capítulo 85

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Babi

"Ele não veio, de novo," falo para a taina, enquanto nos sentamos para almoçar no dia seguinte.

"De novo? E você não faz ideia da onde ele esteja?"

"Eu não sei... talvez ele esteja em casa, ou... não, ele não poderia ter saído de casa. Mas não entendo porque ele não está vindo, não faz sentido. Será que é porque ele não quer me ver? Qual é o problema? Por que ele está fazendo isso?"

"Ele não te falou nada que, que deu a entender que..."

"Não, nada. Nenhuma pista."

Taina não fala mais nada, ela apenas me olha como se tivesse se sentindo extremamente mal por mim, quase como se tivesse com dó, e eu odeio isso, porque me faz perder as esperanças. Ser olhada com dó -mesmo que a pessoa tenha boas intenções, queira ajudar-é a pior coisa que pode acontecer, me faz acreditar que sou fraca.

Passo o resto do dia tentando tirar Victor da minha cabeça e estudo para as provas do dias seguinte, o dia que ele também não apareceu.

Depois de votar para casa e perceber que ele faltou às aulas por três dias, esqueço todas essas regras de não sair de casa por um instante e vou até a casa dele. Só espero que o pai dele não atenda, e nem que meu pai perceba que eu não estou em casa.

Toco na campainha com medo de alguém errado aparecer, mas sem outra saída a não ser realmente fazer isso.

Felizmente, uma mulher de cabelos castanhos e um sorriso cansado aparece, provavelmente deve ser a secretária dos Kanes.

"Olá," digo, tentando parecer alguém qualquer e não uma namorada extremamente preocupada. "Queria saber se o vic..., o Augusto está."

"Sim, ele está. Se você esperar um minuto, eu posso chamá-lo."

"Seria ótimo. Eu sou a babi, caso ele pergunte quem é. A vizinha... bom, ele vai saber."

"Tudo bem, babi. Entre, fique à vontade." Ela abre mais a porta para eu entrar, mas eu continuo na calçada.

"Não, obrigada. Eu espero aqui fora."

Ela me olha desconfiada e assente.

Depois de alguns minutos demorados, a moça de cabelos castanhos volta, mas não vejo o Victor.

"Me desculpe, achei que ele estava em casa como o esperado, mas não o encontrei, não está em nenhum lugar da casa. Provavelmente deve ter saído."

"Saído? Mas pra onde ele iria?"

"Acho que não posso responder a esta pergunta, senhorita babi."

Eu aceno para ela e a agradeço, então logo volto para casa. Mas antes de entrar, começo a pensar nos lugares que Victor poderia ter ido.

Sei que não conheço todos os lugares que ele gosta de ir, mas acho que sei o local que ele iria agora.

Estou arriscando muito coisa em ir atrás dele, e espero que eu esteja certa sobre a minha teoria. E espero também que ele me explique o que está acontecendo, porque já estou pensando nas piores coisas que poderiam ter acontecido agora, e nenhuma dessas coisas envolve um final feliz.

Entro em casa e pego algum dinheiro que eu tenho, então, após contá lo, torço que será suficiente para pagar um táxi, porque não estou com o meu celular para pedir um Uber ou algo do tipo.

Ando um pouco até achar o ponto de táxi mais próximo e peço para me levarem até a colina.

Quando chegamos, faltam apenas alguns reais para completar o valor, mas o motorista foi gentil o suficiente para não se importar e não me cobrar. Até porque não era tanto assim,

𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡Onde histórias criam vida. Descubra agora