Fifty Two

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Acaso Perene.

Quando a luz do sol começou a incomodar através das pálpebras e esquentar seu rosto, ela começou a se dar por vencida.
Dormirá pouco durante a noite, cada pedaço do seu corpo exalava cansaço.
Espreguiçou-se esticando os músculos preguiçosamente, as mãos viajaram pelo colchão.
"Vazio?"
Onde ele estava?

Se esforçou a abrir os olhos apertando-os para se adaptar a claridade que envolvia toda extremidade do quarto, as janelas estavam abertas, ergueu o corpo olhando em volta.
Suas tintas estavam arrumadas em um canto do quarto, suas telas enfileiradas, seus pincéis acomodados dentro da lata.
Seu robe estava pendurado atrás da porta e a camisola devidamente dobrada ao pés da cama.
Suspirou passando a mão pelo cabelo, procurou o celular conferindo s hora.
11:14 da manhã.
Bufou.

Se distraiu por um momento com suas mensagens, mas o deixou de lado quando os olhos avistaram um pedaço de papel levemente amassado sobre o travesseiro. Sentiu a testa se tensionar, aquele tirano filho da...
Aquilo era um post It?

Tomou o papel entre as mãos, indo até a janela o carro estava lá, onde ele estava?
Abriu a porta ouvindo vozes na cozinha, seu pai estava rindo e a voz dele parecia animada.
Se deteve ao perceber que precisava se vestir antes de tacar algo nele.
Vestiu a camisola e jogou o robe nos ombros, desceu as escadas apressada invadindo a cozinha.

— O que é isso? — ele a olhou com curiosidade segurando uma espatula, seu pai estava sentado com um prato de panquecas.  — Vai deixar um post It toda vez que dormir comigo?
Uma risada nervosa escapou dele, seu pai tossiu com o garfo na mão.
Ela piscou para eles.

— Any! — ergueu as sobrancelhas, apontando levemente a cabeça para o pai.

— Eu estou grávida, ele sabe que dormimos juntos.
Ele apertou os lábios abaixando a cabeça, cruzou os braços voltando a olhá-la. — Sabe o quanto eu odeio essas porcarias de post It?

O pai continuou a comer suas panquecas o olhar divertido passeando de um para o outro.

— Eu sei que não gosta, mas não achei que fosse me atacar. — ela atravessou a cozinha empurrando os ombros dele. — Achei que faria sentido, sabe uma piada interna.

— Foi uma piada, sem graça. Eu achei que tinha ido embora. — Cruzou os braços mordendo o interior da bochecha.
Ele franziu o cenho. — Você chegou a ler?

— Não! — disse com raiva.

— Any... — com a expressão de uma menina ela o olhou. — Porque você não lê?

O pai pousou o garfo focando a atenção neles. As mãos dela se abriram com o papel amassado, seus dedos trabalharam em desdobrá-lo, pareceu levemente desgastado possuía marcas antigas de outras dobras.
O ar fugiu de seus pulmões, suas batidas se tornaram lentas em seu peito.
Ela buscou os olhos dele sentindo os seus marejarem.
— Isso é sério? — a voz falhou.

— Tão sério quanto o seu vício por sorvete, ou sua predisposição em me xingar. — Segurou seu rosto entre as mãos. — Tão sério quanto o nosso bebê.
Ela fungou.

— Você quer se casar comigo? — choramingou — tem certeza?

Ele riu. — Eu quero me casar com você Any Soares!
Colou a boca na dele, os lábios salgados.
Seu pai tossiu atrás dele.
Ela gargalhou afastando o rosto do dele e o afundando em seu peito.

— Você pretende me responder?

— Se eu fosse você não pensaria muito, ele cozinha muito bem! — a voz animada do seu pai tocou seus ouvidos.

— Eu posso te mandar um e-mail? — dusse levantando a cabeça.
Negou.

— Não Soares!

Uma luz de alerta acendeu em sua cabeça. — Meu pai...

— Já conversamos, e ele ficou feliz em ocupar o quarto de hóspedes da minha casa cinza e vazia até encontrarmos uma casa maior.

Encarou o pai por cima dos ombros dele, com um sorriso grande no rosto ele guiou o garfo a boca e piscou os olhos para ela.

— Você já pensou em tudo?

— Você disse para ligar quando decidisse o que fazer.

— Sabe que não precisamos nos casar só pelo bebê, né?

— Não é pelo bebê Any, — ele puxou o ar e segurou as mãos dela. — Sabe a quanto tempo isso está na minha carteira?
Ela negou.
Ele riu.

— A muito tempo... É por nós! — sentiu o corpo enrijecer — Eu me apaixonei por você Any Soares. — viu os olhos dela se abrirem amplamente. — Como um louco.
Balançou os ombros envergonhada.
— Precisa me dizer alguma coisa... O silêncio não combina com você.

— Você é um tirano, presunçoso, pretensioso, prepotente, arrogante, metódico, cínico, arrogante... — ela passeou os olhos pelo rosto dele. — irritante, irritantemente bonito, inteligente, carismático... — Sorriu afetado. — Eu não vou terminar de te elogiar.
Ele balançou os ombros.
— E... Eu te amo como uma idiota!

Satisfeito com o que tinha acabado de ouvir, ele a envolveu com os braços, escutou uma gargalhada abafada contra seu peito.
Beijou sua testa.

— Espera um pouco... — Disse se afstando. — Eu comprei algo no caminho!

Ele deixou a cozinha.
Ela se virou para o pai que ainda estava sorrindo para ela.

— Ele acabou de falar em casamento na nossa cozinha?

— Ele acabou de fazer isso! — levou a última garfada a boca. — Ele cozinha bem de verdade!

— Você está bem com isso? — ele virou o copo com sua boca.

— Eu gosto dele... Priscila também gostaria!

— Bonito e arrogante, né?

— Exatamente o tipo da sua mãe!
Ele riu com os olhos, e ela viu mais que alegria contida neles, tinha saudade, tinha orgulho e tinha esperança.

Noah voltou com uma sacola nas mãos, sorrindo como um menino pequeno, estendeu a sacola para ela.

— Acho que não tem um anel ai, né?

— Não tem...
Abriu a sacola retirando o pequeno embrulho de papel coberto por nuvens.

— Você mesmo escolheu?

— É claro!

— É lindo. — Suspirou estudando a peça de roupa para bebê.
A primeira depois dos sapatos de lhama.

— Eu pretendo te dar um anel, mas você ainda não me respondeu!

— É que você não me perguntou. — ela fechou a mão amassando o papel.
Ele estreitou os olhos.

— Quer se tornar Any Urrea, senhorita Soares?

Uma expressão de felicidade abrigou seu rosto.

— Sim Noah Urrea!

Ela mordeu o interior dos lábios.
Ele abaixou o rosto se aproximando do seu.

— Precisa parar de fazer isso Soares. — a voz arranhou a garganta.

Ela sorriu.
Ele a beijou!

Any Soares se tornaria Any Urrea.
E Noah Urrea amava isso!

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Aaaaaa isso foi demais pra mim!!

Senhor e Senhora Urrea.

Não acredito que o próximo já é o último capítulo, chorando estou...

52/54.

Acaso Perene - Adaptação NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora