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-Esse lugar... Está realmente acabado. - digo analisando o antigo parque de diversões.
-Então, anos atrás esse parque deve ter sido bem visitado. - diz Haibara.
-Vamos investigar logo. - fala Nanami curto.
-Ele é sempre grosso assim, né... - sussurro no ouvido de Haibara.
-Verdade, mas depois ele se solta mais... - o moreno sussurra de volta.
-Eu posso ouvir vocês. Parem de papo furado e vamos andando. - diz o loiro iniciando uma caminhada.

  Eu e Haibara fomos logo atrás, observando a estrutura. Havia um carrossel, jogos com algumas pelúcias estragadas, uma roda gigante que poderia ceder a qualquer momento e outras atrações. Tenho uma sensação estranha nesse lugar, mas não sinto energia nenhuma vinda daqui, talvez a maldição esteja se escondendo ou algo assim. Olho para os meus colegas e eles possuem olhares confusos, tem algo errado.

-Vocês perceberam que tem algo estranho, né? - paro um pouco e eles se viram pra mim.
-Sim, não parece ter nada por aqui. - responde Haibara.
-Algo me cheira estranho... vamos nos separar, e dentro de um tempo nos encontramos na frente do carrossel. Caso aconteça alguma coisa agimos imediatamente. - diz Nanami - Eu vou para a casa dos espelhos, Haibara para a tenda do circo e Nayumi para o trem fantasma.
-Certo! - eu e o moreno respondemos ao mesmo tempo.

  Então nos separamos e seguimos nossos rumos. Ao caminhar sinto a sensação de ser observada novamente, eu realmente não entendo o que está acontecendo, isso tá muito bizarro. Acabo refletindo também sobre o lugar que estou me direcionado... O sacana do Nanami me colocou para ir no trem fantasma! Pra que eu fui escutar ele? Esse brinquedo sempre me deu arrepios quando criança e aparentemente ainda me dá medo... Mas não posso deixar que isso me atrapalhe! Vou só dar uma olhada para me certificar que está tudo certo.

  Chego então no local determinado, o tão temido trem fantasma. Engulo seco e encaro a placa suja que sinaliza o nome do brinquedo. Os trilhos estão enferrujados e os carrinhos quebrados. Entro por uma porta que estava escrito "entrada". A escuridão não me permitia enxergar nada. Conduzo energia amaldiçoada para minhas mãos e faço meu fogo para me guiar pelo espaço. Dou umas tossidas, a poeira aqui é absurda. Escuto sons de animais, provavelmente morcegos e ratos, não seria agradável bater de frente com um desses.

-Não parece ter nada aqui... - digo para mim mesma.

Decido voltar após chegar a conclusão que não tinha nenhum rastro de maldições. A caminhada parece mais longa do que quando entrei. Não consigo ver a luz da entrada ou da saída. O espaço é pequeno e quase tropeço nos trilhos soltos do brinquedo. Lanço uma pequena bola de fogo para frente para ter uma noção da distância. E então percebo que devo estar em uma espécie de labirinto, a maldição deve estar por aqui. Fico alerta e olho para os dois lados com cautela, esperando algo aparecer a qualquer momento. Escuto um barulho na minha direita e direciono meu fogo para acertar o que quer que seja, mas não vejo nada.

-Deve ter sido um rato... - respiro fundo e me viro para o outro lado.

Em um susto, sinto uma mão no meu pulso e outra na minha boca. O que é isso? De repente um homem com vestimentas pretas e uma máscara da mesma tonalidade aparece atrás de mim e tenta me impedir de me soltar, porém conduzo meu fogo para o pulso e ele solta por instinto. Fico em posição de defesa e olho para ele, observando outros dois homens nas suas costas.

-Finalmente achamos a garota. - disse um dos homens.
-Quem são vocês? - questiono.
-Você não precisa saber ainda. Mas você irá conosco, por bem ou por mal. - ele diz enquanto os três aproximam lentamente.

Os homens avançam na minha direção, mas consigo desviar dos seus ataques. Eles continuam tentando me atingir, mas consigo me afastar um pouco deles e recuperar o fôlego.

Memories; Gojo SatoruOnde histórias criam vida. Descubra agora