tudo em Chan fascinava Wonwoo.

— Você está melhor? — Chan se apoiou nos cotovelos, encarando Wonwoo com doçura.

— Sim, obrigado. Estou mais calmo. — Wonwoo suspirou, não tirando os olhos do rosto do namorado.

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