Victor
As aulas já estavam acabando, e eu estava me sentindo feliz.
Não achei que ia me sentir tão bem ao contar sobre a minha mãe para babi. Eu era a única pessoa que sabia sobre o que ela estava passando lá, não havia contado para ninguém, e tinha a sensação que carregava um prédio inteiro em cima das minhas costas, mas agora sinto como se eu finalmente conseguisse andar de maneira ereta, e não com as costas e a mente corcunda, o que acontecia quando eu carregava aquele peso todo.
Nós agora estamos fazendo as últimas provas, e daqui uns dias, nas férias, iremos precisar arranjar algumas desculpas novas para nos vermos e aproveitarmos o tempo que nos resta aqui juntos.
Ao decorrer dos dias, conseguia ver no rosto da babi que a preocupação dela só aumentava. Seus olhos não andavam tão alegres quanto andavam antigamente. Eu sei que ela me ama e sei que eu amo ela, e é por isso que me dói tanto ver seus olhos cansados e caidos toda vez que precisamos nos despedir ou que ela precisa voltar para casa e brigar com os pais dela de novo e de novo.
Quando chego na escola, que agora não está tão pichada quanto antes, porque a pichação foi apagada - a primeira coisa que eu faço é procurar pela babi. A escola é enorme, então não espero encontrá-la tão cedo. A cada passo que dou, vou esbarrando com cada vez mais gente que ficam andando de lado para o outro e fofocando alguma coisa que não consigo entender. Então, quando as pessoas me veem, ficam ainda mais inquietas e elétricas, e as vozes começam a aumentar.
"Será que foi por isso?" Uma menina pergunta para a outra, com os olhos arregalados e cheios de curiosidade.
"Isso explicaria muita coisa," a outra responde.
Por que as pessoas fazem isso? Por que toda vez é a mesma coisa?
Tento entrar no meio da multidão e procuro pelo que todos estão vendo. Esse é o principal corredor que a escola tem, o corredor que todos passam todos os dias. É até compreensível que esteja tão cheio, mas isso não é normal.
Vejo taina passar rapido pela minha frente a chamo. Ela não me escuta, então a alcanço e coloco a minha mão no ombro dela para chamá-la. Ela se vira para mim e veja seu rosto preocupado e confuso. Não tanto quanto o meu está agora.
"Você viu a Babi?" Pergunto. "O que está acontecendo aqui?"
"To procurando ela, não faço ideia da onde ela está."
Algumas pessoas esbarram em mim e riem. Algumas tentam ir mais pra frente e começam a tirar foto de algo. Mas logo me lembro do que estava acontecendo aqui, e não gosto das minhas teorias do que pode ser.
"Por que este lugar tá tão cheio, já não deveriam estar cada um na sua sala?" Taina coloca a mão no rosto e respira fundo, procurando ar em meio ao caos.
"Você ainda não viu? Tenta chegar até a parede, deixaram um recado pra sua namorada."
Tento olhar pra parede da onde estou, mas não consigo ver nada. Gente demais.
"O que é?"
"São palavras feias demais," ela responde com uma careta. "Vou tentar achar ela e torcer para que ela ainda não tenha visto."
Faço que sim com a cabeça e me aproximo mais da parede. Preciso empurrar algumas pessoas para chegar até lá, e não estou com tanta paciência hoje pra pedir por favor.
Algumas me olham feio, mas eu ignoro. Quando chego na parede, consigo ver com clareza. Ela está completamente pichada. As palavras escritas nela são tão fortes que fico até com vergonha de dizê-las em voz alta. Mas consigo ler algumas:
BABI LUSH É UMA VAGABUNDA, TRAIDORA E VIRGEM. VOLTE PARA O INFERNO LOGO SUA HIPÓCRITA, VÁ PEDIR CONSOLO PRO VIZINHO.
NEM SUA MELHOR AMIGA TE AGUENTOU.E outros inúmeros xingamentos são escritos pela parede inteira, incluindo mentiras, contradições e desenhos extremamente ofensivos. Mas tudo vale quando o objetivo é ofender alguém.
As pessoas tiram fotos e riem sem parar. Algumas ficam até com vergonha de ler aquilo e outras começam a mandar mensagem para a cidade inteira, contando das novidades.
Agora que as outras mensagens foram apagadas, essa da babi, que está no meio do corredor, se torna a estrela da escola. Tudo que aconteceu antes foi esquecido. Os assuntos foram renovados.
Sinto o ódio crescendo dentro de mim e à vontade de socar alguém só aumenta. Só tem duas pessoas que poderiam possivelmente ter feito isso, duas pessoas que agora estão juntas e que não se sentiriam nem um pouco culpados de fazer algo assim, de trair uma pessoa que um dia havia sido tão importante para elas.
Mas ao invés de ir atrás deles, me preocupo com a babi. Preciso achar ela, preciso ter certeza de que ela está bem. Tento me controlar e guardar minha raiva para outra hora, agora precisava da calma e da concentração para ter certeza que ela não está enlouquecendo de vez. Porque tenho certeza que eu estou.
"Por que vocês não vão estudar?" Grito, já saindo de lá para procurar pela babi. Não valeria a pena perder o tempo falando para eles abaixarem o celular ou a respeitarem ao menos um pouco. Não fariam isso de qualquer maneira.
Vejo que as pessoas também riem de mim e algumas até apontam. E nem quero imaginar o que vão fazer com a babi.
Procuro por ela em todos os lugares. Passo em praticamente todos os banheiros da escola e em todas as salas sem uso, Grito por todos os lugares.
Talvez ela já tenha ido pra casa, talvez já tenha até se enterrado em algum lugar por ai, mas mesmo assim não paro de procurar por ela. Então me lembro do lugar que ninguém vai. Que apenas três pessoas conhecem e que é o único dessa escola que eu ainda não fui.
----
perdão se tiver algum erro, não revisei...
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙳𝚒𝚐𝚊 𝙼𝚎𝚞 𝙽𝚘𝚖𝚎┊ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᶜ̧ᵃᵒ ᵇᵃᵇⁱᶜᵗᵒʳ ♡
FanfictionBabi sempre teve tudo o que quis, mas quando Victor, o sexy badboy chega a escola, ela percebe que, no final das contas não pode ter tudo o que quer. ♡♡♡ Babi tem quase tudo o que quer Dinheiro, popularidade, beleza, e um namorado maravilhoso, mas o...