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  Acordei com um incômodo no rosto. Os raios de Sol invadiam o espaço me obrigando levantar. Sentei na cama ainda assimilando que havia acordado e sinto uma coceira nos olhos, levo uma das minhas mãos até ele e me viro para a cabeceira e checar o horário no celular.

-QUE CARALHO?! - me assusto ao me deparar com Gojo sentado ao lado da minha cama, estava tão sonolenta que nem percebi sua presença.
-Bom dia, Nayumi! Dormiu bem? - disse ele de um jeito amável.
-Bom dia o caralho, oque você tá fazendo aqui?
-Acordei e não tinha nada pra fazer, fiquei com medo da sua prima esquisitona aparecer, então decidi dar uma olhada no seu quarto.
-Dar uma olhada no meu quarto não significa ficar me observando dormir, idiota.
-Foi mal. - disse ele com uma expressão brincalhona.
-Já comeu? Posso fazer alguma coisa pro café.
-Você faria? - disse o garoto com olhar pidão.
-Se sair do meu quarto e esperar calminho lá em baixo.

Logo o mesmo saiu pulando do quarto, é bem fácil adular ele. Levantei da cama e me espreguicei, fui em direção ao banheiro. Meu cabelo estava uma bagunça, decidi tomar logo um banho e lavá-lo. Tirei meu pijama e adentrei o box. A água estava morna, puxada mais pra fria, me sentia confortável e se pudesse ficaria ali por mais tempo. Sai do chuveiro, me enxuguei e coloquei uma roupa, já me preparando para ir direto para o hospital, uma calça e um moletom preto, na previsão constava chuvas fortes em tempo integral, então era bom estar preparada.

Desci as escadas em direção a cozinha, Gojo me esperava sentado na cadeira. Ele devia estar com fome, não enrolei muito e me aproximei da bancada para preparar algo para comermos.

-Nossa, Nayumi! Você cozinha tão bem! - disse o garoto enquanto se deliciava com a comida.
-Obrigada, eu sei.
-A próxima eu cozinho.
-Você quer me envenenar?
-Talvez?
-Maníaco.

  Ele soltou uma risada e terminou de comer. Levantei da mesa e lavei os pratos rápido. Fui em direção a porta colocar os sapatos para, enfim, fazer uma visita a minha tia.

-Pra onde vai, Nayumi? - perguntou Gojo curioso.
-Hospital. Lembra por que viemos?
-Ah sim, posso ir com você?
-Não.
-Por favor?
-Você só quer ir pra se livrar da minha prima.
-É um bom ponto.
-Tá bom, vai depressa.

  Ele correu para trocar de roupa e logo voltou. Estava lindo, era bem charmoso. Soltei um suspiro e percebi no que estava pensando, afastei qualquer tipo de coisa relacionada a ele.

-Vamos indo então.
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  Chegando na recepção do hospital, dei meu nome e fui direcionada para o quarto. 407. Me aproximei do elevador e apertei o botão. Gojo estava a meu lado quieto, ele deve saber que esse não é o melhor ambiente, ainda mais por ter várias pessoas doentes. Não demorou para a porta abrir e adentrarmos o pequeno espaço, apertei o 4 e rapidamente chegamos no andar. Andando pelos corredores procurando o número certo do quarto. Paramos na entrada onde constava 407.

-É aqui. - eu disse um pouco nervosa, estava ansiosa para matar essa saudade que estava presa em meu peito há tanto tempo.
-Posso conhecer sua tia? - perguntou o garoto com uma voz pidona.
-Não vejo problema, vamos entrando.

  Peguei na maçaneta e respirei fundo, finalmente passando pelo último obstáculo impedindo o nosso reencontro.

-Oi, Tia! Que saudade! - eu disse com um sorriso enorme no rosto, era impossível esconder a felicidade de poder revê-la.
-Nayumi! Que bom te ver! E quem é esse belo rapaz?
-Sou Gojo Satoru, prazer em conhecê-la.
-O prazer é meu. Ele é seu namorado, Nayumi?
-Não tia, é apenas meu amigo da escola.
-Uma pena, formariam um belo casal.

  Senti meu coração errar uma batida, eu e Gojo um casal? Que ideia idiota, não combinamos nem um pouco, somos totalmente diferentes. Mas porque essa ideia me deixa tão...
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-Foi muito bom te ver, tia! Amanhã venho novamente para dar conversarmos mais.
-Certo! Se quiser venha também, Gojo.
-Pode deixar!

  Então deixamos o hospital, já estava de noite e o céu estava completamente nublado, em breve iria chover, e muito.

-Vamos comer sushi? - perguntou Gojo.
-Hmm.
-Você prometeu.
-Mas tu que vai pagar.
-Sem problema.

  Seguimos para um restaurante de sushi, decidimos pedir logo, pois começaria a chover a qualquer instante.

-Sua tia é muito gente boa. - disse o garoto colocando um sushi na boca logo em seguida.
-Sim, ela adora conhecer pessoas novas, ainda mais colegas ou amigos meus.
-Mas ela não queria que eu fosse só seu amigo. - disse Gojo fazendo uma cara maliciosa.
-Está interessado? - entrei no seu joguinho pra disfarçar a vergonha, senti meu rosto arder e enfiei uns três sushis na boca de vez.

  O garoto começou a rir com meu ato, também não aguentei e me juntei a ele.
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  Logo que chegamos em casa começou uma chuva forte, com direito a raios e trovões, coisas que não me agradam nem um pouco.

-Bem, vou tomar um banho e dormir, boa noite.
-Boa noite, Nayumi.

  Subi as escadas e fui em direção ao meu quarto, voando para o chuveiro, odeio tomar banho com uma chuva dessas. Assim que terminei coloquei um short confortável e um blusão, deitei na minha cama e fechei os olhos em uma tentativa de dormir em meio ao temporal. Me escondi entre os lençóis e me aconcheguei na cama com a esperança de cair no sono e só acordar no dia seguinte com uma chuva leve e calma.

  Acordei de repente com um trovão, ainda estava chovendo, talvez mais forte do que antes. Dessa vez os raios iluminavam todo o quarto, passando pelas cortinas, o que me deixava um pouco assustada. Me sinto perdida, não tenho medo de raios nem de trovões, mas me sinto desconfortável e agoniada. Só queria um lugar pra me esconder disso, um lugar tranquilo.

Gojo.

  Sem pensar muito levanto da cama hesitante, os trovões me davam um susto as vezes, era muito repentino. Abri a porta do quarto e fui para o quarto dele em passos leves para não acordar Rin, seria a última coisa que eu gostaria nesse momento. Adentro o espaço com um pouco de medo, depois ele vai pensar que eu sou uma tarada, minha cabeça não está raciocinando direito. Um raio ilumina o quarto, ele esta do lado direito da cama, então lentamente levanto a coberta e me encaixo na cama. Sem pensar acabo o abraçando de costas e ficando extremamente  próxima. Me sinto segura. Escuto sua respiração calma o que me faz ficar mais tranquila. Fecho os olhos e começo a ficar mais sonolenta.

-Nayumi...
-Só um pouco...

Aqui é quente.

Memories; Gojo SatoruOnde histórias criam vida. Descubra agora