Nayumi era uma garota normal, até descobrir que possuía uma extraordinária quantidade de energia amaldiçoada. Ela então, decide entrar na escola jujutsu, mas mal sabia que sua vida iria mudar completamente.
Observações:
➖Linguagem chula (palavrões e...
O Sol já estava indo embora, e a cada estação pessoas saiam e vinham, olhava o relógio de 15 em 15 minutos, minha ansiedade estava me mandando. O garoto de cabelos brancos ao meu lado parecia dormir, me encostei no banco para ver e seus olhos estavam fechados, seus cílios eram brancos assim como seu cabelo, isso me fez soltar uma leve risada. Voltei minha visão para o por do Sol e olhei o relógio, deveríamos chegar em menos de 5 minutos, olhei para Gojou que parecia estar em sono profundo, precisaria acordar ele.
-Gojou, acorda estamos perto. - disse encostando levemente em sua bochecha. -Certo. - ele disse com uma voz rouca que me deu arrepios, ainda parecia meio desligado.
Estação Kyoto
Assim que chegamos na estação respirei fundo e um sorriso surgiu no meu rosto, finalmente voltei para minha cidade. Olhei pra trás e vi que Gojou ainda estava meio desnorteado, já era noite então seria melhor chegarmos o quanto antes na casa da minha tia, que por sorte era só algumas quadras dali.
-Vamos Gojou! - peguei na sua mão e comecei a arrasta-lo pelo local.
Começamos a andar pela rua, olhei o relógio, 19:14, ainda não era muito tarde então daria tempo de descansar, visitaria minha tia amanhã já que a essa altura ela já deve estar dormindo. Continuei arrastando o garoto, ele parecia dormir em pé.
-Acorda! - falei dando um tapinha leve em suas costas. -Nossa, Nayumi! Como você é má! Não deixa eu nem tirar um cochilo. - disse dramático. -Não enche, já estamos chegando. -Vamos ficar nos dois a sós esses dias? Não sabia que você era uma atacante desse nível. - Gojou disse com malícia. -Não viaja! E não vamos ficar sozinhos, minha prima também vai estar lá. - um arrepio subiu minha espinha assim que lembrei que encontraria Rin também.
Senti meus olhos começarem a lacrimejar, os fechei para não acabar chorando, não queria ter que envolver Gojou nisso, nem queria que ele me visse chorando, nossa intimidade não é muita. Depois de uma caminhada curta chegamos na casa, era simples, mas bonita e bem decorada. As luzes estavam acesas, minha tia deve ter avisado que eu viria e pediu para ela abrir a porta. Receosa, dei algumas batidas na porta, não demorou para que Rin abrisse.
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-Nayumi-chan! Que saudade! - disse ela me abraçando. -Oi, Rin. Quanto tempo. - falei meio desanimada. -Quem é esse com você? Não sabia que tinha um namorado, e que bom gosto. - disse ela analisando o garoto. -Gojou Satoru, prazer. - ele se apresentou. -Rin Sayori, prazer. - ela fez o mesmo - Então vocês estão namorando? -Não. - respondi curta, não gosto da ideia de imaginar nós dois como um casal, certamente não combinamos. -Me surpreenderia você conseguir um namorado tão gato, do jeito que é vai acabar sozinha pra sempre.
Ela não mudou nada, sempre falando da minha aparência e de como ninguém se interessaria por mim.
-Mas olha só! Você até conseguiu um pouco de peito! Talvez assim tu consiga arranjar alguém. -Não quero um namorado, Rin. Já acabou com o seu show? Você nunca vai mudar. - falei tirando meu sapatos e entrando. - Sinta-se a vontade, Gojou, vou te mostrar o quarto de hóspedes.
Mesmo que eu não demostre, as palavras dela me machucam, muito. Sei que não sou muito atraente para maioria dos garotos, mas isso nunca me incomodou. Tinha a esperança que ela tivesse mudado, ou melhorado o caráter, porém continua podre como sempre. Gojou começou a tirar os sapatos e Rin o observando sem sequer piscar os olhos.
-Você está disponível? Se quiser posso te mostrar a cidade e mais algumas coisas. - ela estava claramente dando em cima dele. -Não, mas obrigado pela oferta. -Ah vai, prometo que será divertido. - continuava insistindo. -Gojou, pode vir comigo, vou te mostrar onde vai ficar. - percebi que ele me agradecia pelo olhar, já não posso falar o mesmo da minha prima, sua alma emanava ódio.
Gojou me acompanhava logo atrás, o quarto era no segundo andar. Assim que cheguei abri a porta e mostrei o quarto e onde ficavam as coisas.
-Obrigada Nayumi! Você me salvou da morte! - disse ele lagrimejando. -Não precisa agradecer, - soltei uma risada pelas feições - só que agora ela não desgruda de você, quanto mais difícil mais ela tenta. -Quero voltar pra Tokyo. - disse o garoto pegando sua mala.
Comecei a rir de novo, meu estômago já estava começando a doer, vi que ele também estava rindo. Assim que conseguimos respirar senti minha barriga roncar.
-Parece que alguém tá com fome. - disse ele. Logo depois ouvi sua barriga roncar também. -Parece que outra pessoa também está com fome. - ri leve - podemos ir em um restaurante aqui perto. -Podemos? - disse ele animado. -Vamos. - ouvi ele soltar um "yay" e acabei soltando uma leve risada.
Até que ele não é tão ruim. ————————————————————————— -Lámen? -Lámen. -Queria sushi. - disse Gojou. -Foda-se. - repondi. -Nossa, Nayumi! Assim você me magoa. - disse ele se encolhendo. Me lembrei da nossa primeira missão, já faz um bom tempo. -Amanhã eu te pago um sushi. -Sério? - consegui ver o brilho do seu olhar, e como era lindo. -S-Sim, mas você paga hoje. - porque gaguejei? -Tá, tá. Vamos entrar logo.
Sentamos em uma mesa de duas pessoas e fizemos os pedidos. Gojou me olhava parecendo que queria falar algo, mas não falava. Havia pedido uma água gelada que não demorou de chegar, bebia olhando para qualquer lugar, se ficássemos nos encarando seria estranho.
-Nayumi. -Hum? -Oque rola entre você e sua prima? -É complicado. -Ela não parece uma pessoa muito agradável. -E não é, mas sempre foi assim, não é agora que vai mudar. -Não sei como você aguentou. -Eu morava só com minha tia, e ela com o pai, eles são separados. Deve ter acontecido alguma coisa pra ela estar aqui, mas ela tem o costume de visitar a mãe de vez em quando. -Ah sim, vocês eram próximas na infância? -Éramos, mas sei lá, ela começou a ter umas atitudes esquisitas, começou a me humilhar por nenhum motivo. Sempre falava mal da minha aparência, mas pra falar a verdade nunca me importei muito. -Entendo.
Não sei porque ele perguntou sobre isso, mas não é um assunto que me sinto confortável falando, mesmo assim não diria, não posso mais me abalar com isso. Os pedidos chegaram e começamos a comer.
Assim que terminamos ele pagou por tudo como prometido e fomos em direção a casa. Gojou parecia se atentar a cada detalhe da rua, estava procurando por alguma coisa? Avistei uma loja de doces do outro lado da calçada e percebi que ele estava vidrado a encarando.
-Nayumi, podemos dar uma olhada ali? - ele apontou para a loja. -Você não precisa da minha permissão, ué. - soltei uma risada - Mas vamos.
Adentramos o local e o garoto estava encantado, parecia que estava no paraíso. Decidi procurar alguma coisa para adoçar a boca, talvez ficasse mais calma em relação a Rin. Peguei um pirulito e paguei no caixa e logo fui para o lado de fora esperar Gojou. Assim que ele saiu reparei no enorme saco de doces em sua mão, como um ser humano conseguiria digerir tudo isso?
-Caralho, a diabetes vem. - brinquei. -Me deixa, eu gosto. -Tô só brincando, - ri leve - vamos voltar antes que fique muito tarde.
Assim que chegamos me despedi dele e fui direto para o meu quarto, estava do mesmo jeito desde que fui embora. Me joguei na cama e olhei pro teto, que dia estranho, não sabia que Gojou podia ser legal. Um sorriso surgiu no meu rosto, fechei os olhos e me aconcheguei na cama.
Me espere amanhã, tia. ————————————————————————— Notas da autora:
FINALMENTE, NÉ? Tomei vergonha na cara e trouxe mais um capítulo. Desculpem pela demora, fiquei cheia de trabalho e não tive tempo pra muita coisa. Vou tentar trazer capítulos com um pouco mais de frequência.