eighteen 18

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Sou grato/a por... 1.

Já se perguntou o que é acaso?

Não a palavra sem si, mas o seu significado.
Já pensou nas possibilidades, imprevistos, opções, chances, acontecimentos, condições, hipóteses e incidentes que trabalham juntos apenas para você estar onde está agora?

Não? Tudo bem, a maior parte das pessoas não pensa sobre isso, sobre o destino. Aquilo que é determinado pelas leis naturais.

Sorte e azar;
Fortuna e ruína;
Amor e ódio.

Any também não.

Pouco tempo atrás, estava servindo mesas em uma lanchonete sendo assediada por um homem estranho, demitida pela chefe e jogada na sarjeta sem direito e defesa.
Agora, no entanto, lá estava ela sentada em uma mesa cara em um escritório de luxo, dividindo uma parede de vidro com o homem ao qual dias antes acidentalmente tinha esbarrado com um copo de água.

Acaso;
Destino;
Karma;
Akai ito.

Ou como a mãe dela costumava contar o fio vermelho do destino.
Mas porque ela estava pensando nisso agora? Enquanto estudava o homem rígido em sua mesa...

Porque sua mãe costumava dizer que os japoneses acreditavam que seus destinos estavam ligados a outras pessoas por um fio vermelho amarrado em seus dedos mindinhos, e que independente do tempo que fosse dias, semanas, meses ou anos suas almas estariam conectadas.
Destinadas a dividir uma história: amor ou ódio.

Mas porque agora? Voltou a se perguntar.
Nunca antes teve a sensação das palavras de sua mãe tão fortes rodando em sua cabeça, mas agora estava ali buscando respostas para perguntas que nem sabia que existiam.

Noah Urrea seria a outra ponta do seu fio vermelho?

A luz verde do seu interfone acendeu.
Tamborilou os dedos na mesa apreensiva, o joguinho de se esconder dele durante a semana não estava rendendo os resultados esperados. Porque ela esperava que ele desaparecesse, ainda não tinha perdoado o fato dele ser um babaca.
Mas desmanchar na frente dele sempre que ele se aproximava não conferiam a ela uma imagem muito confiante.

Qualquer um que o olhasse através daquelas paredes de vidro enxergaria um homem forte, duro e imparcial.

Ela não, não conseguia vê-lo assim.
Diante dela ainda era forte, porém demonstrava fraqueza quando ela o tocava, se tornava maleável, como aço em brasa então quando ela se afastava ele voltava a ser duro. Hora distante e frio, hora perto e quente.
Noah Urrea era um robô, um robô com camadas de humanidade.

Olhou para ele, ele apontou para o telefone.
Puxou o ar enchendo seus pulmões e então soltou.
– Sim!

– Confirmou o meu vôo para hoje?

– Sim, como te disse hoje de manhã. - porque ele estava perfurando o vidro com os olhos? Queria atingi-la? - A audiência do caso Barnes começa amanhã às 8 horas. Eu reservei um quarto para você próximo ao tribunal de Los Angeles e aluguei um carro. Seu vôo sai hoje às 21 horas.

– Certo! - ele abaixou o olhar - Obrigado!

– É meu trabalho! Algo mais?

– Não! - fez menção de desligar - Any!

Acaso Perene - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora